sexta-feira, 24 de março de 2023

 Villa Lobos e Disney.

Disney amigo da cultura nacional.

Tom Jobim, Carmem Miranda, Caymmi, Aloysio de Oliveira, Ary Barroso, Villa-Lobos.


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O Coral das Meninas Cantoras de Petrópolis


A música de Tom Jobim tem tudo a ver com o canto orfeônico. 


Samba do Avião.


O ensino de Música estava previsto na legislação educacional desde o século XIX, mas era muito difícil levar os conservatórios a todo o país.

Heitor Villa-Lobos lutou muito para difundir o canto orfeônico no Brasil e formar professores. Ele mesmo regeu um coro enorme (42 mil vozes) no estádio do Vasco da Gama, São Januário, 1940. Durante a era Vargas, devido ao apoio do Governo, ele foi bem sucedido, mas nos anos 60, o canto orfeônico foi retirado do currículo e criou-se o estudo genérico de música, opcional, e, finalmente, a música como apenas um conteúdo dos conteúdos de artes em geral.

Samba do avião 

Essa canção foi lançada em Agosto de 1962 no Au Bon Gourmet, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto com Os Cariocas, Elza Laranjeira fez a primeira gravação, Tony Bennett fez a primeira gravação em inglês. A canção foi composta por ocasião do filme Copacabana Palace, o enredo narra a visita de três aeromoças ao Brasil para conhecerem Tom Jobim, o vencedor de vários prêmios com o filme Orfeu Negro. Nessa apresentação de 1962, foi apresentada a canção Garota de Ipanema, também.


MPB 4, Os Cariocas e o Quarteto Em Cy, grande sucesso. Maria Lúcia Godoy e o Madrigal Mineiro. O coro de vozes femininas da Banda Nova.




Louis Armstrong e Pixinguinha

Pixinguinha gravou fox nos anos 40


O Bebop e o Cool Jazz de Stan Kenton, Dizzy Gillespie e Charlie Parker deram origem ao fusion jazz que incorporou a música caribenha e abriu as portas para a Bossa Nova com Getz, Byrd, Baker.



Elis Regina e Adoniran Barbosa

João Gilberto gravou Adoniran como Elis


O Bebop e o Cool Jazz de Stan Kenton, Dizzy Gillespie e Charlie Parker deram origem ao fusion jazz que incorporou a música caribenha e abriu as portas para a Bossa Nova com Getz, Byrd, Baker.

O Jazz nunca mais seria o mesmo depois da Bossa Nova 



Cartola e Adoniran Barbosa

Bossa Nova e o samba tradicional

Nova leitura da tradição

Aniversário do LP de João Gilberto


João Gilberto entendeu que cantando baixo, sem recursos como o vibrato, poderia adiantar ou atrasar o canto em relação ao ritmo, desde que a batida fosse constante, criando  seu próprio tempo. Aquilo que os críticos chamam de goteira.


Ao violão, tocava acordes, e não notas, com a mão direita, produzindo harmonia e ritmo simultaneamente.


A tendência do canto intimista vinha de Bing Crosby, Sinatra, Dick Farney, Mário Reis, e Lúcio Alves e da própria Sylvia Telles. A voz que canta ao ouvido e conquista o coração.


Utilizava técnicas que lhe permitiam alongar frases melódicas sem perder o vigor e velocidade, ele criou a incerteza da fala, no canto; um canto quase falado.


João Gilberto trouxe a orquestra para o violão, houve um esvaziamento da orquestra, uma síntese voz violão, desse modo, o seu cantar ficou parecido ou favorável aos solos dos instrumentistas do jazz. Stan Getz gravou com ele, Astrud Gilberto e Miucha também. O canto quase falado já estava presente em Noel Rosa, ou seja, já era uma possibilidade do samba-canção. O samba sincopado vinha do samba de salão, Garoto e Vadico usavam acordes dissonantes.

 

Tom Jobim sempre deu apoio a João Gilberto e suas inovações. 


João Gilberto deu uma nova roupagem à tradição e regravou sucessos clássicos de Ary Barroso, Pixinguinha, Dorival Caymmi, Ataulfo Alves, Herivelto Martins e Noel Rosa além obviamente do cancioneiro de Tom Jobim e seus parceiros.


Em julho de 58, Elizeth Cardoso lançou o LP Canção do Amor Demais, com músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. João Gilberto acompanhava Elizeth ao violão, nas faixas Chega de Saudade e Outra Vez, sendo essas as primeiras gravações da chamada "batida da bossa nova". O marco inaugural da Bossa Nova. João pediu a Elizeth para cantar no estilo Bossa Nova. Em agosto, João Gilberto lançou um disco de 78 rpm com "Chega de Saudade" e "Bim Bom", gravado na Odeon, com apoio de Tom Jobim, Dorival Caymmi e Aloysio de Oliveira. Sua gravação teve arranjos de Tom Jobim, e orquestra e de Milton Banana.


Com dois microfones, um para o violão e outro para a voz, permitiu o entendimento mais claro da harmonia.


Em 1959, João Gilberto lançou mais um disco 78 rpm, com Desafinado, de Tom Jobim e Newton Mendonça, e Hô-bá-lá-lá, composição de sua autoria. Em março, lançou o LP Chega de Saudade, sucesso de vendas.


Menescal, Durval Ferreira, Lyra e Johnny Alf propuseram seus ritmos para a Bossa Nova e acabou prevalecendo o proposto por João Gilberto com base no tamborim.


Estamos comemorando o aniversário do seu LP de 59.


Outro elogio a João Gilberto é sua dicção perfeita e econômica que permite o fácil entendimento da mensagem.


As inovações de João Gilberto, apesar de aplaudidas pela grande maioria dos músicos, gerou muitas críticas, todas muito frágeis. Sem nenhuma base factual. Diziam que ele estava desfigurando o samba-canção, alterando sua métrica e harmonia para favorecer sua absorção pelo jazz. Na verdade, o jazz é quem incorporou contribuições das músicas nacionais nos anos 50, música caribenha, latina e etc, através do Cool Jazz, Bebop, e Jazz Fusion. João Gilberto admirava de Orlando Silva ao jazzista C. Baker.


Stan Getz e Byrd já tocavam Tom Jobim, antes do show de 1962 no Carnegie Hall. Bing Crosby gravou Copacabana de Braguinha, Aquarela do Brasil de Ary Barroso no estilo clássico.


Era apenas um violão e uma voz com uma única história, mínimos detalhes de encaixe precioso entre a voz, a respiração, a mão direita em bloco e os deslizes pelas cordas entre cada acorde. Minimalismo vocal e instrumental. Inovações de acordes em cada interpretação.


Contudo, no vídeo abaixo, podemos observar que na apresentação gravada, Joao Gilberto não é mais o cantor solitário, representante do eu lírico de Jobim e Vinícius, ele para de cantar e deixa a plateia levar a canção, um verdadeiro coro de vozes espontâneas, o jornalista Chico Pinheiro aparece na plateia.




Adoniran Barbosa, Billy Blanco, Ismael Silva, Cartola e Nelson Cavaquinho, no Programa da Rede Globo, Levanta Poeira, 1977.


Orestes Barbosa, Assis Valente, Alcyr Pires Vermelho, Jair Amorim, Braguinha, Haroldo Barbosa e Joubert de Carvalho foram grandes compositores que construíram a identidade do samba.


Zé Ramalho e sua leitura de Águas de Março. Há uma fase na obra de Jobim sob forte influência de Guimarães Rosa. Olavo Bilac e o caçador de esmeraldas.  Tom Jobim cantou forró com o poeta Maranhense João do Valle. Fez a trilha sonora de Gabriela. Jobim fez arranjos para o compositor potiguar Hianto de Almeida e seu parceiro Chico Anysio.  Chitãozinho e Xororó gravaram no gênero sertanejo. Tom admirava Dorival Caymmi, a voz telúrica, mestre das canções praineiras e do samba-canção.


Folclore, música regional, música popular, choro, tudo a ver com Villa-Lobos.


Donga e Custódio Mesquita, no escritório da direção, na sede do Jornal O Globo, anos 20


O samba não nasceu no morro. Isso é uma lenda. O samba nasceu no asfalto. O Donga era amigo de Pinheiro Machado, um dos políticos mais poderosos da República no começo do século 20. O samba nasceu de uma elite cultural apoiado por uma elite social  e foi apropriado pelo povo e subiu o morro. 


Ruy Castro 

Roda Viva 

TV Cultura 

2022


Temos que repudiar a critica sobre um suposto elitismo social na origem da Bossa Nova, a presença de eruditos na origem do choro e do samba é fartamente conhecida.


Tom Jobim nunca desejou ser um autor elitista, ouvido apenas pela classe média, ele sempre quis que suas músicas fossem ouvidas e cantadas por todos.


Caymmi, Elis, Jair, Nara, Elza, Cyro e Magro. Donga está atrás de Caymmi. Homenagem no Itamaraty de Magalhães Pinto. Tom Jobim estava presente e Gilberto Gil também.


Nara Leão gravou com Zé Keti, Cartola e Nelson Cavaquinho.

Elis Regina gravou Adoniran Barbosa.




Tom Jobim, Pixinguinha, João da Baiana e Chico Buarque. A Bossa Nova definiu um recorte, uma batida, dentre as múltiplas possibilidades rítmicas  do samba. Tom Jobim sempre exaltou a diversidade do samba, sua riqueza.


O primeiro show de jazz no Brasil ocorreu em 1938 no Fluminense Futebol Clube por Fats Elpídio, pernambucano, tocava samba, bolero, blues, choro, bossa, frevo. Atuou na Vogue e no Copacabana Palace.


Aracy de Almeida regravou Noel Rosa como Bossa Nova e Sambalanço.


O samba sob influência do maxixe sofreu mudança rítmica, estilo mais sincopado com  instrumental de percussão. Samba do Estácio de Ismael. Notas mais longas.


Samba de terreiro nas escolas de samba.


Partido alto, jongo, pagode.


Samba de Roda no Reconcavo Baiano.


Os pilares da música popular brasileira, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros, Pixinguinha, e Ernesto Nazareth 



Chico Buarque e Donga no programa da Hebe em 1966, 50 anos de "Pelo Telefone". O primeiro samba da história.

Sinhô reivindicou coautoria.

Bing Crosby gravou Copacabana de Braguinha e Ary Barroso, Aquarela do Brasil.

Nat King Cole cantou em português.

Nos anos 50 o Cool Jazz, Bebop de S. Kenton, Stan Getz, Byrd e a convergência com a Bossa Nova e seus acordes dissonantes.


Ary Barroso conheceu Tom Jobim e Billy Blanco numa boate do Rio e falou do talento dos dois para diretores de gravadoras.

Tom Jobim ganhou vários prêmios com a trilha sonora de Orfeu Negro no cinema. Cauby Peixoto e Dick Farney viveram nos EUA e cantaram no rádio, TV e gravaram. Carnem Miranda também. Ary Barroso e Aloysio de Oliveira trabalharam no grupo Disney e eram amigos do Disney. Villa Lobos trabalhou para o cinema americano. Herbie Mann veio ao Brasil e conheceu o pessoal da Bossa Nova. Stan Getz e Byrd divulgaram lá e depois Baker, Tony Bennett e Quincy Jones tomaram contato. Em 62 foi feito um show no Carnegie Hall com quase todos os músicos. Vinícius de Moraes era diplomata e tinha muitas contatos no Brasil e no exterior. Após o show do Carnegie Hall com várias celebridades Tom, Donato, Astrud, João Gilberto foram convidados para gravar lá. Eumir Deodato, Castro Neves e Sérgio Mendes ficaram nos EUA. Sinatra convidou Tom Jobim para gravar em 67 e depois 69. Depois Tom Jobim gravou vários discos lá. Ella Fitzgerald, e todos os grandes nomes do jazz gravaram Tom Jobim.


Lyra e Menescal davam aula de violão. Nara os conheceu assim. Tom Jobim, Johnny Alf, João Gilberto, e Newton Mendonça, tocavam na noite. Tom foi contratado para o rádio e grandes gravadoras e fez arranjos para cantores famosos como Nora Ney, Dalva de Oliveira, Vicente Celestino, Orlando Silva.


Canto clássico do samba-canção ou moderno como Lúcio Alves, Dick Farney e Silvinha, com orquestra, sem orquestra, violão minimalista ou não, coro de vozes ou cantor singular. Bossa Nova, Sambalanço, Jazz, blues, balada, bolero, marcha, valsa. Riqueza, profusão de interpretações da obra de Antonio Carlos Jobim. Sem imposição de regra ou padrão.


Tom Jobim era consultado pelos parceiros para desenvolver frases, refrões e sequências melodicas com a sua genialidade criativa.


Tom Jobim gostava do desafio de fazer música para o cinema e televisão, dizia que o desafio do limite temporal para a criação sobre um tema favorecia a criatividade.


Calmon e Milton Banana e o Samba sincopado Sambalanço.

Vadico e Garoto acordes dissonantes.

Melodia com acordes dissonantes.


A Garota de Ipanema transfigura a realidade, ao seu redor, metáfora da felicidade que passa, efêmera, o eu lírico triste e solitário. 


Águas de Março portal do tempo

Looping

Transe

Mantra 

Mistifico

Ação, devir infinito, vivendo o ato

Mágica canção 

Encantada

Sucessão de imagens, cotidiano, concreto.



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