terça-feira, 31 de outubro de 2023

 Antônio Carlos Jobim e Billy Blanco foram apresentados a Sávio Silveira, superintendente da gravadora Continental, por Ary Barroso, o pai de "Aquarela do Brasil", que levou Sávio a conhecer os dois jovens músicos que tocavam numa sala ao lado do Clube da Chave, um clube privê em Copacabana.

O ano era 1952.


No dia seguinte,  Tom Jobim e Billy Blanco conheceriam o diretor artístico da gravadora, Braguinha, autor de "Chiquita Bacana", "Copacabana", "Laura" e começariam a elaborar a "Sinfonia do Rio de Janeiro". No ano de 1954 foi apresentada a Sinfonia.


Sávio já tinha contato com Dick Farney, João Gilberto, Sivuca, Luiz Bonfá, Lúcio Alves, Benê Nunes e muitos outros.


Ary Barroso conheceu o cantor Ernani Filho no Clube da Chave. Ernani gravou, em 1953, Faz uma Semana e Pensando em você de Antônio Carlos Jobim e Newton Mendonça. A orquestração de Lyrio Panicalli. 


O Clube da Chave era um night-club frequentado só pelos sócios. Não havia porteiro. Cada sócio abria a boate com sua própria chave. Tom Jobim se encontrava com Vinícius de Moraes lá. O Clube da Chave ficava localizado onde é hoje o Hotel Fairmont e o Shopping Cassino Atlântico.


Na foto: Tom Jobim, Billy Blanco e Os Cariocas.

 Antônio Carlos Jobim e Billy Blanco foram apresentados a Sávio Silveira, superintendente da gravadora Continental, por Ary Barroso, o pai de "Aquarela do Brasil", que levou Sávio a conhecer os dois jovens músicos que tocavam numa sala ao lado do Clube da Chave, um clube privê em Copacabana.

O ano era 1952.


No dia seguinte,  Tom Jobim e Billy Blanco conheceriam o diretor artístico da gravadora, Braguinha, autor de "Chiquita Bacana", "Copacabana", "Laura" e começariam a elaborar a "Sinfonia do Rio de Janeiro". No ano de 1954 foi apresentada a Sinfonia.


Sávio já tinha contato com Dick Farney, João Gilberto, Sivuca, Luiz Bonfá, Lúcio Alves, Benê Nunes e muitos outros.


Ary Barroso conheceu o cantor Ernani Filho no Clube da Chave. Ernani gravou, em 1953, Faz uma Semana e Pensando em você de Antônio Carlos Jobim e Newton Mendonça. A orquestração de Lyrio Panicalli. 


O Clube da Chave era um night-club frequentado só pelos sócios. Não havia porteiro. Cada sócio abria a boate com sua própria chave. Tom Jobim se encontrava com Vinícius de Moraes lá. O Clube da Chave ficava localizado onde é hoje o Hotel Fairmont e o Shopping Cassino Atlântico.


Na foto: Tom Jobim, Billy Blanco e Os Cariocas.

sábado, 28 de outubro de 2023

 Tom Jobim :


"Toda música é reflexo de sua época, das questões do seu tempo."


" Nada na cultura existe isolado. Tudo está sempre sofrendo influência e influenciando."


" A minha produção musical é diversa, faço samba-canção, choro, valsa, modinha .." 


" João Gilberto nunca limitou seu repertório, ele sempre cantou todo tipo de música."


" Minha música é um canto de amor à natureza do Brasil, às florestas, fauna, montanhas, lagos, mar, rios e ao povo brasileiro e sua cultura."


" Defendo a natureza porque amo a natureza, mas também, porque sem harmonia com a natureza, a vida do homem se torna inviável. "


" A Bossa Nova ajudou a desfazer a mentalidade derrotista de muita gente no Brasil "

 Quando a melodia não porta letra, cada um de nós é o letrista da canção, conforme nossa subjetividade ou o estado psíquico vivido no momento. Várias composições de Tom Jobim não possuem letra.

A letra circunscreve um conjunto de emoções, experiências, lembranças. Mas a sensibilidade de Tom Jobim é tão grande que suas melodias já emocionam, mesmo sem a letra. As peças puramente instrumentais de Tom Jobim parecem vozes humanas encantadas comunicando suas emoções. Toda melodia de Jobim parece fadada a receber letra.


Braguinha, por exemplo, fez a letra de Carinhoso de Pixinguinha, Vinícius fez a letra do Chorinho Odeon e de Gente Humilde, de Garoto, Chico fez letras para melodias de Tom Jobim. 

Entre 1750 e 1810, a música instrumental passou a ter importância maior do que a vocal, devido ao aperfeiçoamento dos instrumentos e ao surgimento das orquestras. Os instrumentos, de simples acompanhantes, passaram a protagonistas. O microfone também sofreu aperfeiçoamento tecnológico e permitiu aos cantores cantarem em tons variados sem necessidade do tom sempre alto, com todas as potencialidades vocais expostas.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

 Zé Keti, Tom Jobim e Cartola


Músicas famosas de Cartola 

"Preciso me encontrar","As Rosas não Falam"; "O Mundo É um Moinho"; "Acontece"; "O Sol Nascerá" (com Elton Medeiros); "Quem Me Vê Sorrindo" (com Carlos Cachaça); "Cordas de Aço"; "Alvorada", e; "Alegria".

 Detalhes do Carnegie Hall em Nova Iorque.


Palco de grandes apresentações dos mais famosos artistas dos EUA e do mundo. 


A apresentação histórica da Bossa Nova começou a ser organizada muitos meses antes daquela noite, quando o executivo da gravadora Audio Fidelity, Sidney Frey, veio ao Brasil e conheceu pessoalmente o famoso Beco das Garrafas e os principais artistas.


A proposta original previa apenas a apresentação de Tom Jobim e João Gilberto. Mas mudaram de ideia e acharam melhor um painel mais amplo.


Os músicos brasileiros convidados foram Antonio Carlos Jobim, João Gilberto, Luiz Bonfá, Oscar Castro Neves, Sérgio Mendes, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Chico Feitosa, Milton Banana, Sérgio Ricardo, Normando Santos, Dom Um Romão, Agostinho dos Santos e outros nomes.


Na plateia com 3 mil pessoas, alguns grandes nomes como : o cantor Tony Bennett, os trompetistas Dizzy Gillespie e Miles Davis, os saxofonistas Gerry Mulligan e Cannonball Adderley, o flautista Herbie Mann, o The Modern Jazz Quartet. Alguns deles, inclusive, foram recepcionar os músicos brasileiros no aeroporto.


Stan Getz já havia divulgado a música brasileira meses antes.  Tom Jobim e Vinícius de Moraes já eram famosos pela vitória do Orfeu Negro no Oscar e em Cannes.


Após o show o grande público e os músicos passaram a conhecer melhor a Bossa Nova e começaram a gravar seu repertório.


Todos os grandes do Jazz gravaram Tom Jobim e as canções da Bossa Nova.


A música brasileira era uma fonte de infinita riqueza para a renovação do Jazz.


Depois do show histórico de 1962, Tom Jobim fez outras apresentações no Carnegie Hall.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

 Bobby Short e Tom Jobim, na casa de Tom Jobim, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 1982. Bobby Short foi considerado uma Lenda Viva pelo Congresso dos EUA em 2000.  Pianista e cantor, interpretou canções de Cole Porter, dos irmãos Gerswhin, Rodgers e Hart, Jerome Kern, Duke Ellington e muitos outros. Reinou no Cafe Carlyle de NY, por duas décadas, uma das mais badaladas e sofisticadas casas de show e night club dos EUA. Atuou em vários filmes. Foi colega de colégio do ator Dick Van Dike. Acompanhou a doença de Tom Jobim e estava em NY quando ele morreu, foi prestar condolências à família. Amigo de várias celebridades de Hollywood. Admirador da música brasileira e de Tom Jobim. Bobby faleceu em NYC em 2005 com 80 anos. Esteve algumas vezes no Brasil e fez shows em SP. Atuou nos clubes mais sofisticados dos EUA.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

 João Gilberto apoiou Gilberto Gil e Caetano Veloso, o Tropicalismo, e, também, os Novos Baianos.  

Luis Dias Galvão, fundador dos Novos Baianos, foi amigo de João Gilberto a vida toda e ajudado por ele. Faleceu recentemente.

Caetano Veloso e Gilberto Gil fizeram uma nova leitura de Luiz Gonzaga e Caymmi, João Gilberto gravou Caymmi. Muita gente acha estanha essa conexão, mas ela tem lógica. Heitor Villa-Lobos inseriu o choro na música erudita, e a poesia de Catulo da Paixão Cearense, como Mário de Andrade, ele seguia uma linha nacionalista, mas sem virar as costas para a música internacional, o ideal antropofagico de metabolizar a cultura externa e suas influências. Manuel Bandeira teve poemas transformados em música. Tom Jobim fez música inspirado na obra de Mario Palmerio e Guimarães Rosa. Ele gravou com João do Vale. Tom Jobim sempre declarou sua admiração por Ary Barroso e seu samba-exaltação, Pixinguinha e o choro, Caymmi com o samba-canção. O sambalanço foi um movimento em paralelo com a Bossa Nova que incorporou samba, Bossa Nova, jazz, e ritmos latinos. João Gilberto gravou a tradição da Velha Guarda, Herivelto Martins, Custódio Mesquita, Ataulfo Alves, Ary Barroso, Noel Rosa, Lupicinio Rodrigues, Cartola, Nelson Cavaquinho, Braguinha, Assis Valente, Alcyr Pires Vermelho.  Fez uma nova leitura da tradição.


João Gilberto gravou: 


"O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada " "Isso aqui é um pouquinho de Brasil aiaia."

"Lá vem o Brasil descendo a ladeira "


Caymmi deu a ideia de fantasias baianas para Carnem Miranda. Ary Barroso compôs na Baixa do Sapateiro.

Vinícius fez os Afro-samba com Baden Powell


São as transformações da cultura popular e da identidade nacional, tensões e inclusões, ampliação, fluxo continuo. Novas linguagens e estilos. Novos significados. Novas formas de expressão.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

 Este ano Nara Leão completaria oitenta anos e neste ano faleceu sua irmã Danuza Leão.  

Duas personalidades da vida cultural do Brasil, avançadas para a época. Nara abriu o apartamento de sua família em Copacabana para a reunião do grupo da Bossa Nova, Danuza foi casada com Antônio Maria, Samuel Wainer e Renato Machado. Nara gravou sucessos de Tom Jobim e fez teatro com crítica social e política com João do Vale. Resgatou a tradição do samba com Cartola, Zé Keti e Nelson Cavaquinho. Nara foi aluna de violão de Menescal e Carlos Lyra. Quando criança Nara teve aulas de violão com Solon Ayala e Patrício Teixeira, ex-integrante do grupo Os Oito Batutas, de Pixinguinha.   Sua morte precoce como a de Elis Regina chocou o mundo da música e o pais todo. 40 anos sem Elis Regina. Nara ganhou o Festival da Canção da Record interpretando A Banda de Chico Buarque em 1966. A estreia profissional se deu na participação, ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, na peça Pobre Menina Rica (1963). Sylvinha Telles, Astrud Gilberto e Nara Leão eram a linha de frente da Bossa Nova na voz feminina.O álbum “O Tom do Vinícius” foi lançado em formato digital, no dia 7, com Eveline Hecker, Camilla Dias e Georgiana de Moraes em uma homenagem a Tom Jobim e Vinícius de Moraes. 


As três cantoras cantam, recitam, e conversam, numa atmosfera semelhante a dos shows que fizeram a história da Bossa Nova.


Canções de diferentes momentos da parceria.


Georgiana atou com o pai Vinicius e Eveline com Tom Jobim.


Canta canta mais

Outra vez 

Só danço samba 

Garota de Ipanema 

Tomara 

Medo de amar 

O morro não tem vez

Sem você 

As Praias desertas 

Mulher sempre mulher 

Lamento no morro

Amor em paz

Teleco teco




Tom Jobim e Vinícius de Moraes.


Tom Jobim trabalhou nas seguintes boates

Drink, Bambu Bar, Arpège, Sacha’s, Monte Carlo, Night and Day, Casablanca, Plaza, Tasca e Alcazar. Muitas vezes revezava com Newton Mendonça


Boates famosas eram também Clube da Chave, Au bon gourmet, a 

Boate Zumzum do P Soledade, Freds do Carlos Machado, a Vogue, Copa, Beguine, Little Club, Baccarat, Casablanca, Acapulco, Montecarlo, Siroco, Mocambo


Aracy de Almeida, Linda Batista, Angela Maria e Inesita cantavam no Vogue. Sacha tbm atuava na casa e Fats Elpídio.


Waldir Calmon atuava no Night and Day Hotel Serrador.


Milton Banana, Alf, Baden Powell, Durval Ferreira, Lyra, Menescal e João Gilberto e a definição do ritmo da Bossa Nova


Claudette começou no bar do Plaza com Tom Jobim, Newton Mendonça, Johnny Alf, Milton Banana e Sylvinha Telles.


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O Tom já conhecia o Vinícius antes da apresentação de Lúcio Rangel, mas era superficial. Quando Vadico ficou doente e não pode fazer as canções de Orfeu da Conceição, Lúcio Rangel apresentou o Tom ao Vinícius. Tom já tinha feito sucesso com Tereza da Praia em parceria com Billy Blanco e a Sinfonia do Rio.


Em 1955, na Continental, Dóris Monteiro estreou a parceria Dolores Duran e Tom Jobim com ‘Se é por falta de adeus’. 


Em ‘Quando tu passas por mim’, de Antônio Maria e Vinícius de Morais, Dóris antecipa o encontro do poeta Vinícius de Moraes com o Maestro. 


O disco contendo ‘Eu e meu coração’, de Inaldo Vilarim e Antônio Botelho, dá ao Tom o prêmio de melhor disco de 1955.


sábado, 21 de outubro de 2023

 O Encontro dos Antonios. 


Antonio Callado, Antonio Candido, Antonio Houaiss e Antonio Carlos Jobim. 


Um diálogo muito rico sobre a cultura brasileira e os problemas atuais do país.


Antonio Callado, romancista e critico literário.

Antonio Candido, escritor e crítico, vencedor do Premio Camões e muitos outros prêmios.

Antonio Houaiss, dicionarista, crítico e filólogo


Eles queriam ver Tom Jobim na Academia Brasileira de Letras, mas Tom saiu da disputa pela vaga de 1994 porque Callado, seu amigo, era candidato. 


Tom Jobim disse que sua filha tinha medo da palavra "imortal" porque só se fala de "imortal" de quem já morreu e ela queria o pai vivo por muito tempo ainda. 


Vinicius dizia que não havia nenhuma diferença da sua poesia na forma de música para sua poesia não musicada.


O Brasil em revista. A descrição da classe dominante brasileira, feita por Antônio Cândido. Ele se formou no regime escravocrata e continuou a ver a forma indigna de tratar os empregados mesmo após a chegada de imigrantes.


Antônio Calado e o espírito aventureiro. Jornalista da BBC, durante a guerra, incursões no Parque do Xingu e viagem ao Vietnã do Norte.


Antônio Cândido relata os primeiros anos da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), uma verdadeira faculdade francesa. Até as discussões eram em francês.


Antônio Houais, dicionarista e mestre em culinária.


Tom Jobim e a defesa da natureza. O início da Bossa Nova. 


O Brasil lido por pessoas que amam a sua terra.




Tom Jobim inciou suas atividades como arranjador. Aprendeu com Radames Gnatalli e Leo Peracchi. Ele fez arranjos para Dalva de Oliveira, Nora Ney, Vicente Celestino, Orlando Silva, Elizeth Cardoso, Hianto de Almeida entre outros grandes nomes.

O arranjo não é um trabalho simples, é preciso que o arranjador conheça e estude muito sobre música. De simples não tem nada. É preciso escolher a canção adequada às características do cantor ou do grupo vocal e instrumental. O arranjador pode transformar uma canção de um gênero para outro. Pode adaptar no arranjo uma nova instrumentação com uma nova estética. É uma criação que  ressalta elementos, ou os transforma.

O compositor apresenta a sua composição a melodia, o arranjador concebe uma variação desse produto sem o descaracterizar.  O objetivo é favorecer a execução da canção pelo cantor ou músico instrumentista. Em 1953 Tom Jobim iniciou sua carreira como compositor, lançou dois discos Incerteza na voz de Mauricy Moura e Faz uma Semana. Faz uma semana e Pensando em você na voz de Ernani Filho, criação de Tom e Newton Mendonça. Orquestração de Lyrio Panicalli. 

Valsa Sentimental foi a composição que motivou Lúcia Branco a estimular o lado compositor de Tom Jobim. Em 1954 Tom Jobim compôs a Sinfonia do Rio com Billy Blanco e também Tereza da Praia seu primeiro grande sucesso popular. Em 1956 foi apresentado a Vinícius de Moraes por Lúcio Rangel e iniciou a parceria de sucesso. Orquestração também foi outra importante aprendizagem com Alceo Bocchino e Radames.


sexta-feira, 20 de outubro de 2023

 Muitos músicos brasileiros se transferiram para os EUA, como Carmen Miranda, Aloysio de Oliveira, Moacir Santos, Laurindo Almeida, Sérgio Mendes, Oscar Castro Neves, Eumir Deodato, Astrud Gilberto, e, no passado mais remoto, a soprano Bidú Sayão que divulgou a obra de Villa-Lobos. Contudo, Ary Barroso e Tom Jobim não quiseram se fixar nos EUA. Viveram lá e aqui. 


Tom Jobim dizia que nos EUA tudo funciona perfeitamente, em termos tecnológicos, o profissionalismo é máximo, um mercado vasto e sólido, tudo que você necessita, você consegue, mas faltava o aspecto do convívio, da cultura, da natureza, a gastronomia, dos amigos, o carnaval, e o futebol. Lembrando que nos anos 50, 60 e 70 não era tão fácil fazer viagens internacionais frequentes. Por essa razão, Tom Jobim não quis ficar, em definitivo, nos EUA, Ary Barroso pensava igual. Dorival Caymmi e João Gilberto também não se fixaram lá. 


Já Carmem Miranda teve que se fixar lá para ter uma carreira no cinema, Aloysio também se radicou lá e casou com uma americana. Dick Farney e Cauby Peixoto tiveram uma passagem pelos EUA. Dick Farney e Lúcio Alves exerceram um papel fundamental no nascimento da Bossa Nova.  Existe, também, o aspecto da inspiração. Heitor Villa-Lobos foi contratado pela MGM e teve músicas usadas em filmes da Disney, mas voltou, tal a sua identificação com o Brasil. 


Tom Jobim fez uma combinação ideal, para seu tempo, entre o mundo exterior e o Brasil.  Sua obra foi aplaudida pelos maiores músicos do planeta. Tom Jobim continuou no Brasil fazendo shows aqui e gravando. Hoje é tudo mais fácil com internet, TV a cabo, e vôos diários, não há mais aquela sensação de isolamento. Sérgio Mendes vem com frequência ao Brasil e músicos brasileiros viajam com frequência para o exterior. 


Tom Jobim declarou que o sucesso internacional de Ary Barroso foi fundamental para a sua decisão de seguir na música, e não na arquitetura. Ele ficava orgulhoso de ver a música brasileira aplaudida no exterior.  Por dez anos, ele viajou pelo mundo todo com a Nova Banda, até seu falecimento em NY, em Dezembro de 1994. Continuaria seu tour pelo Brasil e o mundo, se o destino não interrompesse, mas a doença não deixou. Tom Jobim dizia que não importa onde residimos, mas sim, que continuemos aqui, vivendo e produzindo.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

 Tom Jobim, Helô Pinheiro e Vinícius de Moraes.

A Garota de Ipanema oficial.


Tom Jobim


 A produção da máxima beleza. Sensibilidade, afeto e paixão. O amor uno, indiviso, pela vida como dizia o Poetinha. O colóquio dos poetas. Poesia na forma de música que conversa com nossa alma.


Grandes parceiros de Tom Jobim, talentos unidos em nome da beleza musical, obras primas foram compostas e gravadas por eles. Com Newton Mendonça,  "Foi a Noite", "Desafinado", "Samba de Uma Nota Só", "Meditação", "Caminhos Cruzados", "Discussão", "Só Saudade" e muitas outras. Com Billy Blanco, ''A Sinfonia do Rio" e "Tereza da praia". Com Vinicius, "Chega de Saudade", "A Felicidade", " Eu Sei Que Vou Te Amar ", "Garota de Ipanema", "Sinfonia da Alvorada", canções do filme "Orfeu do Carnaval". Com Chico Buarque, "Anos Dourados", "Eu te amo", "Piano na Mangueira", "Sabiá", "Imagina" e "Retrato em Preto em Branco". Com Edu Lobo gravou "Luiza" "Chovendo na Roseira", "É preciso dizer adeus". 


Paulo Soledade, Marino Pinto, Aloysio de Oliveira e Dolores Duran também integram o panteão.


Parceiros de Tom Jobim


Alcides Fernandes

Juca Stockler

Billy Blanco

Dolores Duran

Marino Pinto

Newton Mendonça

Aloysio de Olivera

Vinícius de Moraes

Luiz Bonfa

Chico Buarque de Holanda

Paulinho Soledade


Fotos


Tom Jobim com a atriz francesa Mylène Demongeot do

filme Copacabana Palace, 1962. Filme italiano  com Tom Jobim, João Gilberto e Luiz Bonfá e as atrizes europeias Mylène Démongeot, Gloria Paul e Silvia Koscina.


Tom Jobim e Sylvia Telles.


EJ

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

 Há 109 anos, neste dia, nascia Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes, Vinícius de Moraes, poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositor. Conhecido como Poetinha. 


Formou se em Direito e Sociologia pela Universidade 

Federal do Rio de Janeiro, na época Faculdade Nacional de Direito.


Grande articulador e promotor do movimento de renovação da música brasileira conhecido como Bossa Nova. 


Fez canções com Antônio Maria, Carlos Lyra, Paulo Soledade, Toquinho, Baden Powell e a mais importante parceria da nossa música com Antônio Carlos Jobim.

Vinícius de Moraes e Newton Mendonça foram os maiores parceiros de Tom. Outros grandes nomes foram Billy Blanco, Bonfa, Soledade, Marino Pinto, Aloysio de Oliveira, Dolores Duran, Chico Buarque de Holanda, e Eumir Deodato.


Vinícius de Moraes tinha o hábito carinhoso de chamar os amigos pelo diminutivo como Tonzinho, Joãozinho, Astrudinha e Carlinhos. Estudou no Santo Inácio, ganhou bolsa para literatura em Oxford mas a guerra o impediu de cursar. Amigo de Augusto Frederico Smith e Manuel Bandeira.

 Teve uma fase espiritual e carnal.


Amigo de Carmem Miranda


Gravou com Amália Rodrigues 


Vinícius fez a letra do chorinho Odeon.


"Eu sou o branco mais preto do Brasil, filho de Ogum com Iansã" Vinícius de Moraes


Vinícius de Moraes fez os Afro-samba com Baden Powell.


Homenagem aos três Pablos.

Casal, Neru

da e Picasso.

Vinícius de Moraes fazia declamação de poemas com fundo musical que viraram discos.


Influenciado por João Cabral de Mello Netto, Paulo Mendes Campos, e Augusto Frederico Schmidt.


Manteve essa prática em canções com Tom Jobim, como Soneto da Fidelidade e Soneto da Separação.


Conheceu Tom Jobim em 1956, quando precisava de um pianista e compositor para fazer a trilha sonora de Orfeu da Conceição, peça de sua autoria. Vadico declinou da missão por razões de saúde. A obra virou filme e foi igualmente um sucesso mundial. Fez a letra de vários sucessos de Tom Jobim. 


Tom já conhecia o Vinícius antes da apresentação de Lúcio Rangel, mas era superficial. Quando Vadico ficou doente e não pode fazer as canções de Orfeu da Conceição, Lúcio Rangel apresentou o Tom ao Vinícius. Tom já tinha feito sucesso com Tereza da Praia em parceria com Billy Blanco e a Sinfonia do Rio.


Vinícius de Moraes foi amigo de Neruda, Drummond, Quintana, Manuel Bandeira,  Fernando Sabino, Oto Lara Resende,   Ferreira Gullar, Rubem Braga, Pierre Seghers, escreveu vários livros de poesia. 


Admirador de Olavo Bilac, Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud, Ezra Pound, e Augusto dos Anjos.


Inúmeros sucessos com Tom Jobim, além das canções de Orfeu e da Sinfonia da Alvorada.


Fez parceria com Chico Buarque, Alaide Costa, Ary Barroso, Edu Lobo, Francis Hime, Garoto, João Bosco, Marília Medalha, Miucha, Luizinho Eça, Odete Lara, Enoe, Ian Guest, João Gilberto, Joyce, Maria Creuza, Clara Nunes, Vadico, Paulo Tapajós, Moacir Santos, e Pixinguinha.


Morreu com 67 anos, relativamente jovem, para os padrões atuais. Perda imensa, incomensurável.


Carlos Drummond de Andrade declarou que Vinícius de Moraes foi o único poeta da sua geração que realmente viveu como um poeta.


Tom Jobim ficou profundamente deprimido com a morte de Vinícius, e, por quatro anos, não se apresentou em público, até o nascimento da Nova Banda.

 A Orquestra Jovem Tom Jobim gravou um CD de homenagem a Moacir Santos. Moacir foi maestro, arranjador e compositor, multi-instrumentista. Pernambucano, contratado pela Rádio Nacional, viveu no Rio, depois, contratado pela Record, viveu anos em SP, em 1967 transferiu-se para os EUA. Parceiro de Vinícius de Moraes, homenageado por Baden Powell. Virtuoso, tocava saxofone, piano, clarineta, trompete, banjo, violão e bateria. Foi assistente de Hans Joachim Koellreuter e professor de músicos como Baden Powell, Paulo Moura, João Donato, Nara Leão, Roberto Menescal, e Sérgio Mendes. Gravou com Sergio Mendes e Baden Powell. Gravou canções de Tom Jobim. Morreu em 2006, em Pasadena, California.

terça-feira, 17 de outubro de 2023

 Uma curiosidade sobre Tom Jobim e Vinícius de Moraes.


Foram parceiros antes de serem amigos.


Em 1955, na Continental, Dóris Monteiro estreou a parceria Dolores Duran e Tom Jobim com ‘Se é por falta de adeus’. 


Em ‘Quando tu passas por mim’, de Antônio Maria e Vinícius de Morais, Dóris antecipa o encontro do poeta Vinícius de Moraes com o Maestro. 


O disco contendo ‘Eu e meu coração’, de Inaldo Vilarim e Antônio Botelho, dá ao Tom o prêmio de melhor disco de 1955.


Tom Jobim só se tornou amigo de Vinícius de Moraes em 1956.


Oscar Niemeyer fez o cenário da peça, Vinicius de Moraes, Lila Bôscoli e  Tom Jobim conversam nos bastidores da estréia de Orfeu da Conceição. Foto de José Medeiros,1956

 Uma curiosidade sobre Tom Jobim e Vinícius de Moraes.


Foram parceiros antes de serem amigos.


Em 1955, na Continental, Dóris Monteiro estreou a parceria Dolores Duran e Tom Jobim com ‘Se é por falta de adeus’. 


Em ‘Quando tu passas por mim’, de Antônio Maria e Vinícius de Morais, Dóris antecipa o encontro do poeta Vinícius de Moraes com o Maestro. 


O disco contendo ‘Eu e meu coração’, de Inaldo Vilarim e Antônio Botelho, dá ao Tom o prêmio de melhor disco de 1955.


Tom Jobim só se tornou amigo de Vinícius de Moraes em 1956.


Oscar Niemeyer fez o cenário da peça, Vinicius de Moraes, Lila Bôscoli e  Tom Jobim conversam nos bastidores da estréia de Orfeu da Conceição. Foto de José Medeiros,1956

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

 Tom Jobim inspirou-se na frase "vita brevis, ars longa", ou, a vida é curta, a arte é longa, para a composição da letra de Querida, trata-se de um

aforismo em latim do médico grego Hipócrates, popularizada pelo poeta romano Sêneca.

" O dia passa e eu nessa lida

Longa é a arte, tão breve a vida

Louco é o desejo do amador, querida, querida

Longo é o beijo do amador, bandida

Belo é o jovem mergulhador, na ida

Vasto é o mar, espelho do céu, querida, querida

Querida"

A imortalidade da produção artística de excelência que vence o tempo, atravessando, incólume, os umbrais do tempo. Realmente universal. Beleza suprema.

domingo, 15 de outubro de 2023

 Muitas teses de mestrado e doutorado tratam da obra de Tom Jobim e abordam a formação musical de Tom, outras enfocam a sua visão de mundo como artista. Identificam um pé na tradição romântica do século XIX e no modernismo. 


A questão do amor como metáfora da felicidade humana, em todos os sentidos. A incapacidade de pensar o homem e a sociedade, fora da natureza.  A necessidade de compatibilizar o progresso humano e material com a preservação do meio ambiente. Temas caros à visão romântica.


Nesse contexto se insere a crítica social de Orfeu Negro de Vinicius de Moraes,  o morro que fez muito, mas não tem vez, a felicidade do pobre no carnaval que dura pouco, apesar do trabalho duro ao longo do ano. A tristeza que não tem fim e a tragédia de Orfeu em plena explosão da alegria carnavalesca. Paradoxo de um pais com tanta riqueza para uma felicidade duradoura e a penúria diária.


Alguns críticos entendiam seu cantar da natureza e das belezas do Rio como algo alienado. Não entendiam que Tom apontava para um futuro diferente de um Brasil moderno, como pensado pela Semana de 22 e o modernismo de seu mestre Heitor Villa Lobos.  


As questões existenciais da filosofia europeia na poesia musicada de Vinicius.


A Era JK e o Brasil no pós-guerra era bem a síntese  de um desejo de modernidade e superação das antigas mazelas. Harmonia social e com a natureza. 


A nova leitura ou a nova vestimenta do samba- canção na voz de João Gilberto e nas composições de Tom Jobim, em parceria com Newton Mendonça ou Vinicius de Moraes, expressa bem o desejo de mudança e as necessidades de expressão do jovem desse periodo. 


O poeta e a centralidade do amor na leitura simbolista.  


O impressionismo musical e o compositor expressando tudo que marca a sua sensibilidade.


Amor pelo folclore, pela natureza e pelas manifestações da cultura regional, em um erudito formado sob a influência de Debussy, Ravel,  Villa Lobos, Chopin e Gershwin. 


A Sinfonia do Rio, a Sinfonia de Brasília, a saga de o Tempo e o Vento. A história da formação do Brasil.


Ary Barroso  e o samba exaltação das grandezas do Brasil, Caymmi e a voz telúrica do Brasil profundo e Pixinguinha, o mestre da sensibilidade do choro. 


Tom Jobim, o compositor que faz a síntese do antigo e do moderno, do erudito e do popular e projetou nossa música no mundo, ampliando seus horizontes e formando gerações.

 Moacyr Franco quatro sucessos

Ainda hoje

Rosa

Rita Lee 

Mania de você 

 Músicas famosas de Cartola 

"Preciso me encontrar","As Rosas não Falam"; "O Mundo É um Moinho"; "Acontece"; "O Sol Nascerá" (com Elton Medeiros); "Quem Me Vê Sorrindo" (com Carlos Cachaça); "Cordas de Aço"; "Alvorada", e; "Alegria".

 Augusto Marzagão foi um nome muito importante na música brasileira. Nos anos 1960, criou o Festival Internacional da Canção, realizado no Maracanãzinho e transmitido pelas TVs Rio e Globo. O festival, que durou de 1966 a 1972, lançou canções como "Sabiá", de Tom Jobim e Chico Buarque, "Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores", de Geraldo Vandré, e "Fio Maravilha", de Jorge Ben, e muitas outras. Paulista de Barretos, Marzagão foi seminarista. Trabalhou com três presidentes da República. Foi Vice-Presidente da TV Mexicana Televisa. Foi ele quem trouxe o Chaves para o Brasil e outros produtos da emissora. Morreu em 2017 aos 88 anos.


Festival Internacional da Canção

Apresentação: Arlete Salles, Betty Faria, Hilton Gomes, Ilka Soares, Murilo Nery, Norma Blum, Maria Cláudia; Criação: Augusto Marzagão

Período de exibição: 1967 – 1972; Periodicidade: anual




Novelas mexicanas Televisa

Os Ricos também choram

 Havia um programa na Rádio Nacional que se chamava Quando os Maestros se Encontram. Eles convidavam estelas para os estúdios da Rádio Nacional e faziam homenagem. Radames Gnatalli, Alceo Bocchino, Lyrio Panicalli, Leo Peracchi, L. Gaya, Migliori, Guaraná, Severino Araújo, Mazzuca, Renato de Oliveira. Tom Jobim foi convidado e homenageado. Angela Maria foi uma das homenageadas.

sábado, 14 de outubro de 2023

 Tom Jobim não era um compositor meio erudito e meio popular, nem um autor popular interessado pelo aspecto erudito, tampouco, Ernesto Nazareth, ambos eram plenamente eruditos, eruditos apaixonados pelo popular. Ele fazia seresta, choro, valsa. Ernesto Nazareth aluno de Eduardo Rodolfo de Andrade Madeira, amigo da família e, mais tarde, teve lições de Charles Lucien Lambert, amigo de Louis Moreau Gottschalk. Nazareth conheceu Rubinstein.


São compositores nos quais a qualidade da elaboração musical é tão alta que a fronteira entre o erudito e popular se apaga. 


Tom Jobim nunca quis ser um músico ouvido apenas pela elite social, ele fazia música para todos. Com Leo Peracchi, Panicalli, Bocchino, Radamés Gnatalli, H. J. Koellreutter e Villa-Lobos, Tom Jobim aprendeu que a fronteira é tênue ou não existe. 


A influência de eruditos atravessa toda a sua obra, não apenas as sinfonias, melodias para instrumental e orquestração, tanto nos aspectos melodicos como harmônicos. Debussy, Ravel, Chopin, Bach, Villa Lobos e Gershwin se fazem presente. 


Com a professora Lúcia Branco, Jobim tocava todos os clássicos, bem como com Tomás Teran, pianista espanhol concertista e amigo de Villa-Lobos. Foi ela que o incentivou a desenvolver seu potencial de compositor.


Lucia Branco foi professora de gigantes como Jaques Klein, Arthur Moreira Lima, Nelson Freire  e Luizinho Eça.


Hans Joachim Koellreutter era o expoente máximo do dodecafonismo de Arnold Schoenberg. Claudio Santoro, Guerra Peixe e Isaac Karabtchevsky também foram alunos de Koellreutter.  


Quando Tom Jobim era um jovem músico em formação, a fronteira entre o erudito e o popular era rígida. Os dois mundos não se comunicavam de modo frequente. Tom Jobim gostava de ouvir e tocar Ravel, Chopin, Bach, Beethoven entre outros. Debussy e Villa Lobos foram as influências mais fortes. 


Tom declarou que em Chega de Saudade usou uma sucessão de acordes mais clássica do mundo e que a Bossa Nova tem influências profundas de Heitor Villa-Lobos. Na harmonia, a influência de Debussy e Ravel nos acordes expandidos e Gershwin em Chansong.


Passarim, Chovendo na Roseira, Sabiá, Insensatez, Valsa Sentimental, Canta Mais, Falando de Amor, Samba de uma Nota Só, Urubu, Terra Brasilis, Matita Perê, Luiza, são, portanto, inúmeras as comprovações da formação erudita de Jobim.

 Tom Jobim não era um compositor meio erudito e meio popular, nem um autor popular interessado pelo aspecto erudito, tampouco, Ernesto Nazareth, ambos eram plenamente eruditos, eruditos apaixonados pelo popular. Ele fazia seresta, choro, valsa. Foi aluno de Eduardo Rodolfo de Andrade Madeira, amigo da família e, mais tarde, lições de Charles Lucien Lambert, amigo de Louis Moreau Gottschalk. Nazareth conheceu Rubstein.


São compositores nos quais a qualidade da elaboração musical é tão alta que a fronteira entre o erudito e popular se apaga. 


Tom Jobim nunca quis ser um músico ouvido apenas pela elite social, ele fazia música para todos. Com Leo Peracchi, Panicalli, Bocchino, Radamés Gnatalli, H. J. Koellreutter e Villa-Lobos, Tom Jobim aprendeu que a fronteira é tênue ou não existe. 


A influência de eruditos atravessa toda a sua obra, não apenas as sinfonias, melodias para instrumental e orquestração, tanto nos aspectos melodicos como harmônicos. Debussy, Ravel, Chopin, Bach, Villa Lobos e Gershwin se fazem presente. 


Com a professora Lúcia Branco, Jobim tocava todos os clássicos, bem como com Tomás Teran, pianista espanhol concertista e amigo de Villa-Lobos. Foi ela que o incentivou a desenvolver seu potencial de compositor.


Lucia Branco foi professora de gigantes como Jaques Klein, Arthur Moreira Lima, Nelson Freire  e Luizinho Eça.


Hans Joachim Koellreutter era o expoente máximo do dodecafonismo de Arnold Schoenberg. Claudio Santoro, Guerra Peixe e Isaac Karabtchevsky também foram alunos de Koellreutter.  


Quando Tom Jobim era um jovem músico em formação, a fronteira entre o erudito e o popular era rígida. Os dois mundos não se comunicavam de modo frequente. Tom Jobim gostava de ouvir e tocar Ravel, Chopin, Bach, Beethoven entre outros. Debussy e Villa Lobos foram as influências mais fortes. 


Tom declarou que em Chega de Saudade usou uma sucessão de acordes mais clássica do mundo e que a Bossa Nova tem influências profundas de Heitor Villa-Lobos. Na harmonia, a influência de Debussy e Ravel nos acordes expandidos e Gershwin em Chansong.


Passarim, Chovendo na Roseira, Sabiá, Insensatez, Valsa Sentimental, Canta Mais, Falando de Amor, Samba de uma Nota Só, Urubu, Terra Brasilis, Matita Perê, Luiza, são, portanto, inúmeras as comprovações da formação erudita de Jobim.

 Tom Jobim não era um compositor meio erudito e meio popular, nem um autor popular interessado pelo aspecto erudito, tampouco, Ernesto Nazareth, ambos eram plenamente eruditos, eruditos apaixonados pelo popular. 


São compositores nos quais a qualidade da elaboração musical é tão alta que a fronteira entre o erudito e popular se apaga. 


Tom Jobim nunca quis ser um músico ouvido apenas pela elite social, ele fazia música para todos. Com Leo Peracchi, Panicalli, Bocchino, Radamés Gnatalli, H. J. Koellreutter e Villa-Lobos, Tom Jobim aprendeu que a fronteira é tênue ou não existe. 


A influência de eruditos atravessa toda a sua obra, não apenas as sinfonias, melodias para instrumental e orquestração, tanto nos aspectos melodicos como harmônicos. Debussy, Ravel, Chopin, Bach, Villa Lobos e Gershwin se fazem presente. 


Com a professora Lúcia Branco, Jobim tocava todos os clássicos, bem como com Tomás Teran, pianista espanhol concertista e amigo de Villa-Lobos. Foi ela que o incentivou a desenvolver seu potencial de compositor.


Lucia Branco foi professora de gigantes como Jaques Klein, Arthur Moreira Lima, Nelson Freire  e Luizinho Eça.


Hans Joachim Koellreutter era o expoente máximo do dodecafonismo de Arnold Schoenberg. Claudio Santoro, Guerra Peixe e Isaac Karabtchevsky também foram alunos de Koellreutter.  


Quando Tom Jobim era um jovem músico em formação, a fronteira entre o erudito e o popular era rígida. Os dois mundos não se comunicavam de modo frequente. Tom Jobim gostava de ouvir e tocar Ravel, Chopin, Bach, Beethoven entre outros. Debussy e Villa Lobos foram as influências mais fortes. 


Tom declarou que em Chega de Saudade usou uma sucessão de acordes mais clássica do mundo e que a Bossa Nova tem influências profundas de Heitor Villa-Lobos. Na harmonia, a influência de Debussy e Ravel nos acordes expandidos e Gershwin em Chansong.


Passarim, Chovendo na Roseira, Sabiá, Insensatez, Valsa Sentimental, Canta Mais, Falando de Amor, Samba de uma Nota Só, Urubu, Terra Brasilis, Matita Perê, Luiza, são, portanto, inúmeras as comprovações da formação erudita de Jobim.

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

  Felizmente sua obra está preservada para sempre, está gravada e seu acervo preservado, mas, além da perda humana, do amigo, do colega de coloquios, do homem culto, inteligente, sua morte é uma devastação, uma tragédia, considerando tudo de belo que ele produziria, se tivesse vivido mais, foram, em síntese, as palavras de Antônio Callado, quando da morte de Tom Jobim, seu amigo.


O mais jovem dos Antônios foi o que morreu mais cedo.

 Angenor de Oliveira, Cartola, nasceu no Rio de Janeiro, em 11 de outubro de 1908, e faleceu no Rio de Janeiro, em 30 de novembro de 1980. São 115 anos do nascimento de Cartola, poeta, compositor e violonista, um dos maiores compositores da história do samba, um dos fundadores da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Casado com Dona Zica. O casal foi proprietário de um restaurante no Rio de Janeiro onde grandes nomes da música se encontravam.

 Tom Jobim cantou o amor, amores felizes e infelizes, o encontro, o silêncio do namoro, os olhares. Amores platônicos e carnais. Música apolinea e dionisiaca.


Tom Jobim musicou, poeticamente, nossa terra, nossos bichos, amou nossas matas, nossos rios, nosso mar, ruídos, aves, seus vôos e movimentos. Sons delicados, suaves, leves, às vezes engraçados, sons telúricos, sons brasileiros. Tom sonha e canta o lado mágico de uma terra, mergulho onirico, alegria, espírito lúdico, natureza virgem, feita do que é bom. Vida que jorra em abundância. Exalta a cultura popular e trata das mazelas também.


No passado diziam que Tom Jobim era um idealista romântico quando falava da natureza. Ele sempre afirmou que não era apenas idealismo mas também questão prática de viabilização da vida humana. Sem preservar a natureza a vida humana não tem futuro


Após o sucesso das canções consagradas que foram gravadas e incorporadas pela música americana com Stan Getz, Sinatra, Ella Fitzgerald, Tony Bennett, e os músicos instrumentais do jazz, Tom Jobim produziu discos para o público americano com temática mais específica do Brasil e o sucesso foi o mesmo, Stoneflower, Tide, Urubu, Matita Perê, e Terra Brasilis.

terça-feira, 10 de outubro de 2023

 Tom Jobim cantou o amor, amores felizes e infelizes, o encontro, o silêncio do namoro, os olhares. Amores platônicos e carnais. Música apolinea e dionisiaca.


Tom Jobim musicou, poeticamente, nossa terra, nossos bichos, amou nossas matas, nossos rios, nosso mar, ruídos, aves, seus vôos e movimentos. Sons delicados, suaves, leves, às vezes engraçados, sons telúricos, sons brasileiros. Tom sonha e canta o lado mágico de uma terra, mergulho onirico, alegria, espírito lúdico, natureza virgem, feita do que é bom. Vida que jorra em abundância. Exalta a cultura popular e trata das mazelas também.


No passado diziam que Tom Jobim era um idealista romântico quando falava da natureza. Ele sempre afirmou que não era apenas idealismo mas também questão prática de viabilização da vida humana. Sem preservar a natureza a vida humana não tem futuro


Após o sucesso das canções consagradas que foram gravadas e incorporadas pela música americana com Stan Getz, Sinatra, Ella Fitzgerald, Tony Bennett, e os músicos instrumentais do jazz, Tom Jobim produziu discos para o público americano com temática mais específica do Brasil e o sucesso foi o mesmo, Stoneflower, Tide, Urubu, Matita Perê, e Terra Brasilis.

domingo, 8 de outubro de 2023

 "Tom Jobim é um gênio comparável a W. Mozart e Erik Satie na sua habilidade de criar lindas melodias com poucas notas "


"Então existe a música extremamente elaborada, aquela que você faz com orquestra sinfônica, em sinfonias, concertos, óperas, e existe a música espontânea, que tem poucos elementos, mas pode ser extremamente rica. O Jobim não fez uma música com uma nota só? Se repete 50 vezes a mesma coisa e, quando ouve, o mundo inteiro cai de joelhos. "Águas de Março", repete duas notas 50 vezes e o Leonard Feather, que é o maior crítico de jazz dos EUA, diz que é uma das 15 maiores melodias do século. Existe essa sensibilidade, esse talento feiticeiro que alguns tem – o Jobim tem, que Mozart tem"


Maestro Júlio Medaglia


Medaglia foi aluno de Pierre Boulez, Karlheinz Stockhausen, H. J. Koellreutter e John Barbirolli, foi fundador da Amazonas Filarmônica e dirigiu a Orquestra da Rádio de Baden-Baden e a Rádio Roquete Pinto.

 As versões das canções de Jobim para o inglês não afetaram a identidade nacional das mesmas, o modo como os tradutores e cantores estrangeiros receberam e interpretaram a melodia e a lirica de Jobim e seus parceiros não descaracterizou o elemento nacional. Obviamente, no encontro cultural, foi preciso buscar aproximações, muitas vezes, para o bom entendimento por parte de quem vive em outra sociedade e cultura. Contudo, a poética se manteve. No campo semântico buscaram palavras que expressassem o sentido pretendido pelos compositores, sem prejuízo da prosódia em outro idioma. A beleza melódica não foi prejudicada. Essa é a conclusão que estudos acadêmicos chegaram na área de Letras e da Música propriamente dita após analisar mais de vinte canções vertidas para o inglês.

Tradutores : Ray Gilbert, Norman Gimbel e Gene Lees

 As versões das canções de Jobim para o inglês não afetaram a identidade nacional das mesmas, o modo como os tradutores e cantores estrangeiros receberam e interpretaram a melodia e a lirica de Jobim e seus parceiros não descaracterizou o elemento nacional. Obviamente, no encontro cultural, foi preciso buscar aproximações, muitas vezes, para o bom entendimento por parte de quem vive em outra sociedade e cultura. Contudo, a poética se manteve. No campo semântico buscaram palavras que expressassem o sentido pretendido pelos compositores, sem prejuízo da prosódia em outro idioma. A beleza melódica não foi prejudicada. Essa é a conclusão que estudos acadêmicos chegaram na área de Letras e da Música propriamente dita após analisar mais de vinte canções vertidas para o inglês.

Tradutores : Ray Gilbert, Norman Gimbel e Gene Lees

 Matita Perê é uma combinação da literatura com a música. Obra, ao mesmo tempo, épica, poética, lírica, e trágica. As matrizes da canção são Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade e Mario Palmerio. O duelo, a aventura, o amor e a morte na emboscada. Matita Perê é um personagem do folclore que possui várias versões. A principal é a de uma mulher feiticeira que se transforma em pássaro. A outra é de um espírito travesso de um gnomo, um menino que atormenta os adultos. Existe na cultura indígena, africana e romana antiga. Há um espírito antigo da tragédia na trama.  A leitura da obra de Guimarães Rosa conferiu uma sonoridade telúrica muito elegante e sofisticada às composições de Tom Jobim, principalmente na produção da década de 1970, Matita Perê (1973) e Urubu (1975). A energia e a força da terra e da natureza afetando a personalidade dos homens.

sábado, 7 de outubro de 2023

 A Bossa Nova foi o mais importante movimento da história da música brasileira. Projetou a nossa música definitivamente no plano internacional, uniu o erudito e o popular, articulou tradição e inovação. Ampliou os horizontes da música brasileira. Foi um momento singular, único. Os maiores músicos do planeta aplaudiram, as plateias do mundo todo ovacionaram. Todos os grandes músicos americanos gravaram canções de Tom Jobim

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

 Nossas felicitações a Ruy Castro pela sua eleição para a Academia Brasileira de Letras. Ruy Castro faz um trabalho magnífico de reconstrução histórica da nossa vida cultural, social e política. Um trabalho imprescindível e de valor incomensurável de preservação da memória e de transmissão desse legado para as novas gerações que não viveram esses acontecimentos. Sua importância especifica no campo da música e da Bossa Nova é, igualmente, enorme. O trabalho de Ruy Castro possui total congruência com os objetivos da nossa página, ou seja, preservar e transmitir fatos relacionados à vida de Tom Jobim, nos seus mais diferentes aspectos. Personalidade central da nossa cultura na segunda metade do século XX. Na coleção 50 anos de Bossa Nova ele faz uma biografia de Tom Jobim no primeiro volume.

 Matita Perê é uma combinação da literatura com a música. Obra, ao mesmo tempo, épica, poética, lírica, e trágica. As matrizes da canção são Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade e Mario Palmerio. O duelo, a aventura, o amor e a morte na emboscada. Matita Perê é um personagem do folclore que possui várias versões. A principal é a de uma mulher feiticeira que se transforma em pássaro. A outra é de um espírito travesso de um gnomo, um menino que atormenta os adultos. Existe na cultura indígena, africana e romana antiga. Há um espírito antigo da tragédia na trama.  A leitura da obra de Guimarães Rosa conferiu uma sonoridade telúrica muito elegante e sofisticada às composições de Tom Jobim, principalmente na produção da década de 1970, Matita Perê (1973) e Urubu (1975). A energia e a força da terra e da natureza afetando a personalidade dos homens.

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

 


Gary Burton, fusion jazz, compositor, músico, mestre do vibrafone.


Atuou com Chic Corea, Stan Getz, Grapelli, H Hancock, Piazzolla, P Metheny.

 Cage Glass Reich minimalista Quando ouvi o ‘João Gilberto 73’ pela primeira vez foi um tranco, baixava ali um santo forte. Foi a primeira vez que ouvia ele sem acompanhamentos e o que sobrava ali, no osso, enchendo todo o espaço no fone de ouvido, era só um violão e uma voz contando uma única história, articulados num groove complexo, mínimos detalhes de encaixe precioso entre a voz, a respiração, cada dedo da mão direita em bloco e os deslizes pelas cordas entre cada acorde. Eu já havia ouvido devidamente os minimalistas (Terry Riley e o ‘In C’, Steve Reich do ‘It´s Gonna Rain’), mas aquilo era mais mínimo, mais insistente e muito mais poético, sílaba por sílaba, mais contido e mais líquido”, derrete-se o experiente produtor musical Pena Schmidt. “Eu bebi João. Um

terça-feira, 3 de outubro de 2023

 " Ela (Helena) escutava 'ton, ton, ton', e aí começou a me chamar de ton, ton, depois virou Tom. No colégio eles vão sempre abreviando o nome. Ninguém vai chamar o sujeito de Felisberto Pereira da Silva de Moraes e Lima, é muito comprido, né. Aí virou Tom, e eu queria ser Antonio Carlos, evidentemente. Comecei a fazer aqueles arranjos, escrevia pra orquestra, e nunca botavam meu nome no disco de 78 (rpm). Então eu fazia aqueles arranjos acompanhando Dalva de Oliveira, Orlando Silva, cheguei a tocar com Vicente Celestino. E depois, mais tarde, com gente tida como moderna como Dick Farney, Lucio Alves. E eu queria que botasse Antonio Carlos Jobim, mas era muito comprido, entende, e o pessoal começou a colocar Tom mesmo. (...) 

Tom Cruise, é. 


Conseguiram essa besteira.


Isso, realmente, nos Estados Unidos o Tom se refere a Thomas, apelido de Thomas. Antonio é Tony. Então ficou essa extravagância aí criada pela invenção constante. "


Tom Jobim entrevista para Walter Garcia 

30/11/1994

 Trechos da última entrevista de Tom Jobim 


(...) "Distorciam as palavras de Villa Lobos, Mário de Andrade, Portinari e Niemeyer."


(...) "Falavam da cor do "robe de chambre" de Richard Wagner, umas conversas que não tem nada a ver com a música."


(...) "Tem um sujeito que escreveu "A Crítica dos Críticos" e botou todas as críticas que os críticos fizeram aos maiores gênios do mundo, Beethoven, Debussy, Brahms, Ravel. Então todo mundo escrevendo aquelas besteiras. O que é que eles iriam escrever? Eles não estavam entendendo nem aquilo que estava sendo tocado" 


(...)

" Barão de Ipanema, paulista da nobreza rural... Existe também uma microrregião rural em Minas Gerais chamada Ipanema, que deve ser por causa de um outro rio que não seja muito bom de peixe. Mas então o Barão de Ipanema saiu lá de São Paulo, veio pra cá e comprou uma fazenda aqui na beira da praia. E essa fazenda, por causa do Barão de Ipanema, ficou sendo chamada de Ipanema. É por isso que tem tanto paulista dono de apartamento em Ipanema "


Entrevista a Walter Garcia, 30 de Novembro de 1994.


(*) A fazenda do Barão de Ipanema abarcava mais da metade de Ipanema e parte de Copacabana, por isso existe uma rua em Copacabana chamada Barão de Ipanema.


Barão de Ipanema é um título nobiliárquico criado por D. Pedro II do Brasil, por decreto de 24 de março de 1847, a favor de José Antônio Moreira. Faz referência à Fábrica de Ferro de Ipanema, às margens do Rio Ipanema, na região de Sorocaba.


José Antônio Moreira Filho instalou-se no Rio de Janeiro, onde foi um dos principais responsáveis pela urbanização da Vila de Ipanema, hoje bairro de Ipanema, homenagem à localidade de Ipanema, em Iperó.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

 Tom Jobim foi apresentado a Heitor Villa-Lobos pelo Maestro Leo Peracchi. Peracchi levou Jobim ao apartamento de Villa-Lobos no Rio de Janeiro.


Tom Jobim dizia que Villa-Lobos compunha em meio a um verdadeiro caos sonoro. Escrevia e, raramente, apagava as partituras. 


Na casa de Villa-Lobos, havia um piano sendo tocado, TV ligada, rádio ligado, telefone tocando, uma soprano treinando ao piano e Villa-Lobos compondo. 


Tom perguntou como ele conseguia compor naquele ambiente. Villa-Lobos disse que tinha dois ouvidos, o externo e o interno, com o interno ele compunha em meio ao caos sonoro, mas se desejasse incluir um som ambiental na composição, ele incluía, sem nenhum problema, como um trem passando e apitando. 


Tom Jobim diz que Villa-Lobos, no começo, se irritava com as críticas, depois passou a aceita-las em tom de deboche. 


Ele respondia que, realmente, ele não entendia nada de música, o jornalista é que entendia, só que 100 anos depois de sua morte, ele seria lembrado e o jornalista esquecido. 


Tom Jobim sempre afirmou a influência da obra de Villa-Lobos em sua formação e produção musical.




Bobby Short e Tom Jobim, na casa de Tom Jobim, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 1982. Bobby Short foi considerado uma Lenda Viva pelo Congresso dos EUA em 2000.  Pianista e cantor, interpretou canções de Cole Porter, dos irmãos Gerswhin, Rodgers e Hart, Jerome Kern, Duke Ellington e muitos outros. Reinou no Cafe Carlyle de NY, por duas décadas, uma das mais badaladas e sofisticadas casas de show e night club dos EUA. Atuou em vários filmes. Foi colega de colégio do ator Dick Van Dike. Acompanhou a doença de Tom Jobim e estava em NY quando ele morreu, foi prestar condolências à família. Amigo de várias celebridades de Hollywood. Admirador da música brasileira e de Tom Jobim. Bobby faleceu em NYC em 2005 com 80 anos. Esteve algumas vezes no Brasil e fez shows em SP. Atuou nos clubes mais sofisticados dos EUA.

 Tom Jobim foi apresentado a Heitor Villa-Lobos pelo Maestro Leo Peracchi. Peracchi levou Jobim ao apartamento de Villa-Lobos no Rio de Janeiro.


Tom Jobim dizia que Villa-Lobos compunha em meio a um verdadeiro caos sonoro. Escrevia e, raramente, apagava as partituras. 


Na casa de Villa-Lobos, havia um piano sendo tocado, TV ligada, rádio ligado, telefone tocando, uma soprano treinando ao piano e Villa-Lobos compondo. 


Tom perguntou como ele conseguia compor naquele ambiente. Villa-Lobos disse que tinha dois ouvidos, o externo e o interno, com o interno ele compunha em meio ao caos sonoro, mas se desejasse incluir um som ambiental na composição, ele incluía, sem nenhum problema, como um trem passando e apitando. 


Tom Jobim diz que Villa-Lobos, no começo, se irritava com as críticas, depois passou a aceita-las em tom de deboche. 


Ele respondia que, realmente, ele não entendia nada de música, o jornalista é que entendia, só que 100 anos depois de sua morte, ele seria lembrado e o jornalista esquecido. 


Tom Jobim sempre afirmou a influência da obra de Villa-Lobos em sua formação e produção musical.




Bobby Short e Tom Jobim, na casa de Tom Jobim, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 1982. Bobby Short foi considerado uma Lenda Viva pelo Congresso dos EUA em 2000.  Pianista e cantor, interpretou canções de Cole Porter, dos irmãos Gerswhin, Rodgers e Hart, Jerome Kern, Duke Ellington e muitos outros. Reinou no Cafe Carlyle de NY, por duas décadas, uma das mais badaladas e sofisticadas casas de show e night club dos EUA. Atuou em vários filmes. Foi colega de colégio do ator Dick Van Dike. Acompanhou a doença de Tom Jobim e estava em NY quando ele morreu, foi prestar condolências à família. Amigo de várias celebridades de Hollywood. Admirador da música brasileira e de Tom Jobim. Bobby faleceu em NYC em 2005 com 80 anos. Esteve algumas vezes no Brasil e fez shows em SP. Atuou nos clubes mais sofisticados dos EUA.

 Tom Jobim foi apresentado a Heitor Villa-Lobos pelo Maestro Leo Peracchi. Peracchi levou Jobim ao apartamento de Villa-Lobos no Rio de Janeiro.


Tom Jobim dizia que Villa-Lobos compunha em meio a um verdadeiro caos sonoro. Escrevia e, raramente, apagava as partituras. 


Na casa de Villa-Lobos, havia um piano sendo tocado, TV ligada, rádio ligado, telefone tocando, uma soprano treinando ao piano e Villa-Lobos compondo. 


Tom perguntou como ele conseguia compor naquele ambiente. Villa-Lobos disse que tinha dois ouvidos, o externo e o interno, com o interno ele compunha em meio ao caos sonoro, mas se desejasse incluir um som ambiental na composição, ele incluía, sem nenhum problema, como um trem passando e apitando. 


Tom Jobim diz que Villa-Lobos, no começo, se irritava com as críticas, depois passou a aceita-las em tom de deboche. 


Ele respondia que, realmente, ele não entendia nada de música, o jornalista é que entendia, só que 100 anos depois de sua morte, ele seria lembrado e o jornalista esquecido. 


Tom Jobim sempre afirmou a influência da obra de Villa-Lobos em sua formação e produção musical.

domingo, 1 de outubro de 2023

 The Way you look Tonight 

 Bobby Short e Tom Jobim, na casa de Tom Jobim, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 1982. Bobby Short foi considerado uma Lenda Viva pelo Congresso dos EUA em 2000.  Pianista e cantor, interpretou canções de Cole Porter, dos irmãos Gerswhin, Rodgers e Hart, Jerome Kern, Duke Ellington e muitos outros. Reinou no Cafe Carlyle de NY, por duas décadas, uma das mais badaladas e sofisticadas casas de show e night club dos EUA. Atuou em vários filmes. Foi colega de colégio do ator Dick Van Dike. Acompanhou a doença de Tom Jobim e estava em NY quando ele morreu, foi prestar condolências à família. Amigo de várias celebridades de Hollywood. Admirador da música brasileira e de Tom Jobim. Bobby faleceu em NYC em 2005 com 80 anos. Esteve algumas vezes no Brasil e fez shows em SP.