Tom Jobim foi apresentado a Heitor Villa-Lobos pelo Maestro Leo Peracchi. Peracchi levou Jobim ao apartamento de Villa-Lobos no Rio de Janeiro.
Tom Jobim dizia que Villa-Lobos compunha em meio a um verdadeiro caos sonoro. Escrevia e, raramente, apagava as partituras.
Na casa de Villa-Lobos, havia um piano sendo tocado, TV ligada, rádio ligado, telefone tocando, uma soprano treinando ao piano e Villa-Lobos compondo.
Tom perguntou como ele conseguia compor naquele ambiente. Villa-Lobos disse que tinha dois ouvidos, o externo e o interno, com o interno ele compunha em meio ao caos sonoro, mas se desejasse incluir um som ambiental na composição, ele incluía, sem nenhum problema, como um trem passando e apitando.
Tom Jobim diz que Villa-Lobos, no começo, se irritava com as críticas, depois passou a aceita-las em tom de deboche.
Ele respondia que, realmente, ele não entendia nada de música, o jornalista é que entendia, só que 100 anos depois de sua morte, ele seria lembrado e o jornalista esquecido.
Tom Jobim sempre afirmou a influência da obra de Villa-Lobos em sua formação e produção musical.
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