segunda-feira, 2 de outubro de 2023

 Tom Jobim foi apresentado a Heitor Villa-Lobos pelo Maestro Leo Peracchi. Peracchi levou Jobim ao apartamento de Villa-Lobos no Rio de Janeiro.


Tom Jobim dizia que Villa-Lobos compunha em meio a um verdadeiro caos sonoro. Escrevia e, raramente, apagava as partituras. 


Na casa de Villa-Lobos, havia um piano sendo tocado, TV ligada, rádio ligado, telefone tocando, uma soprano treinando ao piano e Villa-Lobos compondo. 


Tom perguntou como ele conseguia compor naquele ambiente. Villa-Lobos disse que tinha dois ouvidos, o externo e o interno, com o interno ele compunha em meio ao caos sonoro, mas se desejasse incluir um som ambiental na composição, ele incluía, sem nenhum problema, como um trem passando e apitando. 


Tom Jobim diz que Villa-Lobos, no começo, se irritava com as críticas, depois passou a aceita-las em tom de deboche. 


Ele respondia que, realmente, ele não entendia nada de música, o jornalista é que entendia, só que 100 anos depois de sua morte, ele seria lembrado e o jornalista esquecido. 


Tom Jobim sempre afirmou a influência da obra de Villa-Lobos em sua formação e produção musical.




Bobby Short e Tom Jobim, na casa de Tom Jobim, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 1982. Bobby Short foi considerado uma Lenda Viva pelo Congresso dos EUA em 2000.  Pianista e cantor, interpretou canções de Cole Porter, dos irmãos Gerswhin, Rodgers e Hart, Jerome Kern, Duke Ellington e muitos outros. Reinou no Cafe Carlyle de NY, por duas décadas, uma das mais badaladas e sofisticadas casas de show e night club dos EUA. Atuou em vários filmes. Foi colega de colégio do ator Dick Van Dike. Acompanhou a doença de Tom Jobim e estava em NY quando ele morreu, foi prestar condolências à família. Amigo de várias celebridades de Hollywood. Admirador da música brasileira e de Tom Jobim. Bobby faleceu em NYC em 2005 com 80 anos. Esteve algumas vezes no Brasil e fez shows em SP. Atuou nos clubes mais sofisticados dos EUA.

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