quinta-feira, 31 de agosto de 2023

 A origem da música e a evolução dos instrumentos. A origem do Jazz, Blues, R&B, Spiritual, Soul, Cool Jazz,  música caribenha, Samba, Choro, as Big Bands.

Laurindo de Almeida, Nestor Amaral, Zé Carioca (Cariocas Boy) ao lado de mestres do Jazz:  Louis Armstrong, Benny Goodman, Golden Gate Quartet, Tommy Dorsey, Lionel Hampton e outros. Laurindo Almeida atuou com Stan Getz, gravou vários sucessos de Tom Jobim. Foi o maior vencedor de Grammys do Brasil. Sinatra começou na orquestra de Tommy Dorsey. O tambor, a flauta, o violão, marimba e as bandas de jazz. O samba nasceu do maxixe que é uma mistura da polca austriaca com o lundu africano, o choro nasceu da combinação da polca, xote escocês, mazurca polonesa, valsa vienense, do minueto e da habanera cubana. 

O "ragtime" foi continuado por compositores clássicos, como Claude Debussy e Igor Stravinsky.


Apresentação de Danny Kaye, parceiro de Bing Crosby.

Carmem Miranda levou o choro e o samba para os EUA, Ary Barroso levou o samba-canção, Zequinha de Abreu, Waldir Azevedo e as maravilhas do choro. Dick Farney atuou nos EUA nos anos 40. A Bossa Nova foi a grande apoteose do encontro de culturas. Stan Getz e Byrd divulgaram as canções de Tom Jobim, desde o início dos anos 60. Todos os grandes nomes do Jazz gravaram Tom Jobim.

A Song is Born, 1948.

  Morreu Carlos Gonzaga aos 99 anos. Ele começou junto com a Bossa Nova, 1958, época de Chega de Saudade na voz de Elizeth e depois João Gilberto, competia com Nora Ney e Cauby Peixoto. Mudou para o Rock da Jovem Guarda de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderlea, e colegas, gravou grandes sucessos internacionais em versão para o português como Cely Campello e Tony Campello fizeram.

Famoso por gravar Diana, Oh Carol, Bat Masterson, Cavaleiros do Céu. Conheceu Paul Anka nos EUA. Inúmeros sucessos, O Diário, Foi Teu Beijo, Guantanamera, Only You, the Great Pretender

  Uma curiosidade sobre Tom Jobim e Vinícius de Moraes.


Foram parceiros antes de serem amigos.


Em 1955, na Continental, Dóris Monteiro estreou a parceria Dolores Duran e Tom Jobim com ‘Se é por falta de adeus’. 


Em ‘Quando tu passas por mim’, de Antônio Maria e Vinícius de Morais, Dóris antecipa o encontro do poeta Vinícius de Moraes com o Maestro. 


O disco contendo ‘Eu e meu coração’, de Inaldo Vilarim e Antônio Botelho, dá ao Tom o prêmio de melhor disco de 1955.


Tom Jobim só se tornou amigo de Vinícius de Moraes em 1956.


Oscar Niemeyer fez o cenário da peça, Vinicius de Moraes, Lila Bôscoli e  Tom Jobim conversam nos bastidores da estréia de Orfeu da Conceição. Foto de José Medeiros,1956




 Shorter Jobim




A origem da música e a evolução dos instrumentos. A origem do Jazz, Blues, R&B, Soul, Cool Jazz, música caribenha, Samba, Choro, as Big Bands.

Laurindo de Almeida, Nestor Amaral, Zé Carioca (Cariocas Boy) ao lado de mestres do Jazz: Louis Armstrong, Benny Goodman, Golden Gate Quartet, Tommy Dorsey, Lionel Hampton e outros. Laurindo Almeida atuou com Stan Getz, gravou vários sucessos de Tom Jobim. Foi o maior vencedor de Grammys do Brasil. Sinatra começou na orquestra de Tommy Dorsey. O tambor, a flauta, o violão, marimba e as bandas de jazz. O samba nasceu do maxixe que é uma mistura da polca austriaca com o lundu africano, o choro nasceu da combinação da polca, xote escocês, mazurca polonesa, valsa vienense, do minueto e da habanera cubana. 

Apresentação de Danny Kaye, parceiro de Bing Crosby.

Carmem Miranda levou o choro e o samba para os EUA, Ary Barroso levou o samba-canção, Zequinha de Abreu, Waldir Azevedo e as maravilhas do choro. A Bossa Nova foi a grande apoteose do encontro de culturas. Stan Getz e Byrd divulgaram as canções de Tom Jobim, desde o início dos anos 60. Todos os grandes nomes do Jazz gravaram Tom Jobim.


quarta-feira, 30 de agosto de 2023

 O Coral das Meninas Cantoras de Petrópolis


A música de Tom Jobim tem tudo a ver com o canto orfeônico. 


Samba do Avião.


O ensino de Música estava previsto na legislação educacional desde o século XIX, mas era muito difícil levar os conservatórios a todo o país.

Heitor Villa-Lobos lutou muito para difundir o canto orfeônico no Brasil e formar professores. Ele mesmo regeu um coro enorme (42 mil vozes) no estádio do Vasco da Gama, São Januário, 1940. Durante a era Vargas, devido ao apoio do Governo, ele foi bem sucedido, mas nos anos 60, o canto orfeônico foi retirado do currículo e criou-se o estudo genérico de música, opcional, e, finalmente, a música como apenas um conteúdo dos conteúdos de artes em geral.


Essa canção foi lançada em Agosto de 1962 no Au Bon Goumert, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto com Os Cariocas, Elza Laranjeira fez a primeira gravação, Tony Bennett fez a primeira gravação em inglês. A canção foi composta por ocasião do filme Copacabana Palace, o enredo narra a visita de três aeromoças ao Brasil para conhecerem Tom Jobim, o vencedor de vários prêmios com o filme Orfeu Negro. Nessa apresentação de 1962, foi apresentada a canção Garota de Ipanema, também.


MPB 4, Os Cariocas e o Quarteto Em Cy, grande sucesso. Maria Lúcia Godoy e o Madrigal Mineiro. O coro de vozes femininas da Banda Nova.




Tem gente que acha que olho claro faz a pessoa ficar bonita. Não faz. Fica ridículo. A pessoa quando é bonita é bonita. Tem um rosto perfeito! Qual a beleza na cara dele? Parece um boneco! Tem milhões de pessoas de olhos claros feias e pessoas de olhos castanhos lindas!  

A pessoa bonita é bonita indepedente de qualquer fator como cor de cabelo e olho

Os olhos azuis são uma ilusão de ótica. A cor dos olhos é castanha quando há pigmento ou amarelada sem pigmento. O azul é um desvio da luz por substâncias suspensas na retina


 Tom Jobim, Eumir Deodato e a equipe do filme: The Adventurers ou O Mundo dos Aventureiros.

O diretor Lewis Gilbert, de óculos, no canto à direita.

Durante as gravações em Los Angeles que deram origem  ao disco "Sinatra & Company", de 1971, Tom Jobim recebeu um convite da Paramount para compor a trilha sonora do filme "The Adventurers"dirigido pelo inglês Lewis Gilbert.

Data: 1969



A noite era uma grande escola para um músico, Tom Jobim tocava bolero, samba-canção, valsa, música cubana, mexicana. Os clientes pediam todo tipo de música. Bené Nunes, um dos amigos da madrugada, sugere a Tom Jobim que estude orquestração. Tom já pesquisava o assunto por curiosidade, procurou um amigo, maestro Lyrio Panicalli, e estudou o manual de Rimsky-Korsakoff, e, também, com Alceo Bocchino, Leo Peracchi e Radames Gnatalli, arranjos e orquestração.


Estudou piano com Lúcia Branco e Tomás Terán.

A professora Lúcia Branco, após ouvir Valsa Sentimental, aconselhou Tom Jobim a explorar seu potencial de compositor. Lúcia Branco também foi professora de gigantes como Jaques Klein, Arthur Moreira Lima, Nelson Freire e Luiz Eça.


Em 1953, Tom trabalha como arranjador para a editora Euterpe, passando para a pauta os sambas que seriam registrados e fazendo orquestrações para conjuntos de baile. Cresce seu prestígio.


Lyrio Panicalli era diretor musical da gravadora Sinter, hoje Universal Music, e levou suas músicas para os cantores da gravadora. Em abril de 1953, sai em disco “Incerteza” (com Newton Mendonça) por Mauricy Moura, cantor paulista. Em junho do mesmo ano, saem “Pensando em Você” e “Faz Uma Semana” (com João Stockler), interpretados por Ernani Filho. Ernani Filho era cantor oficial da orquestra de Ary Barroso, o que respaldava o lançamento. 


Na Continental, Radamés escrevia inúmeros arranjos para os programas musicais da Rádio Nacional.


Em fevereiro de 1954, Tom é contratado pela gravadora Continental como assessor musical e pianista. A Continental era comandada pelo compositor Braguinha e possuidora de um elenco estelar: Orquestra Tabajara, Carmélia Alves, Emilinha Borba, Dick Farney, Jamelão, Gonzaga, Chiquinho do acordeom, Aracy de Almeida entre outros.


Em 1954 com Billy Blanco compõe a Sinfonia do Rio e também Tereza da Praia, música feita a pedido de Lúcio Alves e Dick Farney, seu primeiro grande sucesso de público.


Na Continental monta um pequeno conjunto para gravações do cantor Bill Farr e do violonista Luiz Bonfá. Em junho, a Continental lhe confia uma orquestra pela primeira vez, um arranjo para ‘Outra vez', gravação com Dick Farney.


Naquela época qualquer ritmo ou canção ganhava uma orquestração, a Continental era uma fábrica de partituras. Era, portanto, necessário gente qualificada  que soubesse lidar com elas.


Fez arranjos para Elizeth Cardoso, arranjo e orquestração para Dalva de Olivera, Nora Ney, Dora Lopes e Doris Monteiro. Depois, parceria com Billy Blanco, Dolores Duran e Vinícius de Moraes, além da parceria com Newton Mendonça, seu amigo de infância, Aloysio de Oliveira, Marino Pinto e Paulo Soledade.


Em 1955 Radames Gnatalli o convidou para o programa da Rádio Nacional "Quando os maestros se encontram", Tom Jobim apresentou a composição Lenda em homenagem a Jorge de Oliveira Jobim, seu pai.


Solidão com Nora Ney foi seu quarto disco. Outra vez com Dick Farney foi o quinto.


Na Odeon com Léo Peracchi, Tom gravou vários discos, incluindo Por toda a minha vida.


O samba-canção ganhava arranjo sinfônico, uma densa sessão de cordas, com solos de flauta, oboé e trompas, à moda das serenatas de Tchaikovsky que estudava com Léo Peracchi.


Tom Jobim sempre afirmou que Chopin, Ravel e Debussy eram sua referência, e, no plano nacional, Claudio Santoro, Villa-Lobos, Francisco Mignone, Guerra Peixe e o próprio Radamés Gnattali.


Tom Jobim dá continuidade a linhagem nacionalista indicada por Villa-Lobos e Mário de Andrade.  Dorival Caymmi, Ary Barroso e Pixinguinha eram sua referência no campo popular nacional.


terça-feira, 29 de agosto de 2023

 Encontro historico de Tom Jobim e João Gilberto celebrando os trinta anos do show no Au Bon Gourmet que reuniu Tom Jobim, Vinícius de Moraes e João Gilberto. Nesse encontro Tom Jobim lançou Garota de Ipanema e Samba do Avião. Foi no mesmo ano do show no Carnegie Hall nos EUA que apresentou formalmente a Bossa Nova ao mundo.

Momento épico , 1962 1992.

 A Jovem Guarda abraça Tom Jobim. Erasmo Carlos, Tim Maia e Roberto Carlos foram atraidos para a música por João Gilberto, Tom Jobim e a Bossa Nova, depois seguiram outros rumos. Roberto Carlos se afastou do rock e, como cantor romântico, gravou vários sucessos de Tom Jobim. Cauby Peixoto foi pioneiro do rock e gravou Tom Jobim no estilo clássico e no estilo posterior à Bossa Nova. Carlos Imperial foi padrinho da Jovem Guarda. Roberto Carlos participou de diversos programas especiais da Rede Globo com Tom Jobim e gravou um CD com Caetano Veloso em homenagem a Tom Jobim e sua obra.


Produtor musical Carlos Imperial, Tom Jobim e Roberto Carlos.

 Morreu Carlos Gonzaga aos 99 anos. Ele começou junto com a Bossa Nova, 1958, época de Chega de Saudade na voz de Elizeth e depois João Gilberto, competia com Nora Ney e Cauby Peixoto. Mudou para o Rock da Jovem Guarda de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderlea, e colegas, gravou grandes sucessos internacionais em versão para o português como Cely Campello e Tony Campello fizeram.

Famoso por gravar Diana, Oh Carol, Bat Masterson, Cavaleiros do Céu. Conheceu Buck Ram e Paul Anka nos EUA. Inúmeros sucessos, O Diário, Foi Teu Beijo, Guantanamera, Only You, the Great Pretender.

Em 1957, Cauby lançou “Rock'n'roll em Copacabana”, de Miguel Gustavo. 1955 a “Ronda das Horas”, adaptação para “Rock Around The Clock”, de Bill Halley, com Nora Ney, rainha da sofrência. Celly Campello gravou “Estúpido Cupido” e “Banho de Lua.

 Três gerações

Fernando Lobo, Edu Lobo e o netinho.

Parceiro de Aracy de Almeida, Hianto de Almeida, Francisco Alves, Caymmi, Antonio Maria, Nora Ney, Cauby, Paulo Soledade, Evaldo Ruy, Orlando Silva, Joel de Almeida e Paulo Soledade.

 A Jovem Guarda abraça Tom Jobim. Erasmo Carlos, Tim Maia e Roberto Carlos foram atraidos para a música por João Gilberto, Tom Jobim e a Bossa Nova, depois seguiram outros rumos. Depois, Roberto Carlos se afastou do rock e, como cantor romântico, gravou vários sucessos de Tom Jobim. Cauby Peixoto foi pioneiro do rock e gravou Tom Jobim no estilo clássico e no estilo posterior à Bossa Nova. Carlos Imperial foi padrinho da Jovem Guarda.

 Tom Jobim e Chico Buarque de Holanda com o prêmio do Festival Internacional da Canção de 1968.


Presidente Juscelino Kubitschek recebe os artistas e a equipe do filme Orfeu Negro, 1959.


Carlos Imperial, Tom Jobim e Roberto Carlos.


Tom Jobim e Vinícius de Moraes.


Um pouco da história da Bossa Nova 


A Bossa Nova nasceu de uma vertente do Samba Canção.  Noel Rosa é autor de um samba que dizia: 'o samba, a prontidão e outras bossas, são coisas nossas', 1932. O músico Garoto nos anos 40 integrava um grupo chamado Clube da Bossa, diziam que Cyro Monteiro tinha Bossa. Como precursores da Bossa Nova, os historiadores indicam Lúcio Alves e Dick Farney, além de Mário Reis. Eles influenciaram João Gilberto, Johnny Alf e Tom Jobim no início de suas carteiras.


A palavra Bossa faz parte do jargão dos músicos desde o início dos anos 30. A palavra Nova agregada ao Bossa forma a síntese desse movimento.


Bossa significa inclinação, tendência, talento, jeito, dom. Fulano tem bossa para pintura. Bossa, também, significa ginga, balanço.


A primeira vez que a expressão Bossa Nova foi utilizada foi em 1957, no Grupo Universitário  Hebraica, na rua Fernando Osório, no Flamengo, no Rio de Janeiro, num show de Sylvinha Telles com um grupo bossa nova. 


Moyes Fuks era jornalista, trabalhou na Última Hora e na Editora Bloch. Sua irmã estudava violão com Carlos Lyra e Roberto Menescal, e ele conhecia as canções interpretadas por Nara, Normando, e Feitosa. Fuks ofereceu a Ronaldo Boscoli o auditório da instituição para uma apresentação e redigiu "Hoje, Sylvia Telles e um grupo bossa nova". Ele escolheu essa expressão ao acaso porque não sabia como definir o gênero, visto que não era exatamente o tradicional samba-canção nem jazz. Indicação portanto de uma nova tendência ou uma nova onda.


Participaram do evento além de Sylvinha, Nara Leão, Luiz Eça, Normando, Bebeto, Henrique, João Mário, Carlos Lyra, e Roberto Menescal. O auditório estava lotado. A plateia era composta por jovens dos colégios Mallet Soares, Mello e Souza, da PUC RJ, além dos sócios do Grupo Universitário Hebraico. João Gilberto não pôde comparecer. A canção Rapaz de Bem de Johnny Alf, cantada por Lyra, foi a mais aplaudida.


Sylvinha Telles já havia gravado em 1956, Foi a Noite de Tom Jobim e Newton Mendonça. 


O marco de início da Bossa Nova é o disco Canção do Amor Demais de 1958, com Elizeth Cardoso cantando músicas de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.  Chega de Saudade no estilo Bossa Nova.


João Gilberto lançou o compacto simples com as canções Chega de Saudade, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, e Bim Bom, de sua autoria no mesmo ano e um LP em 1959.

O Amor, o Sorriso e a Flor, em 1960, um LP. Stan Getz gravou com João Gilberto e Astrud Gilberto.


Amor de Gente Moça, de Sylvia Telles, saiu em 1959 com várias canções de Tom Jobim e Vinícius de Moraes 


A palavra Bossa passou a ser usada para se referir a tudo que era moderno, avançado. Até o Presidente Juscelino Kubitschek era chamado de Presidente Bossa Nova.


Em 1956 Tom Jobim e Vinícius de Moraes produziram as canções da peça Orfeu da Conceição. Posteriormente preparam a trilha do filme, que incluiu Luiz Bonfa.


A canção Desafinado de Tom Jobim e Newton Mendonça de 1958 já traz a expressão Bossa Nova para se referir ao gênero musical.


Em agosto de 1959, os estudantes de Direito da PUC organizaram um show com os artistas da Bossa Nova. As atrações seriam Sylvia Telles, Alaíde Costa, e Norma Bengell, que também cantaria . Os demais convidados eram Roberto Menescal, Luiz Carlos Vinhas, Carlos Lyra, Nara Leão, Normando Santos, Chico Feitosa e os irmãos Castro Neves. Ronaldo Bôscoli, o apresentador, prometeu levar Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Billy Blanco e Dolores Duran.

A PUC autorizou a realização do show, sem Norma Bengell, o grupo não aceitou e transferiu o evento para a Faculdade de Arquitetura, na Praia Vermelha.


Várias apresentações foram organizadas depois desse evento.  Escola Naval com Lúcio Alves, Sylvinha Telles, Alaíde Costa e Norma Bengell, no Colégio Santo Inácio, no Franco-Brasileiro, no auditório da Rádio Globo, com Os Cariocas.


Um Encontro histórico no Au Bon Gourmet em Copacabana com Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Gilberto, Milton Banana e Os Cariocas, em Agosto de 1962. 


Na Concha Acústica da PUC-Rio em 18 de Outubro de 1962,  um evento reuniu alguns dos nomes mais importantes da Bossa Nova, em prévia do concerto que ocorreria em 21/11/1962 no Carnegie Hall, em Nova York, no qual a Bossa Nova foi apresentada aos norte-americanos. Presentes Bebeto Castilho, Hélcio Milito, Luizinho Eça (Tamba Trio), Roberto Menescal, Dori Caymmi, o Quarteto Oscar Castro Neves, o Quinteto Sérgio Mendes, Vinícius de Morais, Sérgio Ricardo, entre outros. O astro do show foi o flautista americano Herbie Mann. O evento foi registrado pela Voice of America.


Moysés Fuks, João Luiz Albuquerque e Sylvio Túlio Cardoso foram os jornalistas que defenderam a Bossa Nova. Radamés Gnatalli, Léo Peracchi, Rogério Duprat, Julio Medaglia, Guerra Peixe, Lyrio Panicalli, Hermínio Bello de Carvalho, Aloysio de Oliveira, Ary Barroso e Dorival Caymmi também prestigiaram o grupo.


Tom Jobim e a Nova Banda

 Morreu Carlos Gonzaga aos 99 anos. Ele começou junto com a Bossa Nova, 1958, época de Chega de Saudade na voz de Elizeth e depois João Gilberto, competia com Nora Ney e Cauby Peixoto. Mudou para o Rock da Jovem Guarda de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderlea, e colegas, gravou grandes sucessos internacionais em versão para o português como Cely Campello e Tony Campello fizeram.

Famoso por gravar Diana, Oh Carol, Bat Masterson, Cavaleiros do Céu. Conheceu Paul Anka nos EUA. Inúmeros sucessos, O Diário, Foi Teu Beijo, Guantanamera, Only You, the Great Pretender.

Em 1957, Cauby lançou “Rock'n'roll em Copacabana”, de Miguel Gustavo. 1955 a “Ronda das Horas”, adaptação para “Rock Around The Clock”, de Bill Halley, com Nora Ney, rainha da sofrência. Celly Campello gravou “Estúpido Cupido” e “Banho de Lua.

 Torquato

Duprat

Tropical A Banda Tropicalista do Duprat

Maestro Rogério Duprat 

Chega de Saudade de Tom Jobim e Vinícius de Moraes

Trilha Sonora Original do Filme: Chega de Saudade

 "Conheci Tom Jobim tocando em várias boates de Copacabana, um jovem com cabelo caído no rosto, espantado com a noite do Rio. A primeira vez foi na boate "French can can". Gostava do Dorival Caymmi.

Tinha muitos mundos e paisagens na cabeça. 


 Eis que esse jovem das boates da Zona Sul prova seu talento e o filme Orfeu Negro é premiado com a Palma de Ouro *, aplaudido pelo mundo todo, ao lado de Vinícius de Moraes. 


Ele faz um samba novo, leve, belo, de bom gosto  ...


"Que é para acabar com esse negócio de viver longe de mim!"


Que encontro feliz de Tom Jobim e Vinícius de Moraes !"


Fernando Lobo, compositor e pai de Edu Lobo


* Orfeu Negro também venceu como melhor filme internacional, o Oscar, o Globo de Ouro e o Prêmio da Academia Britânica.

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

 Faleceu em Petrópolis no Rio de Janeiro aos 91 anos, a diva Lana Bittencourt. Ela foi a primeira a gravar Corcovado e gravou como sambalanço. A canção foi composta em sua residência. Lana Bitencourt LP de 1957. Um registro histórico. Ela canta Se todos fossem iguais a você. Patrimônio da cultura brasileira como Claudette Soares, Áurea Martins, Alaide Costa, Doris Monteiro, Nana Caymmi, Lucienne Franco, Ellen de Lima, Eliana Pittman e Leny Andrade.



Fez Bossa Nova e Sambalanço

Grande Diva

Apaixonada

Tom Jobim fez Corcovado na residência de Lana Bittencourt e ela foi a primeira a gravar

Monstro Sagrado 

Duas gigantes

Marlene e Lana 



Joel de Almeida 


 Borzeguim de Tom Jobim numa apresentação especialmente preparada para o saxofone por Roberto Sion.

 Que pena que o grande Francisco Alves faleceu antes do Tom Jobim gravar seu primeiro disco, seria maravilhoso ver esse grande cantor cantando canções de Tom Jobim. Foi o único dos grandes que não gravou Jobim. Morreu em 1952. Gravou Ary Barroso, Lupicinio, Ismael, Noel, gravou com Radames Gnatalli, Aracy de Almeida, Pixinguinha, Nono, Orestes Barbosa, Carmem Miranda. 

Tom Jobim gostaria de ter o Rei da Voz em suas canções.  

Cauby Peixoto, Vicente Celestino, Carlos Galhardo, Silvio Caldas, Cyro Monteiro, Dick Farney, Orlando Silva, Mario Reis, e Nelson Gonçalves gravaram Tom Jobim.

Um aspecto importante da Bossa Nova foi a abertura para os compositores cantarem. Antes do advento da Bossa Nova, somente aqueles grandes cantores com suas vozes poderosas podiam cantar. Com a Bossa Nova, os compositores tornaram-se mais conhecidos do grande público. Os cantores faziam sucesso e os compositores ficavam esquecidos. Com a quebra de paradigma da Boss Nova, o estilo intimista permitiu que os compositores interpretassem suas canções. Os cantores clássico criticaram a perda de espaço que isso acarretava para eles, num primeiro momento, mas depois muitos de adaptaram como Cauby Peixoto,. Aracy de Almeida, e outros, o importante foi quando Elis Regina e outras cantoras passaram a cantar com todo o potencial vocal, deixando claro que havia um espaço mais amplo que incluía todos. Mário Reis, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Agostinho dos Santos, Dick Farney gravaram canções de Tom Jobim.



Carlos Galhardo, o Rei da Valsa, com sua bela e poderosa voz, canta Tom Jobim acompanhado de José Menezes. Tributo a Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Galhardo tem uma bela interpretação de Fascinação que também foi gravada por Elis Regina.

O segundo cantor mais gravado do Brasil, atrás apenas de Francisco Alves.



 Maestro Eleazar, L Bernstein, Serge Koussevitzky.


Eleazar and Villa Lobos


Maestro Eleazar, Maestro Cláudio Abaddo, Zubim Metha


Leonard Bernstein, Claudio Abbado

 Flávio Ramos foi o empresário que fez o show de Tom Jobim, João Gilberto e Vinícius de Moraes com Os Cariocas no Au Bon Gourmet. Ele também foi o responsável pelo show de Tony Bennett no Golden Room do Copacabana Palace. Jazz e Bossa Nova.

Fats Elpídio tocava no Golden Room. Ele fez o primeiro show de Jazz no Brasil em 1938, no Fluminense.



Amanhã é o aniversário de mais uma personalidade da música brasileira, Edu Lobo, filho do grande Fernando Lobo, pernambucano, que fez música com Newton Mendonça, autor de grandes sucessos. 


Fernando Lobo foi gravado por Francisco Alves, Aracy de Almeida,  Dolores Duran, Nora Ney, Linda Batista e Luiz Gonzaga. Fez música com Paulo Soledade, Antônio Maria, Evaldo Rui e Joel de Almeida.


Edu Lobo, carioca, completa 79 anos. Cantor, compositor e instrumentista.


Foi casado com Wanda Sá. Gravou com Sergio Mendes, Hermeto Pascoal, Dori Caymmi, Chico Buarque, Paulo Bellinati, Mauro Senise, Romero Lubambo, Marcos Valle, Luizinho Eça, Maria Bethânia, Silvinha Telles, Marília Medalha, Torquato Neto, Marino Pinto, Nara Leão, Elis Regina, Lindolfo Gaya, e Guerra Peixe. 


Em 1981 Tom e Edu gravaram o album 'Edu & Tom'. Edição em CD de 1996.


Edu Lobo aparece no uDiscover guia como um dos melhores álbuns de 1971. Já venceu o Prêmio da Música Brasileira e o Grammy.


 Flávio Ramos foi o empresário que fez o show de Tom Jobim, João Gilberto e Vinícius de Moraes com Os Cariocas no Au Bon Gourmet. Ele também foi o responsável pelo show de Tony Bennett no Golden Room do Copacabana Palace. Jazz e Bossa Nova.

Fats Elpídio tocava no Golden Room. Ele fez o primeiro show de Jazz no Brasil em 1938, no Fluminense.

  Tony Bennett com Diana Krall, Bill Evans, Count Basie, Duke Ellington, Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald e Quincy Jones, todos eles gravaram Tom Jobim

  A eterna presença luminosa do Maestro Antônio Carlos Jobim. Uma ausência sentida pela música e pela cultura nacional. Revisitamos seu acervo e fazemos novas leituras de sua genial produção, explorando todas as suas possibilidades melódicas. A cultura perdeu o pensador Tom Jobim que refletia sobre política, ecologia, sociedade, o amor, a vida, o Brasil e do mundo. Sempre culto, sábio, e bem  humorado. Ele projetou nossa música internacionalmente de modo sem precedentes. Uniu o erudito ao popular. Deu nova vestimenta à tradição. Produziu catedrais de beleza musical. Admirado no mundo todo, pelos maiores músicos do planeta. Tom Jobim hoje é parte da nossa identidade cultural, não podemos entender o Brasil sem ele. Por isso vive eternamente em nossa memória e coração o Maestro Soberano.

  Torquato 


Cassiano


Zezé 


Codajás


Ponteiro


Arrastão 


1964 1968 Fina da Bossa





Caio Túlio Cardoso foi um jornalista muito importante na história da música e da Bossa Nova. Um grande defensor do movimento e admirador de Tom Jobim.


Ele cursou a Faculdade de Filosofia da Universidade Nacional, hoje UFRJ.


Foi da Revista A Cena Muda, Diário da Noite, Rádio Guanabara, Rádio Globo, Rádio Nacional, e O Globo.


Foi o primeiro a reconhecer o talento de Tom Jobim.

Teceu grandes elogios ao disco Faz uma Semana de Tom Jobim, lançado em 1953, com orquestração de Lyrio Panicalli e interpretação de Ernani Filho, elogiou a melodia, interpretação e orquestração, na coluna de O Globo. Depois a Sinfonia do Rio, as canções de Orfeu Negro e demais composições de Tom Jobim. Fez a cobertura do evento no Carnegie Hall em 1962. 


Tornou-se correspondente do semanário “Billboard”.  


Amigo de Ricardo Cravo Albim e Jorginho Guinle, sempre promoveu a Bossa Nova. Criou o Clube de Jazz e Bossa Nova com eles e Ary Vasconcelos, idealizou o Museu da Imagem e do Som, participou do Conselho Superior da MPB, criado no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, para escolher os premiados Golfinho de Ouro e Estácio de Sá. 


Escreveu para o jornal “O Globo” a coluna de música popular, de 1950 até 1967, quando veio a falecer.


Em 1943, Caio Túlio escrevia a coluna na seção “Um pouco de jazz”, com Ary Vasconcelos no Globo. Os dois assinaram também a coluna “Swing Fan”, na revista A Cena Muda. 


Elaborou dicionários do cinema, da música brasileira e de biografias. Faleceu com 42 anos.


Outros nomes do jornalismo da linha de frente da Bossa Nova foram João Luiz Albuquerque, Nelson Motta, Moyses Fuks, Sérgio Cabral, Zuza Homem de Mello e Hermínio Bello de Carvalho.

  Raul de Souza e Hector Costita, dois grandes nomes da música instrumental. O argentino Costita com 58 anos dedicado ao jazz e a Bossa Nova. Magníficos arranjos. Recording on 'Big Band Boss Nova' album began on 27 August 1962 at Columbia 30th Street Studios in New York City, when the whole of side one of the original LP was laid down. Quincy Jones was the arranger and Lalo Schifrin played piano.

The Stan Getz album featured three songs composed by Antonio Carlos Jobim: 'Desafinado', 'One Note Samba (Samba De Uma Nota So)' and 'Chega de Saudade (No More Blues)'. 

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  Tem muito mais gente nessa Santa Ceia, teria que ser um banquete bem maior, de qualquer forma vale a homenagem.


Vamos incluindo :


Luizinho Eça 

Newton Mendonça

Sylvinha Telles 

Castro Neves 

Elis Regina 

Claudette Soares 

Pery Ribeiro

Sérgio Mendes

Durval Ferreira 

Leny Andrade 

Tião Netto 

Milton Banana

Normando

Feitosa

Sérgio Ricardo 

Maysa

Aloysio de Oliveira 

Billy Blanco

Alaide Costa

Elen de Lima

Carmem Costa

Nana Caymmi

Dolores Duran

Luis Carlos Vinhas

Astrud Gilberto

Milito

Luiz Bonfa

Quarteto Em Cy

Marino Pinto

Paulo Soledade

Laurindo Almeida

Agostinho dos Santos

Dick Farney

Lúcio Alves

Jair Rodrigues 

Zimbo Trio

Tamba Trio

Os Cariocas 

Ana Lucia

Bola Sete


A lista é muito grande ....

  A definição de um ritmo da Bossa Nova

Durval Ferreira, Menescal, Baden Powell, João Gilberto, Carlinhos Lyra, Johnny Alf,

Milton Banana.

Recorte do tamborim de João.


Noel Rosa e as Nossas Bossas

Nora Ney e Dick com Alf

Mário Reis

Sylvia Telles

Bing Crosby

Sinatra 

Lúcio Alves 

Antecedentes

  O Tom de tudo

O Tom de todos


Elis, Tom, Gal, Marina, Caetano, Chico, Rita, Marisa, Bethânia, Zizi, Rita Lee, Gadu, Maria Rita, Ana Carolina, Maysa, Vinícius, João, e Leila.



 Cantora e atriz francesa Claudine Longet, esposa de Andy Williams, cantor americano que gravou com Tom Jobim e Dorival Caymmi. Ela fez grande sucesso nos anos 60 e 70, gravou canções de Tom Jobim. Amiga de H Albert, Robert Kennedy e Elvis Presley que gostavam muito de sua interpretação e das canções de Tom Jobim. Andy Williams fez um sucesso estrondoso com a canção Love is many splendored thing.



 Amanhã é o aniversário de mais uma personalidade da música brasileira, Edu Lobo, filho do grande Fernando Lobo, pernambucano, que fez música com Newton Mendonça, autor de grandes sucessos. 


Fernando Lobo foi gravado por Francisco Alves, Aracy de Almeida,  Dolores Duran, Nora Ney, Linda Batista e Luiz Gonzaga. Fez música com Paulo Soledade, Antônio Maria, Evaldo Rui e Joel de Almeida.


Edu Lobo, carioca, completa 79 anos. Cantor, compositor e instrumentista.


Foi casado com Wanda Sá. Gravou com Sergio Mendes, Hermeto Pascoal, Dori Caymmi, Chico Buarque, Paulo Bellinati, Mauro Senise, Romero Lubambo, Marcos Valle, Luizinho Eça, Maria Bethânia, Silvinha Telles, Marília Medalha, Torquato Neto, Marino Pinto, Nara Leão, Elis Regina, Lindolfo Gaya, e Guerra Peixe. 


Em 1981 Tom e Edu gravaram o album 'Edu & Tom'. Edição em CD de 1996.


Edu Lobo aparece no u



Discover guia como um dos melhores álbuns de 1971. Já venceu o Prêmio da Música Brasileira e o Grammy.

 Amanhã é o aniversário de mais uma personalidade da música brasileira, Edu Lobo, filho do grande Fernando Lobo, pernambucano, que fez música com Newton Mendonça, autor de grandes sucessos. 


Fernando Lobo foi gravado por Francisco Alves, Aracy de Almeida,  Dolores Duran, Nora Ney, Linda Batista e Luiz Gonzaga. Fez música com Paulo Soledade, Antônio Maria, Evaldo Rui e Joel de Almeida.


Edu Lobo, carioca, completa 79 anos. Cantor, compositor e instrumentista.


Foi casado com Wanda Sá. Gravou com Sergio Mendes, Hermeto Pascoal, Dori Caymmi, Chico Buarque, Paulo Bellinati, Mauro Senise, Romero Lubambo, Marcos Valle, Luizinho Eça, Maria Bethânia, Silvinha Telles, Marília Medalha, Torquato Neto, Marino Pinto, Nara Leão, Elis Regina, Lindolfo Gaya, e Guerra Peixe. 


Em 1981 Tom e Edu gravaram o album 'Edu & Tom'. Edição em CD de 1996.


Edu Lobo aparece no uDiscover guia como um dos melhores álbuns de 1971. Já venceu o Prêmio da Música Brasileira e o Grammy.

sábado, 26 de agosto de 2023

 Tom Jobim com Dori Caymmi anos 70


Nos idos de 1973, na época do álbum Matita Pere aka Jobim nos EUA, Tom Jobim usando um bigode. O colunista social Ibrahim Sued até brincou com ele, dizendo que ele estava muito circunspecto. Era avô de Daniel e com bigode. 


Tom Jobim, Chico e Gal Costa anos 80

Também na casa de Tom



Tom Jobim com Dori Caymmi anos 70


Nos idos de 1973, na época do álbum Matita Pere aka Jobim nos EUA, Tom Jobim usando um bigode. O colunista social Ibrahim Sued até brincou com ele, dizendo que ele estava muito circunspecto. Era avô de Daniel e com bigode. 


Tom Jobim, Chico e Gal Costa anos 80

Também na casa de Tom

Entrega da Palma de Ouro em Cannes 

A peça Orfeu da Conceição e o filme abriram espaço para muitos artistas negros.


João Gilberto e Tom Jobim sempre declararam sua admiração por Johnny Alf. Cantores negros fizeram muito sucesso no período como Carmem Costa, Agostinho dos Santos, Ellen de Lima, Eliana Pittman, Elza Soares, Jair Rodrigues, Elizeth.

Músicos como Bola Sete. O próprio filme e antes a peça Orfeu da Conceição abriram espaço para artistas negros. 

Outros nomes de destaque Simonal, Tim Maia, Erlon Chaves, Moacir Santos, depois o Milton Nascimento. Nos EUA a Bossa Nova foi acolhida por dezenas de grandes músicos negros do jazz. Essa linha de argumentação não tem sustentação histórica. Tom era amigo de Cartola, Pixinguinha, Zé Keti, Nelson Cavaquinho.

 Em 1987, o nosso Maestro Soberano lançava o álbum "Passarim", nele havia duas músicas que expressam o que nós estamos passando com a Amazônia, há 32 anos, Tom Jobim já falava sobre as queimadas, desmatamentos e a tomada de terras indígenas, e na época, pouco se falava sobre o assunto. O cantor Tom, também era o ecologista Tom, e, bravamente, teve a coragem de defender as nossas matas e nossos animais através da sua arte, o seu dom nato, e o fez com grande maestria com essas duas músicas principais do álbum (Passarim e borzeguim), aqui vemos uma pequena mostra do que era borzeguim com esse clipe maravilhoso. (https://youtu.be/YPAdmxMqWdA direitos autorais)

 Torquato 


Cassiano


Zezé 


Codajás


Ponteiro


Arrastão 


1964 1968 Fina da Bossa





Caio Túlio Cardoso foi um jornalista muito importante na história da música e da Bossa Nova. Um grande defensor do movimento e admirador de Tom Jobim.


Ele cursou a Faculdade de Filosofia da Universidade Nacional, hoje UFRJ.


Foi da Revista A Cena Muda, Diário da Noite, Rádio Guanabara, Rádio Globo, Rádio Nacional, e O Globo.


Foi o primeiro a reconhecer o talento de Tom Jobim.

Teceu grandes elogios ao disco Faz uma Semana de Tom Jobim, lançado em 1953, com orquestração de Lyrio Panicalli e interpretação de Ernani Filho, elogiou a melodia, interpretação e orquestração, na coluna de O Globo. Depois a Sinfonia do Rio, as canções de Orfeu Negro e demais composições de Tom Jobim. Fez a cobertura do evento no Carnegie Hall em 1962. 


Tornou-se correspondente do semanário “Billboard”.  


Amigo de Ricardo Cravo Albim e Jorginho Guinle, sempre promoveu a Bossa Nova. Criou o Clube de Jazz e Bossa Nova com eles e Ary Vasconcelos, idealizou o Museu da Imagem e do Som, participou do Conselho Superior da MPB, criado no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, para escolher os premiados Golfinho de Ouro e Estácio de Sá. 


Escreveu para o jornal “O Globo” a coluna de música popular, de 1950 até 1967, quando veio a falecer.


Em 1943, Caio Túlio escrevia a coluna na seção “Um pouco de jazz”, com Ary Vasconcelos no Globo. Os dois assinaram também a coluna “Swing Fan”, na revista A Cena Muda. 


Elaborou dicionários do cinema, da música brasileira e de biografias. Faleceu com 42 anos.


Outros nomes do jornalismo da linha de frente da Bossa Nova foram João Luiz Albuquerque, Nelson Motta, Moyses Fuks, Sérgio Cabral, Zuza Homem de Mello e Hermínio Bello de Carvalho.

 Gaynor Aretha Witney

 Torquato Taiguara Tenório Capinam 

 Tenorio Jr e seu conjunto Embalo, 1964. Tenorio Jr atuava no Beco das Garrafas. Pianista de destaque. Numa excursão na Argentina, foi confundido com um membro da luta armada, sequestrado e assassinado em Buenos Aires.


Elis Regina e vários colegas apelaram às autoridades brasileiras e argentinas para a identificação de seu paradeiro, mas não lograram êxito.


Inútil Paisagem de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira.

 O talento precocemente desaparecido de Taiguara, cantor uruguaio radicado no Brasil, interpretando Esquecendo você

Tenorio Jr 

O talento precocemente desaparecido de Taiguara, cantor uruguaio radicado no Brasil, interpretando Esquecendo você. O pai de Taiguara era maestro e tocava bandoneon e a mãe era cantora de Tango


Jane e Erondi



Claudette Soares e Taiguara

Estrada do Sol

Tom Jobim e Dolores Duran


Torquato Netto

 Adeus à grande Sueli Costa. Mais uma notícia triste neste sábado. Ela faleceu hoje aos 79 anos. Cantora e compositora. Fez Direito em Juiz de Fora. Dona de sucessos eternizados por cantoras como Elis Regina, Nara Leão, Simone e Maria Bethânia. Sueli, completou 50 anos de carreira em 2018. Fez Bossa Nova e MPB.

Sueli Costa com Fernanda Cunha fez show cantando Tom Jobim, por ocasião do aniversário do Teatro Central, 90 anos, em Juiz de Fora, 2018, gravou participação num disco em homenagem ao poeta português Fernando Pessoa, Tom Jobim também participou. Suas canções foram gravadas por Ney Matogrosso, Simone, Cauby Peixoto, Pedro Mariano, Joanna, Fagner, Fafá de Belém, Alaíde Costa, Ângela Rô Rô, Elis Regina, Ivan Lins, Zélia Duncan, Zizi Possi, Agnaldo Rayol, Beth Carvalho, Gal Costa, Wanderléa, Ithamara Koorax. Trabalhou com Gonzaguinha, Paulo Moura, Wagner Tiso, João Bosco e Aldir Blanc. Compôs "Alma", "Coração Ateu", " Voz de mulher", "Por exemplo: você". Sucessos “20 Anos Blues”, “Jura Secreta”, “Face a Face” foram gravados por Elis Regina, Simone, Fagner, Maria Bethânia e muitos outros. Fez música com o poeta Cacaso.

 Funk Melody R&B Soul 

Cool Bebop Fox Charleston Samba choro gafieira

Samba jazz samba canção Sambalanço boleto balada 

Seresta serenata

Cole 

Irvin

Bacharach

Michel 

Mancini

Samba rock funk 

Choro Maxixe

Tomy

G Miller

Gershwin

Sedaka

Disco


 Gonzaga

Arantes

Lulu

Hits

Abba

Aha

Carpenters

Beach

Ramones

She

Barry White

I love you baby 

Dire

Bono

Sting

Tina

 Adeus à grande Sueli Costa. Mais uma notícia triste neste sábado. Ela faleceu hoje aos 79 anos. Cantora e compositora. Fez Direito em Juiz de Fora. Dona de sucessos eternizados por cantoras como Elis Regina, Nara Leão, Simone e Maria Bethânia. Sueli, completou 50 anos de carreira em 2018. Fez Bossa Nova e MPB.

Sueli Costa com Fernanda Cunha fez show cantando Tom Jobim, por ocasião do aniversário do Teatro Central, 90 anos, em Juiz de Fora, 2018, gravou participação num disco em homenagem ao poeta português Fernando Pessoa, Tom Jobim também participou. Suas canções foram gravadas por Ney Matogrosso, Simone, Cauby Peixoto, Pedro Mariano, Joanna, Fagner, Fafá de Belém, Alaíde Costa, Ângela Rô Rô, Elis Regina, Ivan Lins, Zélia Duncan, Zizi Possi, Agnaldo Rayol, Beth Carvalho, Gal Costa, Wanderléa, Ithamara Koorax. Trabalhou com Gonzaguinha, Paulo Moura, Wagner Tiso, João Bosco e Aldir Blanc. Compôs "Alma", "Coração Ateu", " Voz de mulher", "Por exemplo: você". Sucessos “20 Anos Blues”, “Jura Secreta”, “Face a Face” foram gravados por Elis Regina, Simone, Fagner, Maria Bethânia e muitos outros. Fez música com o poeta Cacaso.

 Alguns cantores famosos do passado que gravaram canções de Tom Jobim com Vinícius de Moraes, Newton Mendonça, Dolores Duran, Aloysio de Oliveira, Marino Pinto, Billy Blanco, e Paulinho Soledade.


Mauricy Moura 1953, Ernani Filho 1953, Sylvia Telles 1956, Elizeth Cardoso 1958, Roberto Paiva 1956, Agostinho dos Santos 1959, Maysa 1959, Nara Leão 1964, Astrud Gilberto 1965, Pery Ribeiro 1963, João Gilberto,1964, os primeiros a gravar canções de Tom Jobim.


Grandes cantores gravaram Tom Jobim

Carlos Augusto, Delora Bueno, Diana Montez, Dora Lopes, Dorinha Freitas, Ernani Filho, Jandira Gonçalves, José Orlando, Nelly Martins, Neusa Maria, Norma Suely, Sônia Dutra, Vera Lúcia, Vanja Orico. Sílvio Caldas ou Orlando Silva

Elizeth Cardoso.

Agostinho dos Santos, Angela Maria, Cauby Peixoto, Carlos José, Marlene, Dick Farney, Albertinho Fortuna, Ana Lúcia e Marisa Gata Mansa.  Se Todos Fossem Iguais a Você, por Vicente Celestino, em 1959


As damas do Sambalanço e Bossa Nova eram

Leny Andrade, Áurea Martins, Alaide Costa, Elza Soares,

Pittman, Doris Monteiro, Claudette Soares, Lana Bittencourt, Neyde Fraga, Sambalanço


Masha Campagne

 Os cantores que gravaram algumas canções de Tom Jobim e Vinícius de Moraes nos anos 50 e 60.


Se todos fossem iguais a você


Estrada do Sol


Este seu olhar


Dolores Duran

Silvinha Telles 

Ana Lucia 

Angela Maria

Elizeth Cardoso

Agnaldo Rayol 

Maysa

Almir Ribeiro

Argindo Amaral

Agostinho dos Santos

Norma Suely

Roberto Paiva

Roberto Luna

Yula de Palma

Tito Madi

Lúcio Alves

Bene Nunes

Lana Bittencourt

Maria Helena Raposo 

W Calmon

Osny Silva 

Dorinha Freitas 

Carlos Galhardo

Orlando Silva

Silvio Caldas

Cauby Peixoto 

Ernani Filho

Pery Ribeiro

Gregório Barrios

Dick Farney 

Rosa Toledo

Lana Bittencourt

Claudette Soares

Carminha Mascarenhas

Leny Andrade

Carnem Costa

Ellen de Lima

Helena de Lima

Alaide Costa

Elza Laranjeira

Elza Soares

Eliana Pittman

Nara Leão

Luciene Franco

Vera Lucia 

Rosinha de Valença

Nelly Martins

Luely Figueiro


Sinfonia do Rio


Tom Jobim e Billy Blanco, 1954


Intérpretes: Nora Ney/Lúcio Alves/Os Cariocas/Gilberto Milfont/Emilinha Borba/Dick Farney/Dóris Monteiro/Jorge Goulart/Elizeth Cardoso.

 Morre Regina Werneck, cantora do Quarteto Em Cy, de 1966 e 1967, e letrista de Estamos ai


Cantora e compositora deixa músicas em parceria com Cartola, Dom Salvador, Camargo Mariano,  Durval Ferreira, Moacir Santos e Oscar Castro Neves. Gravou com  Beth Carvalho, Chico Buarque, foi empresariada por  Aloysio de Oliveira  


Em 1963, o pianista Ed Lincoln (1932 – 2012) lançou em disco com tema instrumental de Durval Ferreira (1935 – 2017) e Maurício Einhorn, Estamos aí, gravado em 1965 por Leny Andrade com a letra de Regina Werneck.

 

Participou do Programa Andy Williams nos EUA. Completaria 85 anos em um mês.


Cynara Faria, cantora do Quarteto em Cy, e Antonio Adolfo lamentaram a morte.


Foto : Toquinho, Ana Lontra Jobim, Telma Costa, Regina Werneck, à frente, Maria Christina Buarque de Hollanda e Cybele, no camarim do Canecão em 1977.

 Zé Keti e Mário Lago 


Nancy Wilson

 Jones 

McPartland

 Carmem


  Morgana King, atriz e cantora, atuou e gravou com Gerry Mulligan, Sinatra, C. Parker, C. Mingus, Benny Goodman, Buddy Rich e inúmeros grandes músicos. Fez cinema, atuou em O Poderoso Chefão. Filha de imigrantes italianos, atuou em hotéis, night-clubs e casas de espetáculo nos EUA. Gravação de 1965, ela contava com 35 anos. Dindi de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira. É uma interpretação também bastante contemporânea. Julie London e Morgana King parecem viajantes do tempo, cantam como se canta no futuro delas, ou seja, hoje.



Diana Krall interpretando "Insensatez".


A canção foi gravada por João Gilberto, Nara Leão, Elis Regina, Sylvia Telles, Maria Creuza, Roberto Carlos, Roberta Sá, Nana Caymmi, Gal Costa, Rosa Passos, Emílio Santiago, Ana Setton e Fernanda Takai.


No exterior por Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Peggy Lee, Nancy Wilson, Morgana King, Stan Getz, Sinéad O'Connor, Claudine Longet, Wes Montgomery, Astrud Gilberto, Diana Krall, Doris Day, William Shatner, Iggy Pop, José Carreras, Shirley Bassey, Olivia Newton-John, Stacey Kent e Pat Metheny.


Integra a trilha sonora dos filmes Sete Vidas, estrelado por Will Smith, e Estrada Perdida, do diretor David Lynch.




A Bossa Nova produz saúde mental


Madeleine Peyroux


Poemas


Sonetos


Vinícius


João Cabral


Paulo Mendes Campos


Manuel Bandeira


Drummond


Augusto Frederico Smith 


 "Insensatez".


A canção foi gravada por João Gilberto, Nara Leão, Elis Regina, Sylvia Telles, Maria Creuza, Roberto Carlos, Roberta Sá, Nana Caymmi, Gal Costa, Rosa Passos, Emílio Santiago, Ana Setton e Fernanda Takai.


No exterior por Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Peggy Lee, Nancy Wilson, Morgana King, Stan Getz, Sinéad O'Connor, Claudine Longet, Wes Montgomery, Astrud Gilberto, Diana Krall, Doris Day, William Shatner, Iggy Pop, José Carreras, Shirley Bassey, Olivia Newton-John, Stacey Kent, C Brown, Mingus,  K Allysson e Pat Metheny.


Integra a trilha sonora dos filmes Sete Vidas, estrelado por Will Smith, e Estrada Perdida, do diretor David Lynch.


Matéria da BBC de Londres sobre a Bossa Nova.

Matéria muito completa. Conta toda a trajetória do movimento. A vida dos principais nomes é apresentada. Um belo documentário. Nelson Motta, Joyce, Menescal, Carlos Lyra, Daniel Jobim, Wanda Sá, Helô Pinheiro, Geraldinho Carneiro, Marcos Valle, Paulo Jobim, Paula Morelenbaum, importantes depoimentos. O Brasil dos anos 50, promessa de modernidade e desenvolvimento. O show no Carnegie Hall. A recepção dos músicos americanos como Kessel, Shorter 


Depoimentos antigos de Tom Jobim. O Beco das Garrafas, Piaf, Ella Fitzgerald, na plateia. Vinhas, Tião Neto, Luiz Eça, Boscoli, Bonfá. Stan Getz, Byrd, Tony Bennett, Mulligan, Stan Kenton divulgando a Bossa Nova. João Gilberto e o estilo da Bossa Nova. Vinícius e a poesia.   Chega de Saudade com Elizeth e João Gilberto, canção marco. Nara Leão e a música de protesto. Sinatra, Cher, Nat King Cole, A. Winnehouse, Astrud Gilberto e a Garota de Ipanema. A crítica da melancolia dos antigos boleros, serestas e sambas-canções. Visita ao sítio de Tom Jobim com Daniel Jobim. A natureza exuberante como fonte de inspiração de Tom Jobim. 


Alf tocou no Plaza 

Carmem Miranda, Francisco Alves e Sílvio Caldas. Na rádio Cruzeiro do Sul, teve acesso ao jazz: Gershwin Stan Keaton, Billie Holiday e Nat King Cole.


Karrin Allysson jazzista americana de sucesso, várias indicações ao Grammy. Morro Não Tem Vez" ("The Slums aren't Given a Chance"), or"Favela", "O Morro", and "Somewhere in the Hills". Tom Jobim e Vinícius de Moraes 


Villa Lobos e Jobim 

Esta homenagem a Bach (1685-1750) também foi feita por compositores como Strasvinski. O nome do autor e o sufixo 'ana'. Stravinski e Debussy também são influências presentes na obra de Heitor Villa-Lobos. O tratamento polifônico de Bach atraiu sua atenção.


Heitor Villa-Lobos teve grandes intérpretes como Guiomar Novaes, Magda Tagliaferro, Nelson Freire, João Carlos Martins, Arnaldo Cohen, Jaques Klein, Arthur Moreira Lima, Maria Lúcia Godoy, Bidú Sayão e, no exterior, também.


Tom Jobim já compunha desde 1953. As canções Incerteza, Faz uma semana e Pensando em você. O grande sucesso popular foi Tereza da Praia com Billy Blanco em 1954. As canções Tereza da Praia e a Sinfonia do Rio com Billy Blanco já eram extremamente modernas. 1956 Orfeu da Conceição e 1959 Orfeu Negro.


Chega de Saudade, álbum : Canção do Amor Demais, 1958, Elizeth Cardoso, a Divina, e Antônio Carlos Jobim, canção de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Marco da Bossa Nova. Elizeth Cardoso acompanhada por João Gilberto ao violão. João Gilberto pediu para Elizabeth cantar no estilo Bossa Nova. Ela disse que ia tentar, mas era estranho. A história estava se realizando naquele momento. Uma revolução na música estava acontecendo. Depois Sylvinha Telles e João Gilberto viriam sacramentar o nascimento da Bossa Nova.


A Páscoa é a época do renascimento da natureza, o fim do inverno no Hemisfério Norte, a vida que renasce, a flora e a fauna que ressurgem. Desse fenômeno natural, vem o símbolismo do coelho e do ovo. A vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, o renascimento do homem e da natureza. Uma esperança renovada no futuro da humanidade. Tom Jobim depois da morte, dizia que queria viver num paraíso eterno, indestrutível, uma natureza que jamais pereceria pelas mãos humanas.

Que assim seja! Um paraíso com coros angélicos cantando suas canções ou louvores à natureza, obra da Criação regenerada!!


Feliz Páscoa a todos !!

Tom Jobim e a Nova Banda


"Em muitas de suas músicas, Tom Jobim cria uma estrutura melódica mínima, baseada em poucas notas que serão repetida sob diferentes caminhos harmônicos. Para que isso funcione bem, para que essas melodias mínimas não percam em impacto emocional, não se tornem pobres, foi preciso que houvesse um desenvolvimento, uma ampliação do uso expressivo dos acordes."


Paulo Costa e Silva


"A magia das melodias de Tom Jobim, a capacidade de produzir tanta beleza melodica com tão poucas notas é comparável ao gênio de Mozart."


Maestro Júlio Medaglia


Minimalismo melódico e complexidade harmonica. A harmonia altera a nossa percepção da melodia. 


A Bossa Nova é um movimento que começou e não terminou, é a própria origem da música brasileira moderna 


Tom Jobim é um agregador, um aglutinador, um articulador de tendências e ideias no campo da música e é o maior divulgador da música brasileira no mundo.


Hamilton de Holanda

Atriz americana, atuou com Gary Cooper, gravou canções famosas, Fly me to the moon, Cry me a River, Sway, Desafinado e muitas outras. Impressionante, realmente, a contemporaneidade da interpretação dela

 Ann Hampton Callaway

Se todos fossem iguais a você 

Cantora e compositora famosa nos EUA, além de atriz

Faz música para cinema e TV

Disco de platina

Callaway teve música gravada por Karrin Allyson, Liz Callaway, Barbara Carroll, Blossom Dearie, Michael Feinstein, Harvey Fierstein, Carole King, Patti LuPone, Amanda McBroom, Donna McKechnie, Liza Minnelli, Peter Nero, e Lillias White.Sunday quiz time... a bit of jazz fun. How many of these EmArcy Records female singers can you recognise?


Clue: There are 9 singers in total, each pictured in 4 separate photographs, except for one of their number who only appears in 3, giving a total of 35 images to study. We'll even give you their names, below, so all you have to do is match up their pictures. Good luck!


In no particular order: Kitty White, Ruth Olay, Thelma Gracen, Dinah Washington - Verve Records, Blossom Dearie, Morgana King, Sarah Vaughan, Helen Merrill, Patti Page

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

 Tony Bennett with Lady Gaga and Amy Winehouse


Margaret Whiting


Marian McPartland

 Alberto Nepomuceno (1864-1920), Henrique Oswald (1852-1931), Leopoldo Miguez (1850-1902) e Francisco Braga (1868-1945). Dentre os novos compositores que surgiam, destacavam-se: Glauco Velasquez (1884-1914), Luciano Gallet (1893-1931) e Heitor Villa-Lobos (1887-1959).



Guiomar Bidu Lúcia Branco Em Agosto de 1968 foi inaugurada a Sala Tom Jobim de Teorias e Leitura de Música da Escola de Música Popular do Museu da Imagem e do Som, sob a direção de Ricardo Cravo Albim. Presentes Eumir Deodato, Sidney Miller, Gutemberg Guarabira, 004, Hermínio Bello de Carvalho, Thereza e os filhos.


Se

essa rua fosse minha Arlequim

Nepomuceno Valadão

 Esse erudito francês, maestro Darius Milhaud, 1892-1974, foi o primeiro estrangeiro a reconhecer a riqueza rítmica, melodica e harmônica da música brasileira no encontro da cultura europeia com os ritmos africanos.  Ele esteve no Brasil durante a primeira guerra mundial. Estudou a origem da modinha, do maxixe, do choro, do samba. Estudou o lundu, a congada, sua combinação com a polca, a mazurca, o xote, a valsa. Conheceu a obra de Carlos Gomes, Ernesto Nazareth, Villa-Lobos, Santoro, Francisco Mignone, Guarnieri, Krieger, Custódio Mesquita, Pixinguinha, Mário de Andrade, Ary Barroso, Noel Rosa, Donga, Tom Jobim entre outros. Para ele, o sucesso mundial da Bossa Nova não foi surpresa. Esse universo faria nascer um Tom Jobim. Ele também admirava o jazz americano. Tom Jobim estudou com Koellreutter, Lúcia Branco, Panicalli, Bocchino, Radamés, Teran, Peracchi. Parece um mundo musical de outro planeta ou de outra trajetória do universo.

 O casamento da música com a literatura é antigo. A ópera O Guarani de Carlos Gomes foi baseada na obra de José de Alencar. Manuel Bandeira teve vários poemas musicados, inclusive por Tom Jobim e Villa Lobos. Vinícius de Moraes fazia poesia musicada. Influenciado por João Cabral, Paulo Mendes Campos e Augusto Frederico Smith. Villa Lobos incluiu a poesia de Catulo da Paixão Cearense na sua obra. Tom Jobim lia Guimarães Rosa, Olavo Billac, Fernando Pessoa, Drummond, Mário Palmerio. Jorge Amado foi musicado por Caymmi e Jobim. O pai de Tom era diplomata e escritor. Tom Jobim musicou O Tempo e o Vento de Érico Veríssimo. Tom Jobim e Vinícius de Moraes tornaram-se amigos por ocasião da composição das canções da peça Orfeu da Conceição, adaptação da tragedia grega para a realidade social brasileira.

Esses escritores gostariam que Vinícius de Moraes e Tom Jobim ingressassem na Academia Brasileira de Letras. Felizmente ambos estão realmente imortalizados pela grandeza da obra produzida, reverenciada por sua posteridade.

 Há alguns comentaristas que dizem que o título de Maestro ou Maestro Soberano porta uma certa carga de grandeza que afasta de nós o Tom humano, o Tom amigo, o Tom simples, o lírico, o poeta, o compositor, o trovador. Dizem que Tom não gostava de grandes títulos e adulações. Com a devida vênia, discordamos da afirmação. Tom Jobim foi, realmente, grande, foi brilhante, um gênio reconhecido pelos maiores músicos do planeta. Ele foi um músico completo.  Fez sinfonias, fez peças instrumentais, arranjos, orquestrações, melodias e letras extraordinárias. Num mundo onde muitas mediocridades são idolatradas, nada mais justo do que essa homenagem. Na verdade o título de Maestro não exclui as demais dimensões de sua personalidade como pessoa e músico. Expressa, antes, uma ideia de ápice, de completude, um maestro como Carlos Gomes, como Villa-Lobos, homens que criaram melodias e também amaram a música, expressado sua arte em plenitude, usando todos os recursos orquestrais. Segundo os familiares de Tom Jobim, ele gostava dessa homenagem de Chico Buarque. Felizmente recebeu o reconhecimento em vida. Um gigante com a virtude da simplicidade como geralmente são os grandes homens.


Foto de 1969.

 Recital de mestrado de Isabela de Figueiredo Santos. 13 de março de 2009, Escola de Música da UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil. Dissertação: Lendas Amazônicas de Waldemar Henrique: um estudo interpretativo.


Vozes femininas: Isabela Santos, Clara Guzella, Riane Menezes e Carolina Rennó; Violão e voz: Ricardo Novais, bateria: João Felipe de Paula, Violoncelo: Geter Fernandes 


A Nova Banda gravou em português e inglês.


Autores examinados na tese


Waldemar Henrique (1905-1995)

Heitor Villa-Lobos (1887-1959)

Ronaldo Miranda (1948-)


Antônio Carlos Jobim (1927-1994)

Obras de Jobim

• Sabiá (Tom Jobim/Chico Buarque) Arranjo: Ângelo Fernandes

• Boto (Tom Jobim/Jararaca)

• Soneto da Separação (Tom Jobim/Vinícius de Morais)

• Passarim (Tom Jobim)


Maria Lúcia Godoy, do Madrigal Renascentista, cantora e poetisa, divulgadora da obra de Villa-Lobos escreveu o poema da canção "Entretanto, eu canto", musicado por Waldemar Henrique; também cantaram 

Inezita Barroso, Clara Petraglia, Vanja Orico, Jorge Fernandes e Maria d`Apparecida.

O texto sempre conectado à música, era uma diretriz do autor.


Villa Lobos musicou Manuel Bandeira e Catulo da Paixão Cearense. Jobim musicou Manuel Bandeira. Sofreu influência de Guimarães Rosa, Bilac, Mário Palmerio, Fernando Pessoa, Drummond, e dos sonetos musicados de Vinícius de Moraes.


A dissertação objetiva sugerir uma interpretação adequada para o canto em 

quatro Lendas Amazônicas de Waldemar Henrique: Foi Bôto, Sinhá!, Uirapuru, Nayá e

Japiim segundo a proposta do autor.


 Linda e Dircinha Batista, Isaura Garcia, Elizete Cardoso, Leny de 

Andrade, Vicente Celestino e Orlando Silva, cantavam com voz impostada, influencia do canto lírico europeu. Usavam adornos 

portamentos, trilo, cadência, floreio, grupetos e apojaturas.


Maysa cantava com a voz mais colocada e encorpada, utilizava vibrato,  Carmen Miranda possuia voz 

colocada,  e o r com pronúncia italiana 

Carmen Miranda conhecia Waldemar Henrique.


O modo de cantar 

popular foi se modificando ao longo dos anos.

Conforme o gosto do público e o desenvolvimento de novas técnicas.

 Em 1958 Elizeth Cardoso gravou Chega de Saudade de Tom Jobim e Vinicius, segundo os pedidos de João Gilberto, no estilo Bossa Nova, no álbum Canção do Amor Demais. João Gilberto a acompanhava no violão. Um marco na história da Bossa Nova.


Ela atendeu aos pedidos de João Gilberto e gravou Chega de Saudade no estilo Bossa Nova . Uma inflexão muito difícil para uma cantora do estilo clássico.


Ernani Filho gravou em 1953 :  Faz uma semana e Pensando em você, depois gravou Luar e Batucada, Só Saudade e Foi a Noite de Tom Jobim e Newton Mendonça. Ernani Filho era o cantor favorito de Ary Barroso e líder de sua orquestra.  


Elizeth era conhecida pelo apelido de Divina, cunhado pelo jornalista e produtor cultural Haroldo Costa.


Tom Jobim e a Nova Banda 


Fotos  :


Tom Jobim e Elizeth Cardoso, Especial da Globo nos anos 70. 1978 e os 20 anos do disco Canção do Amor Demais.


Tom, Elizeth e Vinicius.


Elizeth e Ernani Filho, boate Vogue, Copacabana, 1954.

 Hungria Letônia Stacey 

A importância do maestro Claus Ogerman (1930- 2016) e sua leitura da obra de Antonio Carlos Jobim (1927-1994).


O maestro alemão soube orquestrar as composições de Jobim com a devida sensibilidade musical, as cordas de forma sublime com a leveza exigida pela Bossa Nova. A música de Tom Jobim encontrou um magistral engenheiro que fez a música de Jobim chegar com beleza nos EUA, foi um encontro de dois gênios.


Ogerman deu a forma ideal às músicas mais relevantes de Jobim sem agredir a arquitetura original das composições. O trabalho de Ogerman com Jobim mostra como é possível conciliar, de modo coberto de êxito, a proposta musical original do autor com elementos do arranjador que mudam ou lhes acrescenta algo, sem ferir sua identidade.


Jobim gravou seis discos com Claus Ogerman, a quem conheceu através de  Creed Taylor. O primeiro album deles foi Antônio Carlos Jobim - The composer of Desafinado plays, com 12 músicas de sua autoria.


O álbum foi gravado nos dias 9 e 10 de maio de 1963 em Nova York com orquestrações de Ogerman e com o selo da Verve. É o primeiro LP de Tom nos Estados Unidos, as principais canções, de maior sucesso: ‘Garota de Ipanema’, ‘Samba de uma nota só’, ‘Chega de saudade’, ‘Desafinado’


Entre 1963 e 1980, Ogerman trabalhou com Tom Jobim nos álbuns The composer of Desafinado plays (1963), A certain Mr. Jobim (1967), Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim (1967), Wave (1967), Matita Perê (1973), Urubu (1976) e Terra Brasilis (1980). Nos álbuns Jobim e Urubu, Ogerman foi também o produtor. Dezessete anos de parceria. 


Ogerman fez também arranjos para discos de Astrud Gilberto e João Donato, The shadow of your smile e The new sound of Brazil, respectivamente. Já havia trabalhado com João Gilberto.


Entre 1959 e 1979, trabalhou com vários músicos, como arranjador e produtor, entre eles  Quincy Jones, Stan Getz, Bill Evans, Wes Montgomery, Cal Tjader, Oscar Peterson, Stanley Turrentine, George Benson, Frank Sinatra, Barbara Streisand, Sammy Davis, Jr


Tom Jobim e a Nova Banda




Astrud Gilberto gravou canções usadas em cerca de 16 filmes e séries de TV nos EUA.


Astrud fez 17 álbuns e 50 participações no cinema.


Aplaudida pelos maiores músicos do planeta.


O núcleo Tom Jobim, Getz, Astrud e João Gilberto foi o centro irradiador da Bossa Nova no mundo, abrindo as portas para todos os músicos do movimento. Stan Getz já tocava músicas de Tom Jobim desde o início dos anos 60, bem antes do show do Carnegie Hall.


Astrud entrou na gravação por acaso, convidada por João. João não falava inglês e Astrud falava um inglês com a graciosidade do sotaque.


Sua voz, sua leveza, seu charme, sensualidade, seu inglês, encantaram o público americano. Era muito agradável e uma música muito bonita, sublime, obra de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Newton Mendonça.


Sensação de algo aconchegante, terno, meigo, a voz que canta ao ouvido e conquista o coração.


Felizmente ela adotou um estilo próprio e não tentou imitar Frank Sinatra.


A Bossa Nova 

A onda que se ergueu no mar

A Bossa Nova conquista o mundo

Os maiores músicos do planeta aplaudem e acolhem 


Astrud Gilberto abriu caminho para que a bossa nova estourasse no mundo todo


Influenciou o pop americano e até o rock, o gênero dominante dos anos 1960.


A gravação ganhou o Grammy de Disco do Ano. É a composição mais gravada da história.


E “The Girl from Ipanema” transformou Astrud Gilberto em cantora profissional. Desde 1959, ela era casada com João Gilberto.


Tom Jobim e Astrud Gilberto inscreveram seus nomes no Hall of Fame dos EUA.


Grandes nomes que fizeram sucesso nos EUA: violonistas Bola Sete e Laurindo Almeida, os tecladistas Walter Wanderley, Sérgio Mendes e Eumir Deodato, e as cantoras Flora Purim e Eliane Elias.


O participante da nossa página João Carlos chamou a nossa atenção para a cantora e atriz Marlene, Victória Bonaiutti de Martino, e sua relação com a obra de Tom Jobim. Sua rival, na preferência dos fã-clubes, como Rainha do Rádio, Emilinha Borba, participou do time de cantores que gravou A Sinfonia do Rio de Tom Jobim e Billy Blanco. Marlene gravou algumas canções de Tom Jobim como Brigas nunca mais, já postamos aqui o video, e O Nosso Amor do Orfeu Negro, lançada por Marlene no carnaval de 60 com grande sucesso. Marlene teve carreira internacional, atuou no Waldorf Astoria, em Nova York, atuou em Paris, no Olympia, a convite de Edith Piaf, e no Copacabana Palace a convite de Caribé da Rocha. Teve música gravada por Dalva de Oliveira. Seu nome artístico era uma homenagem à atriz alemã Marlene Dietrich. Atuou no Cassino da Urca. Participou de programas de rádio como o de Cesar de Alencar na Rádio Nacional. Atuou com Marcos Valle, Milton Nascimento.

Participou do projeto Pixinguinha, com João Bosco, Gonzaguinha, Carlinhos Vergueiro, Antônio Adolfo e Wanda Sá. Morreu com 91 anos, em 2014.

Brigas Nunca Mais é talvez o primeiro vídeo clip da música brasileira com Marlene fazendo uma performance como atriz na execução da canção.

Marlene era a Rainha da Aeronáutica e a Emilinha Borba, da Marinha. Filha de imigrantes italianos, nasceu, em SP, em 1922, e faleceu no Rio de Janeiro, em 2014.








Em 1964 ela se separou de João Gilberto, alguns meses após o lançamento do álbum de João Gilberto e Stan Getz.


Esse filme tratava da questão do papel da mulher e do conservadorismo dos costumes da época que limitava a atuação da mulher.


Astrud fez 17 álbuns e 50 participações no cinema.


Aplaudida pelos maiores músicos do planeta


Esse núcleo Jobim, Getz, Astrud e João Gilberto foi o centro irradiador da Bossa Nova no mundo, abriu as portas para todos os músicos do movimento.


Ela entrou na gravação por acaso, convidada por João.


Sua voz, sua leveza, seu charme, sensualidade, seu inglês, encantaram o público americano. Era muito agradável e uma musica muito bonita, obra de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Newton Mendonça.

Sensação de algo aconchegante, terno, meigo, a voz que canta ao ouvido e conquista o coração.


A Bossa Nova 

A onda que se ergueu no mar


Astrud Gilberto abriu caminho para que a bossa nova estourasse no mundo todo

Influenciou o pop americano e até o rock, o gênero dominante dos anos 1960.


A gravação ganhou o Grammy de Disco do Ano. E a composição mais gravada da história.


E “The Girl from Ipanema” transformou Astrud Gilberto em cantora profissional. Desde 1959, ela era casada com João Gilberto


Grandes nomes que fizeram sucesso nos EUA violonistas Bola Sete e Laurindo Almeida, os tecladistas Walter Wanderley, Sérgio Mendes e Eumir Deodato, Eliane Elias, e as cantoras Flora Purim e Eliane Elias.


 A atriz e cantora Caterina Valente foi uma grande divulgadora da Bossa Nova na Europa e EUA. Ela tem cidadania francesa e italiana. Apresentou-se com Bing Crosby, cantando música de Tom Jobim na TV dos EUA, e, também, ao lado de Dean Martin e Ella Fitzgerald. Esteve no Brasil, encontrou-se com Tom Jobim, Dorival Caymmi e outros grandes nomes. Nas fotos ela aparece ao lado de João Gilberto e Astrud Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Charles Aznavour, Luiz Bonfá, e Chet Baker.

Atualmente com 92 anos ela está aposentada e vive nos EUA e na Suiça.

Gravou canções em 12 idiomas, dos quais domina 6,  francês, italiano, sueco, alemão, inglês e espanhol.


Visitou o Brasil em 61, Rio e SP, também esteve em anos posteriores


Admiradora de Maysa e Agostinho dos Santos


Na TV no Rio, cantou canções de Dorival Caymmi e Gilbert Becaud


Sylvia Telles, Aracy de Almeida, Sylvio Caldas, Lucio Alves e o Conjunto Farroupilha a acompanharam


A foto com Tom Jobim é de 1979A atriz e cantora Caterina Valente foi uma grande divulgadora da Bossa Nova na Europa e EUA. Ela tem cidadania francesa e italiana. Apresentou-se com Bing Crosby, cantando música de Tom Jobim na TV dos EUA, e, também, ao lado de Dean Martin e Ella Fitzgerald. Esteve no Brasil, encontrou-se com Tom Jobim, Dorival Caymmi e outros grandes nomes. Nas fotos ela aparece ao lado de João Gilberto e Astrud Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Charles Aznavour, Luiz Bonfá, e Chet Baker.

Atualmente com 92 anos ela está aposentada e vive nos EUA e na Suiça.

Gravou canções em 12 idiomas, dos quais domina 6,  francês, italiano, sueco, alemão, inglês e espanhol.


Visitou o Brasil em 61, Rio e SP, também esteve em anos posteriores


Admiradora de Maysa e Agostinho dos Santos


Na TV no Rio, cantou canções de Dorival Caymmi e Gilbert Becaud


Sylvia Telles, Aracy de Almeida, Sylvio Caldas, Lucio Alves e o Conjunto Farroupilha a acompanharam


A foto com Tom Jobim é de 1979

 Sylvia era filha de Paulo Teles, nascido em São Paulo de pais gaúchos e Maria Amélia D'Atri, nascida em Paris de pai italiano e mãe brasileira. Seu avô materno, Alessandro D'Atri, foi editor da prestigiosa revista Révue du Brésil, editada em francês, espanhol e italiano em Paris a partir de 1896.

Sei pai um grande apreciador da música clássica e seu irmão mais velho, Mário Telles, também atuava com música.

Ela estudou no Colégio Sagrado Coração 

 Oito de Abril de 1922, nascimento de Carmem McRae.


No More Blues aka Chega de Saudade, Carmen McRae, 1986. Ela atuou com Sammy Davis Jr, Dizzy Gillespie, Oscar Pettiford e Kenny Clarke, e na banda de Benny Carter (1944), trabalhou com Count Basie (1944). Sua referência era B. Holiday.

 Donga e Custódio Mesquita, no escritório da direção, na sede do Jornal O Globo, anos 20


O samba não nasceu no morro. Isso é uma lenda. O samba nasceu no asfalto. O Donga era amigo de Pinheiro Machado, um dos políticos mais poderosos da República no começo do século 20. O samba nasceu de uma elite cultural apoiado por uma elite social  e foi apropriado pelo povo e subiu o morro. 


Ruy Castro 

Roda Viva 

TV Cultura 

2022


Temos que repudiar a critica sobre um suposto elitismo social na origem da Bossa Nova, a presença de eruditos na origem do choro e do samba é fartamente conhecida.


Tom Jobim nunca desejou ser um autor elitista, ouvido apenas pela classe média, ele sempre quis que suas músicas fossem ouvidas e cantadas por todos.


A Bossa Nova foi o mais importante movimento da história de música brasileira disse Guerra Peixe. Os públicos e os eruditos aplaudiram e até hoje aplaudem. A Bossa Nova é uma vertente do samba canção. O jazz adaptou a Bossa Nova para seu gênero. Inúmeras premiações foram concedidas aos músicos da Bossa Nova. Aclamação mundial. Jobim uniu o erudito e o popular, a tradição e o futuro. A Bossa Nova é a origem da moderna música popular brasileira. Um movimento que rompeu com os modelos arcaicos do bolero, samba canção e serestas com letras trágicas. Foi o ponto mais alto da produção musical do Brasil e do mundo. Os melhores músicos do planeta gravaram. O João Gilberto propôs um estilo mas o movimento foi muito além disso. Vários intérpretes com belíssimas leituras. Pobre do Brasil que a riqueza da MPB pós-Bossa Nova com Elis Regina, Chico Buarque, Milton Nascimento, Gonzaguinha, Gal Costa, Simone, Bethânia, tenha degenerado nessa música dançante e descartável de quinta categoria. Várias canções de Jobim são comparadas a pérolas de Debussy, Villa-Lobos e Chopin. Um momento glorioso gravado para a eternidade. Sinatra, Stan Getz, Ella Fitzgerald declaram que Tom Jobim encontra-se entre os maiores compositores da história da música.


Mas é preciso ter cultura musical, enteder de música. 


Nos anos 50 o jazz iniciou um processo de fusão com a música caribenha. O jazz possui essa capacidade plástica de se acoplar a música de cada país e manter as suas raízes. Na Argentina o tango também se integrou ao jazz. A presença da música brasileira no mundo tornou-se estrutural, formando gerações. Motivo de orgulho para todos nós. Hoje a música brasileira está num buraco negro. Degradação máxima. Existe boa música mas ela não é mainstream. 


Ary Barroso, Pixinguinha, Tom Jobim e Vinícius de Moraes fazem parte de um panteão, de um universo paralelo, gigantes da música internacional gravaram Tom Jobim, Ary Barroso foi um sucesso imenso nos EUA. Tom Jobim e Vinícius venceram o Oscar e a Palma de Ouro com o filme Orfeu Negro. Jobim fez duas sinfonias do Rio e de Brasília. Os maiores músicos do planeta aplaudiram a Bossa Nova. Jobim teve formação clássica, Debussy, Villa-Lobos, Ravel, Chopin. Nunca mais houve nada parecido. Até hoje a música brasileira exerce influência e é admirada no mundo todo por causa da Bossa Nova.


Os maiores músicos americanos gravaram Tom Jobim. Sinatra, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan por exemplo. Tanto no vocal como no instrumental o cancioneiro de Tom Jobim causa deslumbramento. Garota de Ipanema derrotou Yesterday dos Beatles.


A Garota de Ipanema é uma metáfora da felicidade que interrompe o cotidiano e passa fazendo a realidade diferente, transfigurada


O meu pai era paulista


Meu avô pernambucano


O meu bisavô mineiro


Meu tataravô baiano


Meu Maestro Soberano Foi Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim


Muitas versões belíssimas, Sinatra, Pery Ribeiro, Toquinho, Ammy Winnehouse, Nat King Cole, Sylvinha, P Lee, Tim Maia, Gal Costa, Sérgio Mendes, Astrud Gilberto, Elis, Diana Krall, Nara Leão e Zeca Pagodinho, Seu Jorge, Boaventura, D Warwick


A Bossa Nova foi o mais importante movimento da história de música brasileira disse Guerra Peixe. Os públicos e os eruditos aplaudiram e até hoje aplaudem. A Bossa Nova é uma vertente do samba canção. O jazz adaptou a Bossa Nova para seu gênero. Inúmeras premiações foram concedidas aos músicos da Bossa Nova. Aclamação mundial. Jobim uniu o erudito e o popular, a tradição e o futuro. A Bossa Nova é a origem da moderna música popular brasileira. Um movimento que rompeu com os modelos arcaicos do bolero, samba canção e serestas com letras trágicas. Foi o ponto mais alto da produção musical do Brasil e do mundo. Os melhores músicos do planeta gravaram. O João Gilberto propôs um estilo mas o movimento foi muito além disso. Vários intérpretes com belíssimas leituras. Pobre do Brasil que a riqueza da MPB pós-Bossa Nova com Elis Regina, Chico Buarque, Milton Nascimento, Gonzaguinha, Gal Costa, Simone, Bethânia, tenha degenerado nessa música dançante e descartável de quinta categoria. Várias canções de Jobim são comparadas a pérolas de Debussy, Villa-Lobos e Chopin. Um momento glorioso gravado para a eternidade. Sinatra, Stan Getz, Ella Fitzgerald declaram que Tom Jobim encontra-se entre os maiores compositores da história da música.


Mas é preciso ter cultura musical, enteder de música. 


Nos anos 50 o jazz iniciou um processo de fusão com a música caribenha. O jazz possui essa capacidade plástica de se acoplar a música de cada país e manter as suas raízes. Na Argentina o tango também se integrou ao jazz. A presença da música brasileira no mundo tornou-se estrutural, formando gerações. Motivo de orgulho para todos nós. Hoje a música brasileira está num buraco negro. Degradação máxima. Existe boa música mas ela não é mainstream.


A Bossa Nova abriu espaço enorme para os compositores que antes eram esquecidos e para as mulheres. No passado só vozeirão cantava.


Bossa Nova nasceu no contexto histórico do pós guerra, havia um forte desejo de modernidade, um otimismo quanto ao futuro do país. A Era JK, 50 anos em 5, Brasília, Cinema Novo.


Antes das versões, Charles Byrd e Stan Getz faziam apresentações no instrumental e o público admirava e começou a gostar da Bossa Nova. A lírica deles foi de fundamental importância para uma apresentação completa da Bossa Nova, apesar de algumas divergências pontuais


A Bossa Nova foi o mais importante movimento da música brasileira de todos os tempos. Aclamada pelos maiores músicos do planeta. Todos os gigantes da música americana gravaram Tom Jobim. Nome inscrito no Hall of Fame.

Tom Jobim e a formação erudita de Villa Lobos, Debussy e Chopin além da música popular. João Gilberto, Vinícius de Moraes, Menescal, Carlos Lyra e Boscoli e muitos outros


A base da Bossa Nova é o samba canção sincopado com acordes dissonantes, e harmonia jazzistica. O cool jazz e o bebop como o fusion jazz permitiram essa junção, o jazz clássico é diferente. O samba canção é um samba mais melodioso, diferente do samba de desfile e do samba sob influencia do maxixe


A Bossa Nova foi o mais importante movimento da música brasileira de todos os tempos. Aclamada pelos maiores músicos do planeta. Todos os gigantes da música americana gravaram Tom Jobim. Nome inscrito no Hall of Fame. 

Tom Jobim e a formação erudita de Villa Lobos, Debussy e Chopin além da música popular. João Gilberto, Vinícius de Moraes, Menescal, Carlos Lyra e Boscoli e muitos outros


A base da Bossa Nova é o samba canção sincopado com acordes dissonantes, e harmonia jazzistica. O cool jazz e o bebop como o fusion jazz permitiram essa junção, o jazz clássico é diferente. O samba canção é um samba mais melodioso, diferente do samba de desfile e do samba sob influencia do maxixe


A Bossa Nova não veio negar a tradição do samba- canção, não veio trazer um cantar frio e sem emoção, a Bossa Nova não veio excluir as grandes vozes, não veio excluir a orquestra, a Bossa Nova não é jazz, são mentiras que parte da crítica criou. Vários cantores gravaram Bossa Nova com grande voz, apaixonados e com orquestra. A Bossa Nova veio ampliar os horizontes da nossa música. Uma ramificação do samba canção.

 Sylvinha Telles, a primeira favorita de Jobim, atuava no bar do Hotel Plaza, quando casou, foi substituta por Claudette Soares. Tom Jobim e Newton Mendonça tocavam no Plaza. Precocemente desaparecida em um acidente de carro no Rio de Janeiro, em 1966. 

"Amor de gente moça" foi uma obra marcante no nascimento da Bossa Nova. Ela já cantava no estilo Bossa Nova antes da Bossa Nova.

Gravou "Foi a noite" em 1956, obra de Tom Jobim e Newton Mendonça.

Sua filha Cláudia Telles faleceu em 2020, aos 62 anos.


Tom Jobim, Sylvia Telles e Marcos Valle.


Tom Jobim, Menescal, Sylvia Telles e Marcos Valle.

 

msmidia

Música

A Bossa Nova gaúcha II
Rogério Ratner

No que diz respeito aos gaúchos, o estilo bossanovístico trouxe significativa influência para a música urbana. Mas representou também um papel importante em relação à música gaúcha de viés folclórico e tradicional, como veremos.

# De início, cumpre lembrar a já mitológica passagem de João Gilberto pela capital gaúcha (assinalada por Ruy Castro no seu clássico livro “Chega de Saudade”), que aqui se radicou durante um período a convite de Luís Telles, seu amigo do conjunto vocal Quitandinha Serenaders (o nome faz alusão ao famoso cassino/hotel Quitandinha, de Petrópolis – RJ), que era integrado por três gaúchos e mais Luis Bonfá (grande violonista, craque da bossa nova e há muito tempo radicado nos EUA). João Gilberto morou no Hotel Majestic, travando contato com o poeta Mário Quintana (hoje o imóvel abriga a Casa de Cultura Mário Quintana, mantida pelo Governo do RS). E deu canjas por aqui, por exemplo, no Clube da Chave, de Ovídio Chaves (um dos fundadores do Clube dos Compositores Gaúchos) e também no Clube do Comércio e em um baile em Bento Gonçalves. Chegou a se apresentar no programa de auditório de Adroaldo Guerra, na Rádio Gaúcha, Segundo Rui Castro, o tempo que João Gilberto passou por aqui serviu para ajudá-lo a ordenar suas idéias, antes de sua volta triunfal à então Capital Federal, que culminou com a formatação do novo estilo através de sua “batida diferente”. Um dos encontros que marcou especialmente João Gilberto, neste período, foi com o professor e pianista Armando Albuquerque (que chegou a lançar um LP pela RBS Discos nos anos 80, contendo algumas gravações de suas peças eruditas), quando comparecia em sua casa do rua Lopo Gonçalves. Nestas ocasiões, Armando teria mostrado para João Gilberto um pouco de harmonia impressionista e de outras vertentes mais modernas na música erudita, contribuindo, de algum modo, para o cabedal de referências do mestre baiano. Luís Telles também teria chamado a atenção de João em relação às harmonias dissonantes.

# O Conjunto Farroupilha – formado por Tasso Bangel, Estrela Dalva, Iná Bangel e Danilo Vidal -, embora seja mais conhecido por seu trabalho de divulgação de canções do folclore e do tradicionalismo gaúcho, em um segundo momento “tirou a pilcha” e, trajando roupas “urbanas”, passou a centrar foco também na bossa nova, chegando a fazer a primeira gravação oficial em disco do clássico Samba de uma nota só , de Tom Jobim e Newton Mendonça, a segunda de Dindi, a quarta de “A Felicidade”, além de registrar “Por causa de você”. De fato, o conjunto vocal gaúcho, que se transferiu para São Paulo em 1956, agregou-se à onda de conjuntos vocais que vicejavam em torno da bossa nova, e gravou inúmeras canções da bossa nova em seus LPs, dando uma importante contribuição na divulgação do então novo ritmo. Na década de 80, o clássico baixista da bossa Sabá, ex-Jongo Trio e Som Três, chegou a integrar o conjunto.

# A cantora gaúcha Luely Figueiró, que também gravou, no final dos anos 50, alguns clássicos da música tradicional dos pampas, trajava um vestido de prenda na capa de um dos seus discos, mas não se fez de rogada para registrar na mesma bolacha algumas pérolas do repertório de Tito Madi, etc., recém “saídas do forno”. Também foi uma das primeiras intérpretes a gravar canções clássicas de Tom Jobim, como A Felicidade. A canção “O Nosso amor” foi “estreada” por ela em disco de 1959. Ingressou na Rádio Gaúcha em 1953, tendo sido eleita Rainha do Rádio do RS. Em 1957 mudou-se para São Paulo, contratada pela Rádio e Televisão Record, atuando também na TV Tupi. Em 1958 foi eleita a Rainha dos músicos de São Paulo, pelo Sindicato dos músicos profissionais. Uma bela morena, Luely foi umas das “certinhas do Stanislaw” Ponte Preta, famoso cronista carioca, e também uma atriz com grande filmografia no cinema nacional. Além disso, atualmente é escritora/astróloga.

# De fundamental importância para a propagação do repertório da bossa nova no RS também foram os conjuntos melódicos. Estes conjuntos, formados por estudantes universitários e/ou músicos da noite, não se dedicavam especificamente à bossa nova ou a um outro ritmo. Sua proposta era tocar música romântica, especialmente para embalar os casais de namorados em bailes e reuniões dançantes, tendo ficado famosos os que eram realizados no Salão de Festas da Reitoria da UFRGS, e em diversos clubes sociais pelo Estado afora. Assim, estas formações, surgidas a partir de meados dos anos 50, que representaram um enxugamento em número de integrantes em relação às orquestras, então dominantes no mercado de bailes, interpretavam a música brasileira e internacional das paradas de sucesso, em versões cool e suaves. Vários destes conjuntos eram primordialmente instrumentais, mas também passaram a incluir crooners. O mais notório destes conjuntos é o de Norberto Baldauf, que teve uma trajetória discográfica também expressiva, além de animar milhares de bailes e festas, e cuja trajetória foi espetacularmente resgatada em livro do jornalista Marcello Campos. Nestas bolachas lançadas pelo grupo, e pelos demais conjuntos que chegaram a gravar, há várias gravações de canções da bossa nova, num formato semelhante ao emprestado às canções pelos músicos do cool jazz. Um bom paralelo entre o som feito por estes grupos pode ser estabelecido com o trabalho de João Donato e seu conjunto (no primeiro disco lançado) e com o grupo de Valdir Calmon. Estas gravações de músicas da bossa nova foram importantes para divulgar o estilo no RS, devido à grande popularidade que detinham estes conjuntos melódicos junto ao público ouvinte. Ademais, vários dos instrumentistas e cantores de alto quilate ligados a tais conjuntos tinham formação jazzística e bossanovistica, sendo bons exemplos neste sentido o pianista Adão Pinheiro (que era do Flamboyant, que também gravou um LP), Geraldo Flach (que era do conjunto de Renato), Mutinho (também do Flamboyant), Carlos Calcanhotto (baterista, pai da cantora Adriana), Nilton e Wilson Baraldo, Canela, Argos Montenegro (pai do baterista Zé Montenegro), Nenê, Mamão, Edgar Pozzer, Sabino Loguércio, Léo Belloni, etc. De fato, os conjuntos melódicos reuniam muitos “cobras”, entre instrumentistas e cantores de grande fundamento. Elis Regina chegou a apresentar-se em bailes com algumas destas formações. Além do conjunto de Baldauf e o Flamboyant, inúmeros grupos formaram-se pela Capital e pelo Estado afora, tais como Renato e seu Conjunto, Flamingo, Conjunto João Roberto, Primo e seu conjunto, dentre muitos outros. Até o saxofonista/escritor Luis Fernando Veríssimo e o baterista/humorista Renato Pereira estavam nesta onda dos conjuntos melódicos.

Foi neste esquema dos conjuntos melódicos que surgiram dois instrumentistas gaúchos que obtiveram grande reputação nacional e internacional, gravando discos no Brasil, e se radicando inclusive nos EUA. Manfredo Fest e Breno Sauer, dois grandes pianistas, tinham seus conjuntos melódicos e, reunindo sempre ótimos instrumentistas, lograram registrar LPs lançados ainda no Brasil nos anos 60 que hoje são “caçados” como verdadeiras relíquias pelos colecionadores em todo mundo, e objeto de relançamento em CD por selos britânicos e americanos, isto sem falar em seus discos gravados e lançados no exterior, alguns que inclusive não chegaram por aqui. Sua atuação no centro do país, agregando-se aos principais artistas ligados à bossa nova, mesmo antes de se radicarem na América do Norte, gravando discos e participando de shows, garante-lhes um expressivo espaço no panteão dos grandes deste estilo.

# A bossa nova no RS, assim como no centro do país, também teve aqui seu viés universitário, com mostras e festivais competitivos, reunindo instrumentistas, cantores e compositores. Merece especial destaque, na divulgação do estilo, o Arquisamba, mostra de bossa nova organizada pelo pessoal do DAFA (Arquitetura da UFRGS). O primeiro Arquisamba, realizado em 1965, no Salão de Atos da Reitoria da UFRGS, trouxe para Porto Alegre Baden Powell, Sylvia Telles, Edu Lobo, Tamba Trio e Aloysio de Oliveira; em 1966, quando o show foi realizado no cinema Cacique, vieram Chico Buarque, Nara Leão, Quarteto em Cy e Bossa Jazz Trio; o terceiro show, em 1967, também realizado neste cinema, contou com Oscar Castro Neves, Quarteto em Cy, MPB4, Sidney Miller, Vinícius de Moraes e os gaúchos do Adão Pinheiro Trio; o quarto, promovido em abril de 1968, teve Baden Powell, Edu Lopo, Gracinha Leporace, Oscar Castro Neves trio, Quarteto em Cy, Sidney Miller e Stanislaw Ponte Preta.

Dos Arquisamba, o pessoal do DAFA partiu para a organização dos famosos Festivais da Arquitetura, realizados na modalidade que estava então consagrada no centro do país, com eliminatórias classificatórias, premiação, transmissão da TV e da Rádio Gaúcha.... enfim, eram festivais de cunho competitivo, apresentados no Salão de Atos da Reitoria da UFRGS. O evento foi denominado como “Festival Universitário da Música Popular Brasileira”, e teve duas edições. O Festival de 1968 teve feição bossanovista, e contou com artistas do centro do país, além de vários gaúchos. Vieram para Porto Alegre Paulinho Tapajós, Arthur Verocai, Beth Carvalho e Eduardo Conde, dentre outros. Foi lançado pela gravadora Philips um LP contendo as treze músicas finalistas, que foi gravado no Rio, sendo que os compositores e cantores daqui não participaram da gravação. Foram convidados para o registro sonoro artistas/cantores que estavam despontando no centro do país. Das canções finalistas/classificadas, que constam do LP, nove eram de gaúchos: “Você, por telegrama” (de Laís Marques, cantada por Joyce); “Quem vem lá” (também de Laís, cantada por Sônia Lemos); “A caminho de casa” (outra de Laís, intepretada por Magda); “Samba do Cotidiano” (de César Dorfman, cantada por Paulo Marquez); “Jogo de Viola” (primeiro lugar no festival, de João Alberto Soares e Paulinho do Pinho, cantada por Edu Lobo e Lucelena, que viria a ser a Lucina da dupla Luli e Lucina); “Canto do Encontro” (de Wanderley Falkenberg, cantada pelo “Momento 4”, do qual participavam Zé Rodrix); “Canção do Entardecer” (também de Wanderley, cantada por Lucelena); “Fantasia Urbana” (de César Dorfman, cantada por Mércia); “Sim ou não” (de Raul Ellwanger, cantada por Junaldo). Dos artistas “de fora”, cujas canções foram gravadas no LP, cumpre salientar “Domingo Antigo”, de Arthur Verocai e Arnoldo Medeiros, gravada no LP por Gal Costa.

Nas eliminatórias e finais, constaram canções como: Por causa sua (Mauro Kwitko/Paulo Pompeu, que ganhou o Festival do Colégio Bom Conselho de 1968, mas “não levou”, pois os autores eram universitários; o prêmio ficou mesmo com o conjunto Musikkorps, com a canção “Com Clarissa”)/ Zé do 13 (Raul Ellwanger, acompanhado de Os Redondos)/ De Rodeio (Geraldo Flach, cantada por Maria de Lourdes, que foi “iniciada” no violão por João Gilberto, em 1954)/, Canto do Encontro (cantada por Jussara e Marli) e Rancho do amor momento (interpretada por Lucinha, do Grupo Manifesto, do RJ), ambas de Wanderley Falkenberg/ Rosinha Rose (João Alberto Soares, cantada por Paulo Roberto)/ Quem vem Lá (Laís Aquino Marques), Boa Nova (Maria de Lourdes Flach, apresentada por Renato e seu conjunto); Fantasia Urbana (César Dorfman), dentre outras. Jogo de Viola, que venceu o festival, foi interpretada no certame por Érika Norimar e Sabino Loguércio.

No II Festival da Arquitetura, de 1969, do qual também participaram universitários de todo o país, e grandes nomes como Joyce, Nana Caymmi, Paulinho Tapajós, Danilo Caymmi, Zé Rodrix, etc., foram mostradas canções como Último Adeus (Geraldo Flach), Pelas Estradas do meu sonho (Paulo Dorfman), Redemoinho (Geraldo Flach e João Alberto Soares), Girança (Renato César Filho e Telmo Kothlar, cantada por Eliana Chaves, ou Nana Chaves/Ellwanger), Canto para duas incertezas (Carlos Barzcht), dentre outros. Mas esta segunda edição foi dominada pela Tropicália, que venceu com “Por Favor Sucesso” (Carlinhos Hartlieb com acompanhamento do Liverpool – ver nosso texto sobre o Tropicalismo Gaúcho em http://bandasdorockgauchoforever.musicblog.com.br )

# O Festival Sulbrasileiro da Canção, que teve três edições (67/68/69), e que era transmitido pela TV Gaúcha, também foi palco privilegiado para a divulgação do trabalho dos compositores, instrumentistas e intérpretes gaúchos ligados à bossa nova. Este festival era de caráter aberto, participando compositores dos mais variados estilos. Girou em torno do samba canção, da marcha rancho, da toada, da samba tradicional e da bossa nova, mas na última edição também teve um pouco da Tropicália. Inclusive Lupicínio Rodrigues e Alcides Gonçalves participaram, e até o carioca Zé Keti concorreu no primeiro, realizado em 1967. Este certame foi vencido pela gaúcha Rosa Maria, com a interpretação de Vera Beatriz para a música “Cantiga da Menina”. Luiz Mauro, com “Marcha para um novo amor”, ficou com o terceiro lugar. Alguns dos destaques foram “Batucada” e “Canto de Chegar”, ambas de João Palmeiro e Ivaldo Roque, interpretadas pelo “Canta povo”; “Razão de Ventar”, de Cláudio Siega; Vai em frente (Ney Chryst), com Renato e seu conjunto; Maria da Conceição (Victor Graeff Jr.). Desta edição foi editado um LP pela gravadora gaúcha CSB Discos, dirigida pelo cantor Rubens Santos, parceiro de Lupicínio Rodrigues (este LP é uma das “jóias da coroa” de nossa coleção, e vamos fazer um especial rodando o seu conteúdo no programa “Paralelo 30”, na Rádio Buzina do Gasômetro (http://www.buzinadogasometro.com.br ).

Em 1968, o Festival teve canções como: Carroceiro (Mutinho); Amanhã de manhã e o Gaúcho (segundo lugar, que a classificou para o festival da TV Excelsior, o Brasil Canta no Rio); Tempo de Partir (Sérgio Napp); Samba da Borges (João Palmeiro/Mutinho); Censura Contra Senso (Bayard Seganfredo); Jogo de Viola (Paulinho do Pinho e João Alberto Soares); Viva a paz (Ivaldo Roque/Manoel Chotguis); Eu e você/ Fim de Madrugada/ Meu olhar (Luiz Mauro); Paz no mundo (Ney Christ); Toadinha (César Dorfman, apresentada por Sonia e Carmen); Distância (Luiz Marcírio Machado e Ivan Fetter); Strip tease (Sérgio Reis). Embora a grande quantidade e qualidade das canções bossanovistas, o festival foi vencido pelo genial sambista da “velha guarda” Túlio Piva, com seu indefectível “Pandeiro de Prata”. “O Sonho” (César Dorfman) ficou com o terceiro lugar.

Em 1969, última edição do festival, concorreram canções como: Em Porto Alegre (João Palmeiro/Paulinho do Pinho); Nossa manhã de amor/ Chica Maria (Luiz Mauro, esta última foi a primeira colocada); Lua Amarela/ noite branca/ outra vez (César Dorfman); Viandante (Sérgio Napp); Ontem, hoje e sempre (Raul Ellwanger/Telmo Kothlar); Mamamita (Homero Lopes Filho); Menina Flor (Ney Christ, cantada por Luiz Mauro); Memórias (Paulo Dorfman/Sérgio Napp).

Grandes intérpretes ficaram encarregados de apresentar as músicas, quando não eram cantadas pelos próprios compositores, tais como Edgar Pozzer, Érika Norimar, Sepé Tiaraju de Los Santos, Lucia Maria, Paulo Roberto, Sabino Loguércio, Vera Beatriz, Trio Mayagô, Trio Arpege, dentre muitos outros.

# Permeando toda esta movimentação, articulou-se a Frente Gaúcha de Música Popular, que resultou, imediatamente, em um show organizado pela Cia. Jornalística Caldas Júnior (Correio do Povo) no ginásio do Grêmio Náutico União, realizado em 1968. Na primeira parte do show, apresentaram-se músicos gaúchos veteranos e novatos, e na segunda parte a apresentação ficou a cargo de Elis Regina. A Frente reuniu músicos de diversas escolas e vivências, reunindo o pessoal da bossa nova (que articulou fundamentalmente o movimento) aos músicos da noite e de conjuntos melódicos, além de compositores diversos, inclusive alguns dos então novatos tropicalistas gaúchos.

# De fundamental importância é referir a figura do maestro Radamés Gnatalli. Este gaúcho que deixou Porto Alegre para radicar-se no Rio de Janeiro ainda quando bem jovem, e de formação erudita, fui um dos principais arquitetos da música popular brasileira em seu período “clássico”. Os seus arranjos foram de fundamental importância para a formatação instrumental de estilos como o samba, o choro e o samba-canção, que valorizava com suas orquestrações que marcaram época na “Era de Ouro do Rádio” das emissoras cariocas tais como as rádios Nacional, Tupy e Mayrink Veiga, e, por decorrência, em todo o Brasil. Radamés foi um dos principais arranjadores da gravadora Odeon, dentre outras, e sua última atividade remunerada foi como maestro da Rede Globo. Suas composições eruditas e populares (especialmente no âmbito do choro) vem obtendo mais e mais repercussão à medida que o tempo passa, devido à grande riqueza e criatividade de sua obra autoral, de largo espectro estilístico. Tom Jobim era seu discípulo, e até o final de sua vida rendeu loas ao mestre gaúcho, que o influenciou tanto no segmento popular, como em sua produção erudita.

# Elis Regina - embora seja apontada por alguns como portadora da verdadeira antítese do canto bossanovístico, conforme já destacamos -, em verdade insere-se na grande diversidade de estilos dos cantores que se dedicaram a interpretar e gravar as canções da bossa nova. Cantora de grandes recursos e de enorme versatilidade, soube dar o tom certo exigido pelas canções da bossa que registrou em sua infindável discografia, sendo de destacar, naturalmente, o antológico LP que gravou em conjunto com Tom Jobim, já nos anos 70, registrando diversas canções do mestre, dentre elas, a indefectível “Águas de Março”. Ainda antes de estourar nacionalmente com “Arrastão”, desfraldando a bandeira da bossa engajada, Elis registrou o trabalho de diversos compositores gaúchos em seus primeiros discos, sendo que dentre eles havia vários bossanovistas, tais como Luiz Mauro, Mutinho, João Palmeiro, Geraldo Flach (em parceria com o carioca Arthur Verocai, na canção “Novo Rumo”), e Sérgio Napp.

# Geraldo Flach: Um dos mais consagrados pianistas do RS, e grande nome de nossa música instrumental, além de reconhecido compositor, iniciou sua trajetória precocemente, aos 14 anos. Ingressou no conjunto de baile de Renato, nos anos 60, e, com um trio (ele ao piano, mais baixo e bateria), apresentou um programa na TV Piratini, participando também do programa “O piano em destaque” na Rádio Difusora. Em 1964, foi premiado como o melhor solista do II Festival de Jazz e Bossa Nova, realizado em Tramandaí, e produzido pelo radialista e apresentador Glênio Reis. Enveredando pela composição, formou diversas parcerias, e participou de diversos festivais a nível local e nacional, tais como o I Festival Universitário de MPB (Festival da Arquitetura de 1968); I Festival Universitário da Guanabara, em 1968, com "Um novo rumo", em parceria com o carioca Arthur Verocai, que foi gravada por Elis Regina; II Festival Universitário da MPB (O segundo festival da Arquitetura); III Festival Universitário da Guanabara, em 1970; MPB 80 (Rede Globo de Televisão, em 1981); Grito de Alerta (Porto Alegre/1982), com "Quintana", parceria com João Alberto Soares, tirando o primeiro lugar, com interpretação de Nei Lisboa; Festival dos Festivais (Rede Globo/1985), dentre vários outros certames. Integrou a "Frente Popular Gaúcha de Música Popular" e o movimento "Musica Nossa", no Rio de Janeiro. Já se apresentou em conjunto com nomes como Ivan Lins, Rosinha de Valença, Lucinha Lins, Djalma Corrêa, Nana Caymmi, dentre inúmeros outros grandes nomes de expressão nacional e local. Um dos mais atuantes músicos do Estado, Geraldo já lançou diversos LPs e CDs instrumentais, tendo atuado como representante gaúcho no “Free Jazz Festival”, quando o evento teve Porto Alegre também como uma de suas sedes. Geraldo também destaca-se como autor de trilhas sonoras e jingles. Como diretor artístico da gravadora ISAEC, selo totalmente gaúcho dos anos 70, Geraldo foi o responsável, dentre inúmeros lançamentos, pela produção do disco (LP duplo) “Música Popular Gaúcha”, um dos mais importantes registros fonográficos já lançados em todos os tempos em solo gaúcho. Graças a este empreendimento, diversas canções que se destacaram nos festivais mencionados foram devidamente registradas, permitindo que a nossa memória musical não se esvaísse.

# Adão Pinheiro/ Paulo Pinheiro: pertencentes a uma família musical (além deles, os outros irmãos, Hélio e Edy (este já falecido), também são músicos destacados), os dois pianistas tem uma longa folha de serviços prestados à música de Porto Alegre. Adão, que fez parte do lendário conjunto Flamboyant, atualmente é responsável pelas teclas do conjunto Jazz 6, integrado, dentre outros “cobras”, pelo escritor e saxofonista Luís Fernando Veríssimo, o qual já lançou alguns CDs, com interpretações de clássicos do jazz e da bossa nova. É um dos principais instrumentistas gaúchos que transita neste universo jazzístico e bossanovista, e já acompanhou nomes como Wilson Simonal, Elis Regina, Altamiro Carrilho e Nelson Gonçalves. Paulo Pinheiro, além de pianista, foi proprietário do legendário bar “Alambique’s”, casa que recebeu inúmeros nomes de prestígio da MPB e da bossa nova, tais como Pery Ribeiro, Leni Andrade, Tito Madi e Dick Farney, e que foram acompanhados pelo anfitrião.

# Sérgio Napp: no início de sua atividade como compositor, nos anos 60, Napp foi bastante influenciado pela bossa nova, o que refletiu em suas canções da época. É o caso da canção “Pequeno Sol”, com a qual ganhou o Festival de Novos Compositores do RS, da TV Piratini; esta música, que foi posteriormente gravada por Hebe Camargo, obteve a sétima colocação no Festival “Um milhão por uma canção”, realizado no Rio de Janeiro. Em 1964, Elis Regina gravou “Meus Olhos”, Tito Madi registrou “Pra que mentir”, e Marisa Barroso “Vou ficar com você. Em 1968, participou do II Festival Sul-brasileiro da Canção e do Festival Internacional da Canção (FIC) com a música “Tempo de Partir”, que foi gravada por Clara Nunes e Walter Matesco. Em 1969, obteve a quinta colocação no Festival Sul-brasileiro da Canção com “Memórias”, música feita em parceria com Paulo Dorfman. Nos anos 80, destacaram-se suas composições na seara nativista, feitas em parceria com Mário Barbará, César Dorfman, Vinicius Brum, dentre vários outros parceiros, e pelas quais Napp é mais conhecido como letrista. Individualmente, Napp lançou um LP e três CDs. O último CD, lançado recentemente, resgata sua fase bossanovista, com brilhantes interpretações da cantora Ângela Jobim e arranjos de New.

# Luiz Mauro: pai do tecladista de jazz/bossa Luis Mauro Filho, Luis Mauro teve duas canções imortalizadas em disco por Elis Regina: Mania de gostar / Sem teu amor. Foi figura destacada nos festivais antes mencionados.

# Mutinho (ou Lupicínio Rodrigues Sobrinho), após tocar em conjuntos melódicos e no Canta Povo, radicou-se no centro do país, assumindo a bateria do conjunto de Toquinho e Vinícius. Com Toquinho, especialmente, mantém uma parceria musical muito profícua, sendo um dos autores do clássico “Aquarela”, dentre diversas outras músicas compostas pela dupla.

# Ivaldo Roque, exímio violonista popular e clássico, fundou, junto com o maestro Zé Gomes (pai do baixista André Gomes, do Cheiro de Vida), Darcy Alves e outros professores, o Clube do Violão, nos anos 60, que funcionava na Galeria Chaves, que foi um verdadeiro centro de irradiação das harmonias e ritmos da bossa nova para o pessoal que pretendia fazer música e aprofundar-se no instrumento à época. Posteriormente foi professor do Palestrina.

Em 1966, foi um dos criadores do grupo “Canta povo”, de que participou junto com Giba Giba, João Palmeiro, Laís Marques, Sílvia, Celso Marques e Mutinho. Na década de 70, Ivaldo formou, ao lado de Jerônimo Jardim, o grupo Pentagrama (além dos dois, as cantoras Loma e Yoli (também baterista), e Tenison Ramos no baixo). O Pentagrama foi um dos melhores grupos vocais da história da música gaúcha, sendo uma verdadeira seleção de craques. Provavelmente tenha sido o grupo que com maior radicalidade e ousadia procurou fundir o elemento nativo gaúcho aos avanços melódicos e harmônicos surgidos na MPB a partir da bossa nova. De fato, os arranjos vocais e as harmonias instrumentais são de grande complexidade, com muitas dissonâncias, dando um efeito de rara beleza na fusão da estética bossanovista aos ritmos e a temática próprios à música nativa e tradicional do RS. Mas, concomitantemente, o grupo também manteve um viés urbano, em decorrência da ampla atuação de seus membros em diversas frentes, dentre elas, a noite portoalegrense e o ambiente das escolas de samba.

# João Palmeiro, além de haver integrado o Canta povo, é compositor de diversas canções no estilo da bossa nova, tais como Outono (em parceria com Ivaldo Roque) e O Orvalho e a Rosa (em parceria com Mutinho), dentre muitas outras. A sua bossa “Formiguinha Triste” foi gravada por Elis Regina. Em 2001, num magnífico trabalho de resgate capitaneado pela cantora/produtora cultural Maria Lúcia, com direção artística de Toneco, financiado pela Prefeitura de Porto Alegre, foi editado um CD com músicas do compositor e seus parceiros interpretadas por ele próprio e um “timaço” de intérpretes e instrumentistas, tais como Glória Oliveira, Geraldo Flach, Fernando do Ó, Chico Gomes, Beto Bollo, Flora Almeida, Fátima e Heleno Gimenez, Zé Caradípia, Evaldo Guedes....

# Jerônimo Jardim, em sua carreira solo, manteve a “receita” do Pentagrama, mesclando uma forte influência bossanovista ao universo da música gaúcha, sem deixar de cuidar de sua produção MPBista, também de grande qualidade, e que lhe valeu destaque nacional, especialmente ao vencer um Festival da Rede Globo nos anos 80, com a música Purpurina, em interpretação de Lucinha Lins. Em sua carreira solo, Jerônimo lançou vários discos (o primeiro LP foi pela ISAEC), construindo uma obra plural e sólida, valendo-se quase que invariavelmente das harmonias complexas de filiação bossanovista. Um grande exemplo, neste sentido, é a canção “Moda de Sangue”, parceria sua com Ivaldo Roque, que foi registrada magistralmente por Elis Regina.

# Raul Ellwanger destacou-se ainda no final da década de 60, participando dos Festivais da Arquitetura e Sulbrasileiro da Canção. É um dos nomes gaúchos ligados à “bossa engajada”, e conseguiu um resultado de excelente qualidade em suas canções mesclando a estética da bossa aos temas regionais. Apresentou-se no Festival da TV Excelsior “O Brasil canta no Rio”, de 1968, para o qual se classificou no Festival Sulbrasileiro, com a música “O Gaúcho” (há duas gravações, uma com Raul, os Redondos e Homero Lopes Filho, e outra, com os mesmos acrescidos de orquestra, com arranjo de Paulinho Machado e solo de Copinha). Segundo Raul, esta canção teve a sua originalidade ao praticamente inaugurar a “projeção folclórica”, “escaninho” que depois virou uma das “linhas” de premiação da Califórnia da Canção de Uruguaiana, e também por ser uma música de protesto, o que não era comum aparecer em nosso cenário à época. Esta canção foi incluída no CD “Boa Maré”, lançado em 2004 por Raul, que contém outra música marcante daquele período, “Rosinha”. Devido à sua militância política, teve que se exilar inicialmente no Chile, o que o impediu de apresentar a canção “Amanhã de Manhã” no Festival de 1969. Após a queda de Allende, Raul exilou-se na Argentina, onde manteve contato estreito com Vinícius de Moraes, Toquinho, Ferreira Gullar, dentre outros brasileiros ilustres. Em 1977 retornou ao Brasil, voltando a radicar-se em Porto Alegre, e conhecendo a partir de então grande sucesso, especialmente por sua canção “Pealo de Sangue”, um verdadeiro hino porto-alegrense e gaúcho. Suas músicas já foram gravadas por grandes nomes, tais como Mercedes Sosa e Elis Regina. Para conhecer mais de sua obra, visite o site http://www.raulellwanger.com.br

# Wanderley Falkenberg: A exemplo de Laís Marques, Wanderley inicialmente esteve ligado à estética da bossa nova, sendo, posteriormente, um dos principais nomes do Tropicalismo gaúcho (ver texto nosso a respeito, em http://bandasdorockgauchoforever.musicblog.com.br ). É dele a bela “Canto do Encontro”, registrada no LP do Festival da Arquitetura pelo “Momento 4”, e de “Canção do Entardecer”, gravada por Lucina, conforme destacado acima. O mais conhecido clássico de Wanderley é “Lugarejo”, canção feita em parceria com Giba-Giba.

# Nenê (Realcino Lima Filho): o baterista Nenê surgiu também no cenário musical gaúcho nos anos 60, participando de conjuntos melódicos e festivais. É atualmente um dos grandes nomes da música instrumental brasileira, além de destacado compositor de canções de inspiração bossanovista (ele é também pianista). Já tocou com feras do quilate de Egberto Gismonti, Hermeto Paschoal, Paulo Moura, Pau Brasil, e acompanhou Milton Nascimento, Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dick Farney, Ângela Maria, etc. Desde 2001 vem se apresentando com o seu trio em festivais de jazz pelo Brasil e pelo mundo. Um dos destaques de sua discografia é o LP (relançado em CD) Minuano, em que expõe as suas raízes gaúchas, ao lado de inúmeras referências. Residiu por 12 anos em Paris. http://www.myspace.com/nenebaterista

# Paulinho do Pinho: Vencedor, em parceria com João Alberto Soares, do Festival da Arquitetura de 68, com “Jogo de Viola”, gravada por Edu Lobo e Lucina. Grande violonista, está radicado em Buenos Aires desde o início dos anos 70, tendo gravado alguns discos pela Philips argentina. Continua em plena atividade musical na capital portenha.

# Érika Norimar: cantora que, a exemplo de Elis Regina, foi revelada no programa “O Clube do Guri”, de Ary Rego, na Rádio Farroupilha. Destacou-se nos festivais gaúchos antes mencionados, sendo convidada para gravar pela gravadora Continental um LP. Além de canções clássicas da bossa nova, registrou a magnífica canção “O Sonho”, de César Dorfman, realmente um dos clássicos da bossa nova gaúcha. Érika gravou na bolacha, ainda, músicas de Sidney Miller, Danilo Caymmi/Paulinho Tapajós/Edmundo Souto, Sérgio Bittencourt, Ataulfo Alves/Carlos Imperial, Irney Reis, Marcos e Paulo Sérgio Valle, Fernando César e Elisabeth, e também dos gaúchos Wanderley Falkenberg (Canto do Encontro) e Túlio Piva (Pandeiro de Prata). Gravou em 69, compactos com as música “Menininha Madrugada” e “Tempo”, “Você passa eu acho graça” (Laís Marques), “Jogo de Viola”, “Fala Moço” e “Antônio desfilando”. Érika de há muito tempo está radicada no exterior, tendo passado, dentre outros lugares, pela França, e atualmente mora nos Estados Unidos, onde dá continuidade à sua exitosa carreira, transitando pelo circuito jazzístico. Já gravou no exterior vários CDs, um deles com o grupo Brazilian Explosion.

# César e Paulo Dorfman: arquiteto e compositor, César (pai de Lúcio Dorfman, ex-Engenheiros do Hawaii) foi, ao lado do irmão Paulo Dorfman (pai do tecladista Michel Dorfman e do baixista Jorge Dorfman, ambos geniais), um destacado representante da Bossa Nova gaúcha. Integrante do clã musical, ainda, não podemos esquecer da grande cantora Charlotte Dorfman (mãe de Michel e Jorge), recentemente falecida. O conjunto Mutirão, que os irmãos mantinham, foi um dos destaques nos Festivais de Bossa Nova realizados pelo Círculo Social Israelita nos anos 60 (era integrado também por Renato Axelrud, José Sinowetz, Moisés do Cavaquinho, Ivaldo Roque, Manoel Chotguis e Alberto Grobocopatel). César classificou diversas canções suas para os festivais locais mencionados, da qual se destaca “O Sonho”. Estabelecendo diversas parcerias, tem participado como compositor desde então de festivais de música da capital e do interior do Estado, figurando uma canção sua inclusive no CD do concurso “Uma canção para Porto Alegre”. Paulo Dorfman, maestro, arranjador e pianista, é um dos principais nomes do jazz e da bossa gaúchos de todos os tempos, e foi o organizador da OPPA (Orquestra Popular de Porto Alegre), uma verdadeira “big band” que reuniu inúmeros instrumentistas jazzistas sulinos.

Além destes nomes, que são apontados como uma mera amostra da influência da bossa nova na música gaúcha contemporânea, impende referir diversos músicos surgidos nos anos 70, que também se referenciaram, em maior ou menor instância, na estética em destaque: Fernando Ribeiro (falecido há poucos anos, lançou um LP pela EMI-Odeon, em 1977, cujas letras eram elaboradas por Arnaldo Sisson e Dedé Ribeiro, dentre outros), Toneco (exímio violonista em plena atividade em diversos trabalhos na capital gaúcha, especialmente no “Arrabalero”, de Dudu Sperb), Maria Lúcia (cantora que vem se dedicando ao resgate da obra de autores como Wanderley Falkenberg, Giba Giba, Toneco, etc.), Zé Caradípia, Denise Lahude, Denise Tonon, Mauro Rotenberg, dentre diversos outros nomes. Na cena atual, vemos a influência da bossa permear trabalhos como os dos saxofonistas Pedrinho Figueiredo, Paulo Lata Velha, Cláudio Sander e Luisinho Santos, da pianista e compositora Bethy Krieger (piano), os grupos Delicatessen, bem como das cantoras Patrícia Mello, Flora Almeida, Danni Calixto, Marisa Rotenberg, Renata Adegas, Adriana Calcanhotto, Alessandra Verney, Ângela Jobim, somente para ficarmos em alguns nomes, dos compositores e instrumentistas New e Luis Mauro Vianna, dos cantores Marcelo Delacroix, Paulo Rosa e Márcio Celi, os guitarristas James Liberato, Jefferson Marx, Alegre Corrêa (radicado na Áustria), Antônio e Gastão Villeroy (radicados no Rio), dos pianistas e compositores Fernando Corona, Dudu Trentin, Rafael Vernet, dentre muitos outros.