quarta-feira, 30 de agosto de 2023

 Tom Jobim, Eumir Deodato e a equipe do filme: The Adventurers ou O Mundo dos Aventureiros.

O diretor Lewis Gilbert, de óculos, no canto à direita.

Durante as gravações em Los Angeles que deram origem  ao disco "Sinatra & Company", de 1971, Tom Jobim recebeu um convite da Paramount para compor a trilha sonora do filme "The Adventurers"dirigido pelo inglês Lewis Gilbert.

Data: 1969



A noite era uma grande escola para um músico, Tom Jobim tocava bolero, samba-canção, valsa, música cubana, mexicana. Os clientes pediam todo tipo de música. Bené Nunes, um dos amigos da madrugada, sugere a Tom Jobim que estude orquestração. Tom já pesquisava o assunto por curiosidade, procurou um amigo, maestro Lyrio Panicalli, e estudou o manual de Rimsky-Korsakoff, e, também, com Alceo Bocchino, Leo Peracchi e Radames Gnatalli, arranjos e orquestração.


Estudou piano com Lúcia Branco e Tomás Terán.

A professora Lúcia Branco, após ouvir Valsa Sentimental, aconselhou Tom Jobim a explorar seu potencial de compositor. Lúcia Branco também foi professora de gigantes como Jaques Klein, Arthur Moreira Lima, Nelson Freire e Luiz Eça.


Em 1953, Tom trabalha como arranjador para a editora Euterpe, passando para a pauta os sambas que seriam registrados e fazendo orquestrações para conjuntos de baile. Cresce seu prestígio.


Lyrio Panicalli era diretor musical da gravadora Sinter, hoje Universal Music, e levou suas músicas para os cantores da gravadora. Em abril de 1953, sai em disco “Incerteza” (com Newton Mendonça) por Mauricy Moura, cantor paulista. Em junho do mesmo ano, saem “Pensando em Você” e “Faz Uma Semana” (com João Stockler), interpretados por Ernani Filho. Ernani Filho era cantor oficial da orquestra de Ary Barroso, o que respaldava o lançamento. 


Na Continental, Radamés escrevia inúmeros arranjos para os programas musicais da Rádio Nacional.


Em fevereiro de 1954, Tom é contratado pela gravadora Continental como assessor musical e pianista. A Continental era comandada pelo compositor Braguinha e possuidora de um elenco estelar: Orquestra Tabajara, Carmélia Alves, Emilinha Borba, Dick Farney, Jamelão, Gonzaga, Chiquinho do acordeom, Aracy de Almeida entre outros.


Em 1954 com Billy Blanco compõe a Sinfonia do Rio e também Tereza da Praia, música feita a pedido de Lúcio Alves e Dick Farney, seu primeiro grande sucesso de público.


Na Continental monta um pequeno conjunto para gravações do cantor Bill Farr e do violonista Luiz Bonfá. Em junho, a Continental lhe confia uma orquestra pela primeira vez, um arranjo para ‘Outra vez', gravação com Dick Farney.


Naquela época qualquer ritmo ou canção ganhava uma orquestração, a Continental era uma fábrica de partituras. Era, portanto, necessário gente qualificada  que soubesse lidar com elas.


Fez arranjos para Elizeth Cardoso, arranjo e orquestração para Dalva de Olivera, Nora Ney, Dora Lopes e Doris Monteiro. Depois, parceria com Billy Blanco, Dolores Duran e Vinícius de Moraes, além da parceria com Newton Mendonça, seu amigo de infância, Aloysio de Oliveira, Marino Pinto e Paulo Soledade.


Em 1955 Radames Gnatalli o convidou para o programa da Rádio Nacional "Quando os maestros se encontram", Tom Jobim apresentou a composição Lenda em homenagem a Jorge de Oliveira Jobim, seu pai.


Solidão com Nora Ney foi seu quarto disco. Outra vez com Dick Farney foi o quinto.


Na Odeon com Léo Peracchi, Tom gravou vários discos, incluindo Por toda a minha vida.


O samba-canção ganhava arranjo sinfônico, uma densa sessão de cordas, com solos de flauta, oboé e trompas, à moda das serenatas de Tchaikovsky que estudava com Léo Peracchi.


Tom Jobim sempre afirmou que Chopin, Ravel e Debussy eram sua referência, e, no plano nacional, Claudio Santoro, Villa-Lobos, Francisco Mignone, Guerra Peixe e o próprio Radamés Gnattali.


Tom Jobim dá continuidade a linhagem nacionalista indicada por Villa-Lobos e Mário de Andrade.  Dorival Caymmi, Ary Barroso e Pixinguinha eram sua referência no campo popular nacional.


Nenhum comentário:

Postar um comentário