sábado, 14 de outubro de 2023

 Tom Jobim não era um compositor meio erudito e meio popular, nem um autor popular interessado pelo aspecto erudito, tampouco, Ernesto Nazareth, ambos eram plenamente eruditos, eruditos apaixonados pelo popular. Ele fazia seresta, choro, valsa. Foi aluno de Eduardo Rodolfo de Andrade Madeira, amigo da família e, mais tarde, lições de Charles Lucien Lambert, amigo de Louis Moreau Gottschalk. Nazareth conheceu Rubstein.


São compositores nos quais a qualidade da elaboração musical é tão alta que a fronteira entre o erudito e popular se apaga. 


Tom Jobim nunca quis ser um músico ouvido apenas pela elite social, ele fazia música para todos. Com Leo Peracchi, Panicalli, Bocchino, Radamés Gnatalli, H. J. Koellreutter e Villa-Lobos, Tom Jobim aprendeu que a fronteira é tênue ou não existe. 


A influência de eruditos atravessa toda a sua obra, não apenas as sinfonias, melodias para instrumental e orquestração, tanto nos aspectos melodicos como harmônicos. Debussy, Ravel, Chopin, Bach, Villa Lobos e Gershwin se fazem presente. 


Com a professora Lúcia Branco, Jobim tocava todos os clássicos, bem como com Tomás Teran, pianista espanhol concertista e amigo de Villa-Lobos. Foi ela que o incentivou a desenvolver seu potencial de compositor.


Lucia Branco foi professora de gigantes como Jaques Klein, Arthur Moreira Lima, Nelson Freire  e Luizinho Eça.


Hans Joachim Koellreutter era o expoente máximo do dodecafonismo de Arnold Schoenberg. Claudio Santoro, Guerra Peixe e Isaac Karabtchevsky também foram alunos de Koellreutter.  


Quando Tom Jobim era um jovem músico em formação, a fronteira entre o erudito e o popular era rígida. Os dois mundos não se comunicavam de modo frequente. Tom Jobim gostava de ouvir e tocar Ravel, Chopin, Bach, Beethoven entre outros. Debussy e Villa Lobos foram as influências mais fortes. 


Tom declarou que em Chega de Saudade usou uma sucessão de acordes mais clássica do mundo e que a Bossa Nova tem influências profundas de Heitor Villa-Lobos. Na harmonia, a influência de Debussy e Ravel nos acordes expandidos e Gershwin em Chansong.


Passarim, Chovendo na Roseira, Sabiá, Insensatez, Valsa Sentimental, Canta Mais, Falando de Amor, Samba de uma Nota Só, Urubu, Terra Brasilis, Matita Perê, Luiza, são, portanto, inúmeras as comprovações da formação erudita de Jobim.

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