sexta-feira, 24 de março de 2023

 No dia 19 de Janeiro de 1982, no mesmo dia do nascimento de Nara Leão, o Brasil chocado recebia a notícia do desaparecimento precoce, no auge da carreira, de Elis Regina. Ela tinha apenas 36 anos. 


Uma personalidade central da música popular brasileira. A gaúcha Elis iniciou sua carreira influenciada por Ângela Maria, admirava, também, Isaura Garcia e Maysa, atuou na noite do Rio de Janeiro e SP. 


Foi comparada a Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Billie Holiday e Edith Piaf. Tinha voz de soprano.


A cantora islandesa Bjork se declara admiradora e tem Elis como referência de identidade musical.


Gravou e projetou grandes artistas como Milton Nascimento, Ivan Lins, Belchior, Renato Teixeira, Aldir Blanc e João Bosco.


Gravou também com Jair Rodrigues, Tom Jobim, Rita Lee, Maysa, Maria Creuza, Miele, Zimbo Trio e Adoniran Barbosa.


Seu álbum com Tom Jobim foi um dos maiores sucessos da música brasileira. A gravação foi feita em Los Angeles, 1974.


Gravou  todos os sucessos de Tom Jobim.


Venceu o Festival da Canção de 1965 com Arrastão.


Em 1981 participou de um Especial histórico da Rede Globo com Gal Costa.


Cantava em francês e alemão. Gravou com Michel Legrand. Apresentou-se na TV dos EUA, da Itália, França, Portugal, Bélgica, México e Alemanha.


Elis Regina foi casada com dois grandes nomes da música, Ronaldo Bôscoli e César Camargo Mariano. 


Era uma artista visceral. Apaixonada. Possuía um lado dramático e lírico e também muito bom humor. 


Filas quilométricas se formaram ao redor do Teatro Bandeirantes, onde seu corpo foi velado.


A consternação com sua morte foi muito grande e demorou para ser absorvida. Até hoje sua morte desperta um sentimento de perplexidade, 41 anos depois.


O acervo de Elis Regina encontra-se sob os cuidados da Casa de Cultura Mário Quintana em Porto Alegre.


Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre, 17 de março de 1945 — São Paulo, 19 de janeiro de 1982) 




Aniversário de Newton Mendonça, 96 anos. Amigo de infância de Tom Jobim, 1940, tocavam gaita, pegavam, jacaré, estudaram piano. 


Duas mentes com novas visões sobre a música brasileira em todos os aspectos, elegância, sofisticação, e complexidade, seja melodica, harmônica e na lírica. Newton Mendonça era muito reservado, não gostava de dar entrevista, morreu jovem. Atuou com Tom Jobim no Hotel Plaza. 


O mais chocante, para Tom Jobim e para ela, diz Helena Jobim, foi o fato de Newton Mendonça ter se encontrado com Tom Jobim no dia anterior ao de sua morte, além do fato de ter morrido muito novo, com apenas 33 anos, após o segundo enfarte que foi fulminante. 


Os historiadores dizem que, de modo geral, Tom Jobim fazia a melodia e Newton Mendonça fazia a letra, mas Tom Jobim declarou que o processo era mais complexo, ele, também, dava sugestões na letra e Newton na melodia e harmonia, o mesmo acontecia com Vinícius de Moraes. 


Newton Mendonça também tem produção solo e com outros parceiros como Fernando Lobo, pai de Edu Lobo (Você morreu para mim). O Tempo não desfaz , gravada por Ernani Filho, 1961, álbum : Em Cada Estrela Uma Canção.  Teu castigo, Nuvem e Canção do Pescador gravadas por Cris Delanno.


Os filhos de Tom e Newton Mendonça dizem que os dois faziam música como dois meninos brincando. Dizem que um dia Vinícius de Moraes se despediu dos dois e disse que ia embora porque eles cantaram tanto "Foi a Noite" que a noite realmente foi embora e já estava amanhecendo o dia, então Newton Mendonça pegava o violão e provocava o Poetinha cantando novamente" Foi a Noite" .


Algumas canções de Tom Jobim e Newton Mendonça : 

Incerteza, Foi a Noite, Samba de Uma Nota Só, Desafinado, Meditação, Caminhos Cruzados, Discussão e Só Saudade.


Desafinado foi gravado em 1958, lançado em disco em fevereiro de 1959 – e também Samba de uma nota só, lançado em 1960, Meditação, lançado em 1959 em gravação da cantora Isaura Garcia (1919 – 1993). O intérprete da gravação original de Desafinado e do Samba de Uma Nota Só foi João Gilberto.  Teu castigo foi gravada em 1955, lançada em 1956 com Dalva de Oliveira (Cris Delanno gravou), Foi a noite 1956,  Sylvia Telles, e Luar e batucada de 1956, com  Sylvia Telles, também a intérprete original de Discussão em 1959. A primeira vez que a expressão Bossa Nova apareceu numa canção, foi na letra de Desafinado.

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