sexta-feira, 24 de março de 2023

 A dimensão instrumental da Bossa Nova sempre foi importante e conferiu uma grandeza ao movimento. Baden Powell, João Gilberto, Bene Nunes, W Calmon, Milton Banana, Dom Um, Durval Ferreira, Sérgio Mendes, Laurindo Almeida, e Marcos Valle.

 

Grupos como o Zimbo Trio formado por Amílton Godoi, Luís Chaves, Rubinho, Rubens Barsotti. O Zimbo Trio surgiu em São Paulo, em 1964.


O Tamba Trio (Luís Eça, Bebeto, Hélcio Milito), Bossa 3 (Luís Carlos Vinhas, Tião Netto, Edison Machado) o Sambalanço Trio (César Camargo Mariano, Humberto Cleiber e Airto Moreira)


Os criadores da Bossa Nova tocavam instrumentos.  Tom Jobim, Johny Alf, Newton Mendonça, Castro Neves, L. Bonfá, João Donato, Normando, Chico Feitosa, Carlos Lyra e Roberto Menescal. 


Jobim tocava flauta, violão e piano.

Vinícius tocava violão.


Piano clássico 


Tom Jobim recebia colegas pianistas em casa, Arthur Moreira Lima, João Carlos Martins, Nelson Freire, Luizinho Eça. Moreira Lima e Nelson Freire como Luiz Eça e Jaques Klein foram alunos da Profa. Lúcia Branco, uma gigante do piano clássico como Guiomar Novaes e Magda Tagliaferro, grandes divulgadoras da obra de Villa-Lobos. Lúcia Branco tinha muito orgulho de ter sido aluna de Arthur De Greef que havia estudado com Franz Liszt. Havia um piano relíquia histórica da Bossa Nova onde Tom Jobim tocava com Vinícius e abria para seus amigos. Nise Obino também foi uma pianista de destaque da mesma época, amiga de Lúcia Branco. Mestra de Nelson Freire. Lúcia Branco após ouvir a Valsa Sentimental de Tom Jobim aconselhou que ele desenvolvesse o seu lado de compositor.  Eles executavam todos os clássicos, no curso. Tom Jobim tambem foi aluno de Tomás Teran, outro erudito.

Tom Jobim declarou, nessa entrevista, que se o mundo fosse destruido, ele reconstruiria tudo porque sabia tocar piano, tudo na memória.

Monstros sagrados interpretam Ave Maria de Gounod e Tom Jobim ao piano : Arthur Moreira Lima e João Carlos Martins. Clássicos ao piano. Casa do Jardim Botânico, 1980. Rua Peri.


Nova Banda 

A Nova Banda foi criada, por Tom Jobim, em 1984, por ocasião de um convite da Orquestra Sinfônica de Viena para uma apresentação de Tom Jobim. Jobim achou que a apresentação ficaria mais bonita com um grupo musical. A criação da Nova Banda foi a melhor iniciativa, em termos de showbusiness, da carreira de Tom Jobim. Foi uma bela iniciativa que deu a devida grandeza cênica à obra de Tom Jobim. Até então, havia uma banda mais limitada e predominava o estilo intimista do piano-bar, dos primórdios da Bossa Nova.

Tom Jobim gostou do desenho da banda com o coro de vozes femininas próximo do piano. Convidou grandes nomes da música com luz própria como Jaques Morelenbaum, Paula Morelenbaum, Danilo Caymmi, Tião Neto, e Paulo Braga. Convidou os filhos, Paulo e Elizabeth, e a esposa, Ana, para poder viajar, sem ficar afastado da família. 

O coro era formado por Elizabeth Jobim, Simone Caymmi e Ana Jobim. Maúcha Adnet, Paula e Jaques Morelenbaum entrariam mais tarde, durante shows no Rio de Janeiro. Gal Costa se apresentou com Tom Jobim e a Nova Banda em Los Angeles, California, em 1987. A Nova Banda participou das gravações dos discos de Tom Jobim de 1984 em diante. Danilo Caymmi e Tom Jobim eram as vozes masculinas do grupo.

Jaques Morelenbaum declarou que Tom Jobim estava muito deprimido com a morte de Vinícius e havia quatro anos não se apresentava em público. A Nova Banda deu novas energias a Tom Jobim. Eles viajaram pelo mundo todo, aplaudidos pela mais diferentes plateias. Foi uma pena que a Nova Banda não tivesse sido criada há mais tempo. A Banda só foi extinta com a morte de Tom Jobim em 1994. Podemos usar a expressão Banda Nova ou Nova Banda, mas os integrantes da Banda dizem que usavam a expressão Nova Banda de modo predominante.


Para Leonard Feather (1914-1994), compositor, produtor e um dos maiores críticos de jazz norte-americano:


“Águas de Março, sem dúvida, é uma das maiores melodias do século 20. A sensibilidade de Jobim é algo único. Coisa de Mozart e Erik Satie”.


H. J. Koellreutter, Leo Peracchi e Radamés Gnatalli contribuiram para que Tom Jobim não ficasse preso à clivagem erudito popular. Tomás Teran apresentou Tom Jobim a Radames Gnatalli. Villa-Lobos também incluía o choro e a poesia popular na sua produção erudita. Leo Peracchi apresentou Jobim a Heitor Villa-Lobos. Bene Nunes que era colega de Tom Jobim na noite, o aconselhou a estudar orquestração. Em Tom Jobim a fronteira popular erudito se apaga. Tom Jobim trabalhou com Alceo Bocchino, Lyrio Panicalli, Guerra Peixe, Nelson Riddle e Claus Ogerman, grandes nomes. No campo erudito a formação de Tom Jobim vem de Villa Lobos, Debussy, Ravel, e Chopin.  Quem removeu a timidez de Tom Jobim foram Aloysio de Oliveira, Leo Peracchi e Elis Regina. Lúcio Alves e Dick Farney deram as diretrizes sobre as tendências da música nos EUA. 


Samba de Uma Nota Só estava demorando para ser concluída. Newton Mendonça estava impaciente e achava que Tom Jobim não estava muito interessado em concluir a lírica. Tom pegou a partitura, jogou na mesa e disse "Eis aqui esse sambinha, feito de uma nota só, outras notas vão entrar, mas a base é uma só ...". Num instante Tom Jobim fechou a letra, cobrindo perfeitamente a parte da melodia ainda sem letra, concluindo esse grande sucesso da dupla. A letra dizendo o que se passa na melodia.


Newton Mendonça compôs o tema inicial de “Samba de uma nota só” em 1954. Esse clássico da Bossa Nova fez parte do disco “O Amor, o sorriso e a flor”, de João Gilberto, 1960.


Gravações de destaque na época foram de Sylvia Telles, Os Cariocas, Baden Powell, Radamés Gnattali, Tamba Trio, Maysa entre outros, além do próprio Tom Jobim.


Em 1971, Nara Leão lançou o disco “10 Anos Depois”  com clássicos da Bossa Nova, que incluia “Samba de uma nota só”.


 A dimensão instrumental da Bossa Nova sempre foi importante e conferiu uma grandeza ao movimento. Baden Powell, João Gilberto, Bene Nunes, W Calmon, Milton Banana, Dom Um, Durval Ferreira, Sérgio Mendes, Laurindo Almeida, e Marcos Valle.

 

Grupos como o Zimbo Trio formado por Amílton Godoi, Luís Chaves, Rubinho, Rubens Barsotti. O Zimbo Trio surgiu em São Paulo, em 1964.


O Tamba Trio (Luís Eça, Bebeto, Hélcio Milito), Bossa 3 (Luís Carlos Vinhas, Tião Netto, Edison Machado) o Sambalanço Trio (César Camargo Mariano, Humberto Cleber e Airto Moreira)


Os criadores da Bossa Nova tocavam instrumentos.  Tom Jobim, Johny Alf, Newton Mendonça, Castro Neves, L. Bonfá, João Donato, Normando, Chico Feitosa, Carlos Lyra e Roberto Menescal. 


Jobim tocava flauta, violão e piano.

Vinícius tocava violão.



 Tom Jobim, Astor Piazzolla, Chico Buarque e Caetano Veloso em um programa da Globo nos anos 80. Astor Piazolla estaria completando 100 anos de vida. Os argentinos o admiram como grande músico, renovador do tango, assim como Tom foi um marco na música brasileira com a Bossa Nova. 


Caetano falou no programa que ele e Chico estavam extremamente honrados de receber esses dois grandes nomes da música.  


Álbum Encontro Jobim e Piazzolla. Dois eruditos apaixonados pela música popular. Tom incorporou Debussy, Ravel, Bach, Chopin e Piazolla incorporou Bach, Stravinsky e Bartok. Ambos fizeram conexões com o Jazz e o Jazz latino.  Burton e Mulligan.


Piazolla prolongou a popularidade do tango entre as novas gerações. Com Julio de Caro, Osvaldo Pugliese, Aníbal Troilo, Horácio Salgán e muitos outros, o tango sempre foi fortemente instrumental. 


Assim como Tom Jobim, Piazolla influenciou uma legião de músicos como :  Q Jones, Glass, Gismonti e Guarnieri. Seu propósito sempre foi a produção do belo, do sublime. A música que encanta e emociona.


Música brasileira com grandes compositores e a música argentina também como

 Le Pera, Villoldo, di Sarli, Donato,  Arolas,

Santos Discépolo, Canaro, Matos Rodríguez, del Carril,

Sosa, Fresedo,  D'Arienzo, Firpo, Lomuto.



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