domingo, 14 de maio de 2023

 

"O Rio de Janeiro que me inspirou era o Rio da natureza, do mar, do entardecer, dos casais, o riso, a lágrima da namorada, a rua Montenegro era tranquila, hoje o Rio de Janeiro está sendo coberto por um rio de aço (trânsito pesado na cidade toda) eu busco me afastar desse fluxo pesado. Já tentei me inspirar nisso, mas não consigo." (Início dos anos 70)


" A Bossa Nova teve um efeito semelhante ao de Pelé e Garrincha, estimulou a juventude a pegar uma bola e um violão e imitar a gente. Mas tem que evitar a mera imitação para exportação, tem que criar, trazer o novo. A harmonia, a melodia e a letra da Bossa Nova, comigo, João Gilberto, e Vinícius, inovou, -- trouxe algo novo.''


" A música brasileira fazendo sucesso nos EUA é como o irmão pobre ajudando o irmão rico. Tico-Tico no Fubá, Carmem Miranda, Ary Barroso, Dorival Caymmi, Bossa Nova, o Brasil oferecendo uma música diferente e bonita."


" Eu não sou um showman, comecei como arranjador no background, mas produzir, compor, é oferece muito ao público, a criação é um ato de amor. Não apareço muito em público, mas produzo muito" (Anos 70 antes da Nova Banda)


" A música popular bem elaborada é tão perene, e fica para a posteridade como a música erudita"


" Parei de compor com o Vinícius porque surgiu uma agenda pesada para nós, muitos compromissos, mas trabalho para voltar a compor com o Vinícius. Muita gente pede."


" Eu sou de uma época e de uma cultura que eram contrárias ao artista ficar rico. Diziam que manchava a arte. Bonito era morrer na rua da amargura, tuberculoso num bar.  O empresário da rádio, da TV, da gravadora, da casa de show podia ganhar dinheiro e o criador da obra não. Um absurdo!  Outros diziam que o artista virava capitalista"


"A gente supera todas as adversidades, leva a música de um país pouco conhecido, outro tipo de música, outra língua, para competir com uma poderosa indústria, consegue vencer e ser reconhecido e no nosso país, alguns vêm dizer que a gente faz música de americano para americano."


Tom Jobim


Os EUA acolheram vários povos e culturas mas não fazem uma mistura, eles coexistem dentro da cultura americana, o Macunaíma é a mistura, é a antropofagia, é produzir algo no coletivo diferente, nos EUA existe uma Republica, povos, culturas, varias ideias de America, uma visão hegemonica o Brasil é criação continua, mistura de raças, múltiplas identidades que se comunicam, se integram



O cineasta Antônio Carlos da Fontoura fez um filme sobre  Arquitetura de morar no Rio de Janeiro e Tom Jobim forneceu a trilha sonora do documentário, 1975. 

Obra do arquiteto José Zanine Caldas.

Observação: As músicas que compõe a trilha sonora são: "Arquitetura de Morar", "Águas de Março" e "Quebra Pedra".

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