terça-feira, 16 de maio de 2023

 Segundo Arnaldo Jabor e Antônio Callado, em artigos na Folha de São Paulo, Tom Jobim era um intérprete da natureza, um tradutor ou porta-voz, ele falava do ponto de vista da flora e da fauna, um embaixador da natureza. Ele sentia com a natureza. Callado participou do encontro dos Três Antônios e um Jobim, o coloquio dos amigos sobre os problemas do Brasil e do mundo.  Tom Jobim falava de tudo. A História do Rio de Janeiro, origem das palavras, classificação das aves,  História do Brasil. Jobim não fazia indelicadezas, quando a conversa estava chata ou pesada, ele, de forma elegante, fugia do contexto, falando de poesia, de um fato historico, algo divertido, ou insólito, um salto mágico, criação artística, fantasia. Citava Elliot, ou Drummond. Fugia da brutalidade do cotidiano assim. Um salto vigoroso de Fred Astaire e um pouso delicado no estilo Nijinski.

Elegante dançando com fraque e cartola. 

Em 1933 no filme "Voando para o Rio", dançando ao lado de Ginger Rogers. Um sonho americano de graça e espiritualidade, que nunca se materializou de novo. Tom Jobim é essa modernidade utópica , salta da realidade e volta suavemente. Promessa de vida no meu coração. Jabor dizia que Tom Jobim não era delimitavel, como o fluxo continuo das ondas do mar de Ipanema.

 Callado queria ter Jobim com ele na ABL mas não foi possível.

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