Tom Jobim foi um mestre que trouxe a voz da natureza do Brasil para a música, articulou a tradição com a modernidade, o erudito com o popular, o Brasil com o mundo, a cultura com as mazelas da sociedade. Cantou o amor pela natureza e pela mulher, a alegria de viver, os prazeres mundanos e os dramas existenciais terríveis. Ao mesmo tempo, um canto que reflete as questões de seu tempo e para além de seu tempo. Sua harmonia não se aplicava apenas à canção, mas também à sociedade e ao relacionamento dos homens com a natureza. Um canto de amor ao Brasil, povo e natureza. A tragédia de Orfeu, a tragédia do morro, onde convivem a alegria máxima do carnaval e o sofrimento da pobreza e da exclusão. Um cantar que aposta no futuro, em mundo diferente e melhor, uma esperança inquebrantável. Uma alegria que não se acaba na Quarta-feira de cinzas. Uma música que encantou o mundo com sua beleza e sensibilidade, fonte eterna de inspiração. Hoje ele é parte da nossa identidade cultural.