domingo, 10 de setembro de 2023

 

Adeus ao sociólogo italiano Domenico de Masi, autor de mais de 50 livros sobre sociologia da cultura e do trabalho. Grande admirador do Brasil e sua cultura, gostava de Tom Jobim, Villa Lobos, samba, bossa-nova. Feliz é o país que tem tudo isso. Ele dizia que o Brasil podia ser um modelo para o mundo. Um país que diante de tantas adversidades não desanima e mantém viva a esperança e a sua força cultural. 

Como na Grécia Antiga de Orfeu, um país que vive sem se separar das artes, da arte popular, dos esportes e do encontro de povos e culturas.

O homem está sempre trabalhando, criando, tendo ideias, inventando soluções, criando valor, aumentando a eficiência e o bem estar. A vida toda do homem é trabalho. No ócio ou no lazer o homem continua trabalhando e pensando em soluções para diversos problemas. A internet potencializou isso. Podemos trabalhar em casa e em qualquer lugar. O tempo todo. O trabalho intelectual é, hoje, mais importante do que o físico ou braçal. Arte, artesanato, tecnologia, solução de problemas, prazer estético, estamos sempre aprendendo e ensinando. Educação é um processo continuo no espaço e no tempo. Sempre estamos conhecendo mais e nos aperfeiçoando. Ócio produtivo, criativo, ócio que é um tempo para pensar sobre os problemas da existência e criar soluções. A mente trabalhando sempre.

Foi um grande pensador.

Nem eu te conheço, mas se você faz uma afirmação num debate público de ideias, supõe-se que queira debater. Aliás eu não conheço ninguém aqui. O filme é o motivo da minha mensagem, não sei como poderia ser feito de outro modo mais belo e poético.

E daí que os julgadores do Oscar, da Palma de Ouro de Cannes, do Golden Globe, e da Academia Britânica devem entender mais de cinema do que o Vinícius. Terrível seria mais uma vez os produtores e diretores brasileiros gostarem e ninguém lá fora reconhecer como acontece frequentemente. Foi feito um remake há alguns anos e não teve a mesma acolhida internacional. Talvez o Vinícius tivesse uma proposta diferente que o Camus não acolheu. O Obama citou esse filme quando esteve no Brasil, disse que foi marcado por esse filme

O filme jamais desejou apresentar um clichê ou lugar comum do Brasil como país onde os pobres são felizes e alienados. Quem entendeu a mensagem dessa forma se equivocou. Não se trata de um Brasil alienado, se trata exatamente de mostrar um Brasil que permanece otimista e confiante apesar das adversidades, onde a máxima alegria do carnaval é interrompida com a morte de Eurídice. É uma crítica social muito sofisticada. Um convite à reflexão. Como um país que produz essa energia de alegria no carnaval pode construir uma nova sociedade. A alegria que não será mais efêmera e sim uma energia que transfigura a realidade

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