domingo, 10 de setembro de 2023

 A caracterização da Bossa Nova como um modo de interpretar o samba-canção, sem orquestra, com o cantor sentado num banquinho e com um violão na mão, cantando em voz baixa, não é apenas uma definição empobrecedora da Bossa Nova como falsa. A Bossa Nova é muito mais do que isso. Foi um movimento de revolução da música brasileira em termos melódicos, harmônicos, de letra, e uso dos instrumentos. Ela veio ampliar os horizontes da música brasileira. Não veio romper com a tradição, mas fazer uma nova leitura da mesma. Não veio separar músicos de formação erudita de músicos populares. Tom Jobim jamais criou regras para limitar a execução de sua música, tanto em termos instrumentais como de canto. A Bossa Nova veio romper com as restrições ao modo de interpretar. Não veio para aposentar as grandes vozes, as orquestras, tampouco se afastar das origens do samba, veio para abrir espaço para novas formas de expressão musical. 

Desejava enfatizar a alegria, a postura otimista e afirmativa de uma geração em relação à vida, ao amor, ao mundo e a natureza.  Tudo com sua graça e encantamento preservados, a voz que canta ao ouvido e conquista os corações e as vozes arrebatas pela paixão. O canto de muitas vozes como o MPB 4, Quarteto Em Cy e Os Cariocas e a voz solitária de Dick Farney, Sylvinha Telles, Astrud Gilberto, Nara Leão, e João Gilberto. Novo horizonte de arranjos, orquestração, lírica, possibilidades de canto, e abertura ao universo internacional da música.

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