Jorge Fausto 

Acordes dissonantes, samba sincopado já existiam com Waldir Calmon, Garoto, Johnny Alf, Milton Banana, Baden Powell, o canto de caráter intimo veio com Sylvinha Telles, Dick Farney, Lúcio Alves, Mário Reis, Noel, o João Gilberto reuniu essas contribuições e elas foram consideradas uma característica dominante da Bossa Nova, ele consagrou isso, a síntese do homem violão, a ausência da orquestra, contudo o movimento da Bossa Nova não veio impor um padrão. Ela foi muito mais complexa do que isso. A beleza melódica, as harmonias arrojadas, a lírica inovadora de Jobim e seus parceiros, lindos arranjos e orquestracoes de Jobim e parceiros. A Bossa Nova foi uma criação coletiva. Jobim nunca quis criar restrições ao seu cancioneiro. Suas canções foram gravadas com orquestra e sem orquestra, grande voz ou em tom intimista, Bossa Nova e Sambalanço.

Tudo tem a sua graça e encantamento.

João Gilberto deu uma nova vestimenta a tradição. Articulou a Bossa Nova com o Cool Jazz, gravou com Stan Getz. 

A voz que canta ao ouvido e conquista os corações. Astrud e Nara seguiram essa linha. Não há porque querer simplificar algo que é complexo e essa é a talvez a fórmula do seu sucesso. Jobim foi gravado pelos maiores músicos do planeta e João Gilberto levou sua interpretação da obra de Tom Jobim ao mundo.