quarta-feira, 20 de setembro de 2023

 Adeus ao sociólogo italiano Domenico de Masi, autor de mais de 50 livros sobre sociologia da cultura e do trabalho. Grande admirador do Brasil e sua cultura, gostava de Tom Jobim, Villa Lobos, samba, bossa-nova. Feliz é o país que tem tudo isso. Ele dizia que o Brasil podia ser um modelo para o mundo. Um país que diante de tantas adversidades não desanima e mantém viva a esperança e a sua força cultural. 

Como na Grécia Antiga de Orfeu, um país que vive sem se separar das artes, da arte popular, dos esportes e do encontro de povos e culturas.

O homem está sempre trabalhando, criando, tendo ideias, inventando soluções, criando valor, aumentando a eficiência e o bem estar. A vida toda do homem é trabalho. No ócio ou no lazer o homem continua trabalhando e pensando em soluções para diversos problemas. A internet potencializou isso. Podemos trabalhar em casa e em qualquer lugar. O tempo todo. O trabalho intelectual é, hoje, mais importante do que o físico ou braçal, nas sociedades pós-industriais. Arte, artesanato, tecnologia, solução de problemas, prazer estético, estamos sempre aprendendo e ensinando. Educação é um processo continuo no espaço e no tempo. Sempre estamos conhecendo mais e nos aperfeiçoando. Ócio produtivo, criativo, ócio que é um tempo para pensar sobre os problemas da existência e criar soluções. A mente trabalhando sempre. A sociedade pós-industrial trabalha com a informação. A tecnologia é a ferramenta indispensável para acessar uma era finalmente centrada na ociosidade criativa e não no trabalho árduo. A tecnologia liberta o homem de sua presença física, disponibiliza um tempo para diversão, reflexão, criação, inovação. Ele tem plena consciência das limitações de muitas sociedades na superação dessas fases anteriores, ele não é um idealista romântico utópico, mas afirma que a marcha da nossa sociedade é na direção desse tipo de organização social do trabalho. Nem tudo poderá ser feito por via remota, mas a imensa maioria da sociedade não vai realizar trabalho físico ou trabalho árduo como hoje.

Foi um grande pensador. Ele aborda a problemática da indústria cultural, a cultura como instancia privilegiada, o consumo de massa, mercado de trabalho e democracia.

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