terça-feira, 25 de abril de 2023

 Adoniran Barbosa, Billy Blanco, Ismael Silva, Cartola e Nelson Cavaquinho, no Programa da Rede Globo, Levanta Poeira, 1977.


Orestes Barbosa, Assis Valente, Alcyr Pires Vermelho, Jair Amorim, Braguinha, Haroldo Barbosa e Joubert de Carvalho foram grandes compositores que construíram a identidade do samba.


Zé Ramalho e sua leitura de Águas de Março. Há uma fase na obra de Jobim sob forte influência de Guimarães Rosa. Olavo Bilac e o caçador de esmeraldas.  Tom Jobim cantou forró com o poeta Maranhense João do Valle. Fez a trilha sonora de Gabriela. Jobim fez arranjos para o compositor potiguar Hianto de Almeida e seu parceiro Chico Anysio.  Chitãozinho e Xororó gravaram no gênero sertanejo. Tom admirava Dorival Caymmi, a voz telúrica, mestre das canções praieiras e do samba-canção.


Folclore, música regional, música popular, choro, tudo a ver com Villa-Lobos.


A Bossa Nova jamais desejou ser um movimento elitista. Jamais desejou ser admirada apenas pela classe média e a elite. Tom Jobim e Vinícius de Moraes sempre desejaram que sua música fosse admirada por todos, na mesma tradição de Noel Rosa, Ary Barroso, Pixinguinha, e Dorival Caymmi. João Gilberto gravou todos os grandes nomes da música brasileira, além dos citados, Herivelto Martins, Custódio Mesquita, Lupicinio Rodrigues, Ataulfo Alves e muitos outros. A Bossa desejou fazer uma nova leitura da tradição em vários aspectos. A Bossa Nova tampouco desejou remover a alegria do samba ou a paixão nas canções. Desejou introduzir algo novo, a voz que fala aos ouvidos e alcança o coração. Antes, isso era impossível, somente cantores com vozeirão. Os compositores eram desconhecidos.  Poucos eram famosos. Tom Jobim jamais impôs padrões restritivos para suas canções. Podemos ver suas músicas cantadas como samba-canção clássico, sambalanço, jazz e Bossa propriamente. O jazz havia iniciado um processo de fusão com ritmos caribenhos no fim dos anos 40. O jazz possui essa capacidade plástica de se acoplar a ritmos nacionais sem perder suas raízes. A época do Cool Jazz e do Bebop, além do Smooth Jazz. A Bossa Nova ampliou os horizontes da nossa música e a projetou no mundo, de modo sem precedentes.  Aplaudida pelos maiores músicos do planeta. Se ela é considerada de elite musical é porque é de elevada qualidade em vários aspectos (melodia, harmonia, canto, lírica, arranjo, orquestração). Uma elaboração que inovou nas letras, letras mais alegres, mais afirmativas, sem tanto sofrimento como nos antigos boleros, serestas e sambas-canções. Nara Leão gravou Zé Keti, Cartola e Nelson Cavaquinho. Elis Regina gravou Adoniran Barbosa. Tom Jobim iniciou suas atividades de compositor com Newton Mendonça, fazendo samba-canção. Mário Reis, Sylvia Telles, Lúcio Alves e Dick Farney foram os cantores que iniciaram a inflexão no modo de cantar. João Gilberto declarou que não sabe o que é Bossa Nova, pois sempre disse ser um cantor de samba canção, apesar de cantar todo tipo de música.

A mulher também teve uma grande ampliação de possibilidades. Muitas e grandes cantoras apaixonadas como Maysa, Elis Regina, Leny Andrade, Claudette Soares, Gal Costa, Nana Caymmi. Existem muitos clichês e equívocos sobre a Bossa Nova que merecem ser esclarecidos sempre. A Bossa Nova não foi um movimento que passou, não foi um estilo que ficou de lado, a Bossa Nova é a própria origem da música popular brasileira moderna. Tom Jobim fiel à tradição do Modernismo de 22 uniu o erudito e o popular como fez Villa-Lobos.


Ary Barroso, Caymmi, Lupicinio Rodrigues, Ataulfo Alves, Herivelto Martins, Noel Rosa, Custódio Mesquita foram gravados por João Gilberto


Jobim gravou Ary Barroso, Noel Rosa, Custódio Mesquita, Bororó


Nara Leão gravou Cartola, Nelson Cavaquinho e Zé Keti


Elis Regina gravou Adoniran Barbosa


Gal Costa gravou Ary Barroso e Braguinha


Aracy de Almeida e Noel Rosa

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