Ruy Castro diz que Tom Jobim produziu para a eternidade. Sua música não era alienação quando falava do meio ambiente nos anos 70, muito pelo contrário, era o que de mais importante envolve as sociedades modernas e afeta as gerações futuras, a vida do homem na Terra. Arnaldo Jabor diz que o país se pensava na obra de Tom Jobim, se aperfeiçoava em sensibilidade, se purificava; as águas dos rios e lagoas se clareavam, a sociedade se via através dele com a luz da manhã.
Através de Jobim passavam Guimarães Rosa, Villa-Lobos, Debussy, Chopin, Ravel, Ary Barroso.
Um pedaço do país parou de funcionar, não era apenas um homem que contemplava o mundo. Ele se posicionava entre nós e a natureza ele nos olhava do ponto de vista da natureza. Ele entre as palavras das músicas cantava como parte do coro de sons da fauna e da flora.
Tom Jobim morrendo é o equivalente a uma floresta derrubada.
A morte de Tom Jobim foi um alarme sobre a nossa finitude individual e coletiva.
Tom Jobim dizia que se Villa Lobos e Ary Barroso morreram por que não aceitar a própria morte ?
Quando nossa referência de consciência e reflexão morre , um grande abalo atinge a cultura nacional. É um indivíduo que porta o universal. Simboliza uma sociedade futura que poderia ter sido, um mundo alternativo. Uma ponte com essa sociedade.
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