Muita gente tem curiosidade de saber como se deu o contato da Bossa Nova com a música americana e de Tom Jobim com Sinatra. O contato da música brasileira com a cultura americana começou nos anos 40, quando os EUA buscavam se aproximar dos países do continente para enfrentar os países do Eixo na Segunda Guerra Mundial. Walt Disney veio ao Brasil, Orson Welles veio ao Brasil. Walt Disney era amigo de Ary Barroso, Carmem Miranda, e Aloysio de Oliveira. Ary Barroso e Aloysio trabalharam na Disney. Villa Lobos também trabalhou com Disney. Disney fez um longa sobre o Brasil, Três Caballeros. Carmem Miranda levou nossa música para os EUA. Zequinha de Abreu, Waldir Azevedo fizeram grande sucesso como Ary Barroso e Dorival Caymmi. Dicky Farney morou nos EUA, cantava em inglês, era amigo de Frank Sinatra. Sinatra conhecia Ary Barroso e Carmem Miranda. Havia um fã clube Sinatra-Farney. Cauby Peixoto e Leny Everson atuaram nos EUA e conheceram Elvis Presley nos anos 50. Nat King Cole veio ao Brasil, conheceu Elizeth Cardoso, Ary Barroso, Leo Peracchi, Cauby Peixoto e Aloysio de Oliveira. Louis Armstrong também veio ao Brasil, nos anos 50 e conheceu Elza Soares, Pixinguinha, Ataulfo Alves, Lamartine Babo, Dorival Caymmi e Fernando Lobo. Jean Sablon, cantor francês, gravou Caymmi. Henri Salvador, cantor francês, viveu no Brasil e atuou no Cassino da Urca, amigo de Caymmi e Jobim. Bing Crosby gravou Aquarela do Brasil de Ary Barroso e Copacabana de Braguinha.

Dizzy Gillespie e Charlie Parker criaram o Fusion Jazz incorporando música caribenha e afro, no começo dos anos 50. Vinícius conhecia Carmem Miranda e Orson Welles. Stan Getz e C. Byrd divulgaram as músicas de Jobim e Vinícius e Jobim com Mendonça nos EUA a partir de 1960. Tom Jobim e Vinícius de Moraes eram famosos mundialmente com as premiações do filme Orfeu Negro de 59. Herbie Mann, Quincy Jones e Tony Bennett também vieram buscar inovações para o jazz no Brasil. Então, o Itamaraty resolveu organizar o show do Carnegie Hall em 62 para atender a sede de informações do público da America. Jobim, Lyra, Menescal, João Gilberto, Bonfá, Castro Neves e Sérgio Mendes tornaram-se conhecidos nos EUA. Jobim, Astrud, João Gilberto, Milton Banana, João Donato e Tião Neto foram gravar nos EUA. Aloysio de Oliveira foi para os EUA com Carmem Miranda nos anos 40.

Não me diga a Deus

Noel Rosa Orvalho 

Patt Smith 

 Quando um coração que está cansado de sofrer

Encontra um coração também cansado de sofrer É tempo de se pensar Que o amor pode de repente chegar Quando existe alguém que tem saudade de outro alguém E esse outro alguém não entender Deixe esse novo amor chegar Mesmo que depois seja imprescindível chorar Que tolo fui eu que em vão tentei raciocinar Nas coisas do amor que ninguém pode explicar Vem nós dois vamos tentar Só um novo amor pode a saudade apagar

Tom Jobim queria fazer arquitetura, mas optou pela música.  Existem inúmeras afinidades entre a arquitetura e a música. Schopenhauer e Goethe diziam que a arquitetura era música no estado sólido. Quando ouvimos Bach, somos remetidos a igrejas barrocas, Wagner nos remete a castelos e fadas.

Johann Wolfgang von Goethe disse que a Arquitetura é a música congelada. De maneira poética, o escritor nos mostra que assim como a música que aguça nossos sentidos, a arquitetura tem esse mesmo poder.

Tom Jobim construiu catedrais de beleza musical.

Oscar Niemeyer e a arquitetura de Brasilia. Billy Blanco fez arquitetura. Ele compôs a Sinfonia do Rio com Tom Jobim.

As curvas de Niemeyer e as sequências melodicas e harmônicas de Tom Jobim e João Gilberto

Tom Jobim, Dalva de Oliveira, Genival Melo, Luiz Dantas e Marino Pinto. 

O Maestro Tom Jobim fazia a orquestração e conduzia a orquestra nos shows e gravações de Dalva de Oliveira no Estúdio Odeon. Tom Jobim iniciou suas atividades fazendo arranjos para músicos famosos como Vicente Celestino, Nora Ney, Hianto de Almeida entre outros. 

Herivelto Martins e Pery Ribeiro tornaram-se grandes amigos de Tom Jobim. Dalva de Olivera com Marino Pinto parceiro de Tom Jobim.

Tom Jobim, compositor de temática romântica predominante, com melodia no estilo impressionista de Debussy e Ravel. Ravel disse a Gerswhin para não ser um segundo Ravel, mas sim, o primeiro Gerswhin. Os jazzistas americanos chamam Tom Jobim de "o Gerswhin brasileiro", uma grande honraria, sem dúvida, mas Tom Jobim é o primeiro da linhagem dos Tons Jobins como diria Maurice Ravel. Tom Jobim é um compositor versátil, também identificamos em sua obra influencias de Villa-Lobos, Ary Barroso, Pixinguinha e Caymmi. O autor impressionista inclui todas aquilo que sente na observação da realidade na sua música, canto de pássaros, o vento, as águas dos rios e da chuva. Ele cantou o amor por mulheres fictícias e reais, exaltou a natureza do Brasil, fez obra épica como a Sinfonia da Alvorada, a saga da construção de Brasília, a história do Rio Grande do Sul. Fez música para São Paulo, a terra de seu avô, fez a trilha de Gabriela e a vida na época da riqueza do cacau como narrada por Jorge Amado, seu amigo. Declarou seu amor pela natureza do Rio de Janeiro. Denunciou as mazelas sociais do Brasil na peça Orfeu da Conceição. Fez samba-canção,  choro e valsa e construiu um novo horizonte para a música brasileira no mundo.