Uma coleção de ensaios acadêmicos que foram reunidos no livro Maestro Soberano de 2017, explora a relação da música de Tom Jobim com a obra de Guimarães Rosa.
"Grande Sertão Veredas' virou a minha casa", disse Tom Jobim a Zuenir Ventura em entrevista no livro "3 Antônios e 1 Jobim", de 1993. A admiração de Tom Jobim por Guimarães Rosa se converteu em música vinte anos antes, com o lançamento do disco "Matita Perê", o pássaro bruxo.
O ensaio "Tom e Rosa", de Heloisa Starling, professora de história do Brasil da UFMG, explora a obra de Tom Jobim sob diversos ângulos.
Starling se baseia na música "Matita Perê" (1973), de Tom e Paulo César Pinheiro, inspirada no conto "Duelo", de "Sagarana", de Rosa.
A apresentação é do pesquisador Luca Bacchini, organizador do livro, e uma introdução de Ana Lontra Jobim, viúva de Tom. "Maestro Soberano" é constituído por dez ensaios. O drama musical da Grécia até o romantismo europeu. A união mística com a natureza. Mergulho onírico. Os mitos e o sobrenatural.
Tensão entre classicismo, cristianismo, romantismo, simbolismo e modernismo.
O legado de Tom Jobim vai além de sua produção monumental. A música conjugou outras paixões: a literatura, a ornitologia, a arquitetura, a ecologia, a linguística, a geografia, a história, a poesia, a botânica, o folclore. Se não tivesse sido um dos maiores compositores do século XX, a impressão que se tem é a de que Jobim brilharia também em algum outro ramo da atividade humana.
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