Além de um gênero musical, bossa nova é um estilo, uma maneira de cantar, tocar e harmonizar, que pode ser aplicado a composições de outros gêneros. [5] Isso está demonstrado no primeiro LP de João Gilberto, Chega de Saudade, lançado em abril de 1959, em que composições bossanovísticas como "Saudade Fez um Samba" (Lyra/Bôscoli) e "Brigas Nunca Mais" (Tom/Vinícius) estão ao lado de sambas tradicionais como “Rosa Morena” (de Dorival Caymmi), “Morena Boca de Ouro”, de Ary Barroso, “Aos Pés da Cruz” (de Marino Pinto e Zé da Zilda) e “É Luxo Só” (de Ary Barroso e Luís Peixoto),[22] todos interpretados na nova forma de cantar e tocar de João Gilberto.[13]
Segundo o historiador de música popular brasileira Jairo Severiano, os três LPs que João Gilberto gravou na Odeon, Chega de saudade (1959), O amor, o sorriso e flor (1960) e João Gilberto (1961), constituem um documento sobre a Bossa Nova
Copacabana, em 1954 e já tocava suas composições autorais como "Rapaz de Bem", "Céu e Mar", "O que é amar", entre outras, segundo Ruy Castro, predecessoras da Bossa Nova. Como a boate era pouco frequentada, os músicos mais jovens faziam romaria para ouví-lo e também fazer experimentações. Entre eles estavam Tom Jobim, João Donato, João Gilberto, Lúcio Alves, Dick Farney, Dolores Duran, Paulo Moura, Baden Powell, Carlos Lyra, Sylvinha Telles, Luiz Eça e Mauricio Einhorn. Como
No Beco surgiram grupos como Tamba Trio, de Luiz Eça, Bossa Três, de Luís Carlos Vinhas, Sexteto de Sérgio Mendes, Copa Cinco de J.T. Meirelles e Quinteto Bottle's, de Tenório Júnior.[
Zimbo
parceria tão fundamental para a música brasileira.
O produtor Aloysio de Oliveira, responsável pela gravação dos primeiros discos de João Gilberto na gravadora Odeon, montou a sua própria gravadora, a Elenco, em 1963. Esse selo foi o responsável por lançar os primeiros LP's de artistas como Vinícius de Moraes, Nara Leão, Roberto Menescal e Baden Powell. A Elenco ficou marcada também pela estética minimalista das suas capas, quase sempre com fotos de Chico Pereira em preto e branco e processadas em alto contraste por César Vilela, diretor de arte, que afirmou que essa economia estética se devia, também, à falta de dinheiro na gravadora.
No mesmo ano de 1963, Carlos Lyra e Vinícius de Moraes escreveram a comédia musical “Pobre Menina Rica”, e antes de montá-la num teatro, apresentaram as canções em um show chamado Trailer, com a Nara Leão cantando as músicas que caberiam à personagem que dá título à peça. Algumas letras do musical já apontavam para um outro caminho temático, com conteúdo mais político, como “Comedor de gilete” e “Maria Moita”, que já não cabiam nos cânones bossanovísticos do amor, do sorriso e da flor.[30]
Antes do fim do período áureo da bossa nova surgiu ainda uma segunda geração do movimento, artistas que traziam novos elementos musicais, alguns mais ligados aos gêneros nacionais e outros já com influências do pop internacional. São dessa segunda geração nomes como Edu Lobo, Marcos Valle, Eumir Deodato, Wanda Sá, Francis Hime e Dori Caymmi.
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